I Am The Source (Sterek/ Romance Gay)

Capítulo 3 - Obol Od Acot A

TRÊS | A TOCA DO LOBO |

O primeiro sentimento sempre é medo. A sensação de desespero, de pânico. De não saber onde está e o que acontecera. Stiles sentia isto. Em um acesso cego de coragem Stiles tinha matado um homem. Suas mãos ainda tremiam e o sangue entre seus dedos lhe causava tamanho desconforto que estava a ponto de ter um ataque de pânico. O homem que ao que parecia tinha lhe salvado se levantou, o machado em sua mão fez Stiles querer chorar. Segurou as lágrimas e tentou se recompor.

A voz do selvagem lhe causou arrepios. Respondeu, a voz tremula como as folhas de uma árvore. Pensou em fugir, ensaiou dar um passo para trás, se afastar lentamente e correr estrada adentro. Porém a próxima frase do homem o congelou.

"Pertence a mim agora" Stiles ainda tentava entender aquelas palavras. Sentiu-se irritado com o homem por achar que poderia toma-lo como um objeto a disposição. Mas o medo maior era de que o homem fosse um canibal. Escapara de cinco, para ser morto por um. "Que ótimo Stiles, isto era realmente o que precisávamos. Quanta sorte!" sua mente ironizou.

- Seu? Pra que você... Me quer? - as palavras saíram com dificuldade, enroladas como se sua língua já não fosse capaz de pronunciá-las corretamente.

O selvagem não respondeu. Ele era alto, o corpo forte e musculoso e vestia roupas escuras e pesadas. Seu cabelo era curto e mal cortado e a pele estava suja, mas seus olhos se destacavam. Frios e belos, emoldurados em um rosto carrancudo e raivoso.

- Qual seu nome? - fugir não era uma opção, Stiles constatou. O homem era maior e mais forte. E aquele machado voaria tão rápido em direção as suas costas, que o Stiles sequer conseguiria dar cinco passos antes do selvagem o matar.

- Derek. Venha. Se esconder - ele rugiu. Sua voz era grossa, um trovão retumbando pela noite.

- Por favor, não. Eu devo ir - Stiles não desejaria ter soado tão patético, mas a ideia de acompanhar Derek fazia seus ossos tremerem.

- Stiles fica comigo. Não vai a lugar nenhum - Stiles gritou e tentou fugir, mas Derek avançou contra ele e o pegou com uma facilidade absurda. Sem poder fazer nada além de esperar uma morte rápida, Stiles se viu arrastado pela rua até uma casa em ruínas e então um porão escuro e úmido que estranhamente cheirava a velas aromatizadas.

Ficou em silêncio, sentado em um colchão velho, observando o homem que se movia como um inseto gigante pelo porão. Primeiro ele tirou a camiseta e limpou a ferida no braço com um pano de aspecto asqueroso. Ele tomou um gole de um líquido de cor âmbar que Stiles não soube dizer o que era. Em um canto do porão, quase coberto por tábuas de madeira havia uma lareira feita de pedras soltas e placas de metal. Em poucos segundos Derek fez a palha seca e os gravetos se incendiarem e uma onda de calor bem vinda lhe aqueceu a face. Com o fogo veio um pouco de iluminação e Stiles pode colher mais detalhes do porão. Era simples, grande e um tanto assustador. A parte por onde entraram estava quase soterrada pelo chão que cedera da casa que havia acima. Entre os destroços a escada se projetava para fora. Algumas vigas de madeira queimada cobriam metade da parte onde ficava a escada, o que criava uma parede torta. A sua esquerda, a parede do fundo do lugar estava intacta, no canto da parede estava a lareira, algumas panelas, um caldeirão, e mais ao lado, gravetos e sacos de lã que Stiles acreditava ser onde a comida ficava. A direita de onde estava, três colchões formavam uma grande e desconfortável cama. Mais acima pendurado nas vigas de madeira do teto, armas dos mais variados tipos estavam presas em fitas de couro. Ainda com a garrafa com o líquido cor de âmbar, Derek veio em direção a Stiles. O machado estava na outra mão e sua expressão parecia mortal iluminada pelas chamas da lareira.

Stiles se encolheu em seu lugar, tremendo e quase gritando. Derek por sua vez apenas lhe entregou a garrafa de bebida e pendurou o machado em uma viga no teto e puxou um pedaço de gaze e uma pomada que parecia tão vazia quanto o tronco das árvores lá fora.