Após a trágica morte de seu pai em um confronto entre militares e a máfia no seu aniversário de 8 anos, a vida de Tiana mudou drasticamente. Criada em um ambiente familiar conturbado com uma mãe viciada em drogas e um irmão desaparecido, ela enfrent...
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TIANAMORETTI 18|06
A escuridão me engoliu inteira, me deixando à mercê do inimigo por um tempo que parecia interminável. A realidade ao meu redor desvanecia enquanto minha consciência oscilava, como uma chama prestes a se apagar. Quando finalmente recuperei a consciência, uma dor intensa latejava na minha nuca. Senti o calor úmido do sangue escorrendo pelo meu pescoço, cada batida do meu coração parecia ecoar na ferida aberta.
A sala estava mergulhada em penumbra, iluminada apenas por algumas lâmpadas antigas penduradas no teto, balançando suavemente. O ar era pesado, impregnado pelo cheiro de mofo e metal enferrujado. Meus olhos demoraram a se ajustar à fraca iluminação, e eu vi breves sombras movendo-se nas bordas da minha visão. A luz vacilante revelou figuras desconhecidas ao meu redor, vultos que observavam em silêncio, como predadores à espreita.
Ao fundo, vozes abafadas cortavam o silêncio opressor.
— Você acha que ela sabe alguma coisa? — uma voz grave e desconhecida ecoou na escuridão.
— Não importa. — respondeu outra voz, fria como gelo. Reconheci imediatamente: Erick. — Ela vai ser útil de qualquer maneira.
Senti a pressão nos pulsos, meus braços estavam amarrados com força, a corda áspera cortando minha pele. Percebi que meus pés também estavam presos a uma cadeira de ferro pesada, estrategicamente colocada no centro da sala. Um calafrio percorreu minha espinha quando uma das figuras saiu das sombras, revelando aquele que eu tanto procurava... e agora temia.
Erick entrou no quarto com uma aura de poder ameaçadora, seus passos ecoando no chão de concreto. Ele acendeu um cigarro, o cheiro acre do tabaco preenchendo o ar, e seus olhos fixaram-se em mim, frios e calculistas. Os capangas ao redor ajustaram suas posturas, cuidadosos para não fazer contato visual com ele. Sabiam que o menor movimento poderia desencadear sua ira.
Alguns membros da gangue de Erick saíram da sala, deixando apenas dois guardas posicionados em cada lado da porta. Erick deu uma tragada profunda no cigarro, soltando a fumaça lentamente enquanto seus olhos não se desviavam de mim, como um lobo analisando sua presa.
— Já terminou de me encarar, ou vai ficar aí parado o dia todo? — Não consegui segurar o sarcasmo na voz, apesar do meu corpo estar exausto e ferido. Mantive meu olhar firme, recusando-me a demonstrar medo.
Erick esboçou um sorriso frio, algo entre diversão e desprezo. — Você é corajosa, vou te dar isso. A maioria das pessoas já estaria implorando pela vida.
Ele se aproximou lentamente, inclinando-se até ficar à altura dos meus olhos. O cheiro do cigarro se misturava ao hálito quente que batia em meu rosto, e por um momento, quase pude sentir o ódio emanando dele.
— Não sou a maioria das pessoas. — respondi com firmeza, apesar da dor que pulsava em cada fibra do meu corpo.
Erick ergueu uma sobrancelha, como se estivesse intrigado. — Então, o que te faz achar que vai sair daqui viva?