Capítulo 10 - Sesued Sod Adarom A

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DEZ  | A MORADA DOS DEUSES |

Um guarda o arrastou para fora de sua cela. Cambaleou pelo corredor assustado e confuso. Era uma cela quadrada, sem janela ou iluminação e o corredor iluminado fez seus olhos arderem. O guarda fechou a grossa porta atrás de si, selando a cela e gelou apenas por pensar em como foi acordar ali dentro, imerso na completa escuridão. Sem saber se estava vivo ou morto, se o chão de pedra sobre seus dedos era real ou se a traição de Derek não passara de um sonho.

Stiles percebia agora o quão real aquilo era conforme era empurrado pelo corredor até um par de portas. O ar do lado de fora feriu seu rosto e sentiu os braços se retesarem com o frio. Estava apenas com uma camisa de mangas longas que não se mostravam eficaz em protegê-lo do ar gelado e cortante.

Terrazul era tão impressionante por dentro quanto era por fora. Deixou o medo em segundo plano conforme seus olhos avançavam pela cidade. O lugar onde ficara cativo não passava de um retangular e cinza prédio térreo. Ao seu lado outros prédios igualmente quadrados, mas de tamanhos diferentes se erguiam. Em um se lia "Prefeitura" sobre as colunas de pedra lisa. O espanto de Stiles era tamanho que não sabia por onde começar a raciocinar. Estava óbvio enquanto observava a cidade que nada ali pertencia aos dias antigos, tudo aquilo tinha sido construído após os Dias Sombrios. Os prédios eram simples e quadrados. Nada daquilo lhe lembrava da arquitetura requintada que um lugar como o Distrito Federal dos Estados Unidos tinha. Via a muralha aos fundos, imensa e imponente. Os outros prédios do lugar eram igualmente sem graça, não tinham mais do que cinco andares e eram todos quadrados e planos, pintados de branco ou desbotados até que o cinza do concreto aparecesse sobre a tinta. Cada prédio estava identificado com placas de bronze e conforme Stiles caminhava até o desconhecido, mais evidente se tornava a grandiosidade de Terrazul.

Construir uma cidade como aquela, no coração do país durante os Dias Sombrios deveria ter sido um trabalho complicado. Impossível, a mente de Stiles dizia. Chegaram até o elevador de vidro iluminado e o coração de Stiles perdeu uma batida. As mãos estavam livres, poderia fugir, poderia brigar, mas a arma nas mãos do guarda que o escoltava tirava qualquer pensamento rebelde de sua cabeça.

- Para onde está me levando? – perguntou assustado.

Não recebeu qualquer tipo de resposta. O guarda usava uma máscara branca, diferente da máscara preta dos soldados, mas não menos assustadora. Imitava um rosto humano, com um sorriso plano e os olhos sem emoção. O branco da máscara contrastava com o uniforme preto do guarda que se completava com botas de cano alto, luvas e uma touca que cobria seu pescoço e seus cabelos. Era como se fosse um boneco grande e animado por magia negra. Mas Stiles havia se tornando prudente o suficiente para saber que deveria temer homens e não magia negra e bruxas.

O guarda usou um crachá para abrir a porta do elevador e Stiles foi empurrado para dentro antes que a porta se fechasse e a cabine de vidro começasse a subir. Foi uma subida lenta, com o mundo aos seus pés se tornando pequeno e as nuvens negras se aproximando como um animal com a bocarra aberta para engoli-lo. Pode ver a muralha e a extensão da imensa cidade. Do lado de fora via a cidade, a metros de distancia e o deserto que separava a muralha da cidade abandonada e destruída. Independente do que existiria ali antes, Stiles sabia que tinha sido destruído até a última pedra para dar espaço a Terrazul. Conforme o elevador subia pode perceber que grandes pilastras, grossas como ônibus, desciam do céu e se prendiam ao solo. Era como se uma aranha de metal estivesse sobre sua cabeça, suas inúmeras pernas descendo até a terra, pressas no solo. Cada pilastra ficava a quinze metros de distância uma da outra e Stiles se perguntou o que aquilo sustentava.

Não precisou se perguntar por muito tempo.

As nuvens o cobriram, e tudo o que podia enxergar era a luz azul dando um aspecto sombrio e horrendo ao guarda ao seu lado. Pensou que aquilo nunca terminaria. Não podia ver mais nada e sentia-se preso no mesmo lugar. As nuvens se fechavam em torno do elevador e se não fosse pelo som do motor e o leve chacoalhar da cabine, Stiles jamais saberia que ainda continuava subindo.

I Am The Source (Sterek/ Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora