16 | stand by me.

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— Você está esperando que eu faça isso? — seus lábios deslizaram sobre os meus.

Não hesito e puxo seu rosto na minha direção, juntando nossos lábios em um beijo necessitado, aproveitando o gosto que somente sua boca consegue ter. Billie passeou suas mãos pelas minhas costas, passando os dedos macios por cima do tecido da minha blusa, apertando e acariciando certas áreas, não satisfeita, ela desceu lentamente, apertando minha bunda com vontade.

Ela arfou assim que meus dedos invadiram seu cabelo e meus dedos puxaram levemente os fios macios, fazendo um sorriso pecaminoso surgir em seus lábios.

A única coisa que nos esconde da rua é um enorme pilhado de caixas, deixados provavelmente pelo mercado ao lado. Billie sabe disso, por isso parece estabelecer um limite na sua própria cabeça. Sinto que se estivéssemos em um local privado, eu já estaria sem roupas e ela não esconde isso.

— Você me deixou em um estado... — sussurro, sentindo suas mãos subindo até meu pescoço.

Ela recuperou meus lábios mais necessitada, sugando meu lábio inferior com vontade e deixando uma mordida fraca como resposta. Aprofundo o beijo, desta vez, sinto sua língua invadir minha boca e explorar cada canto com vontade, como se estivesse descobrindo um novo continente. Não tem como eu mentir, ela beija bem pra caralho.

Cantora, modelo, ajudante de ONG's, vocalista de uma banda, educada e agora sabe beijar como ninguém. O que falta para completar a lista?

— Temos que parar de querer se beijar em lugares públicos. Minha imagem é pública e eu não quero te prejudicar, de forma alguma. — se afastou dos meus lábios devagar.

— Já imagino a notícia. — brinco, segurando sua mão. — Billie e desconhecida se pegam em um beco escuro: Transaram?

Ela riu e me beijou mais uma vez, se afastando definitivamente logo em seguida, me fazendo soltar um gemido de reprovação. Acabo soltando uma risada ao vê-la com as bochechas vermelhas, os lábios inchados e os fios bagunçados. Mesmo assim ela consegue ficar linda, absurdamente linda.

— Vamos ou a próxima notícia vai ser: Billie é tarada, foi vista beijando uma gostosa no beco. — respondeu.

Sempre respostas na ponta da língua.

Chegamos em um bar de esquina, mais conhecido como Cooper's. O bar tem uma entrada invejável, com as luzes azuis e roxas dominando as paredes e se mesclando com as luzes dos postes ao redor. Além disso, há uma placa enorme com o nome do local e um desenho de um copo de cerveja.

Típico de Nova York.

Billie me puxou para que entrássemos, sendo recebida com vários sorrisos assim que adentrou. As pessoas, todas, parecem gostar dela, talvez pelo seu jeito fodidamente educado. Ou talvez, porque todas a conhecem e ela deve vir beber nos dias livres.

— Por que todos aqui parecem te conhecer? — questiono, me sentando no banco de madeira à sua frente.

— Vai me dizer que em dias ruins você não costuma beber uma breja? — levantou a sobrancelha e apoiou os cotovelos em cima da mesa. — A diferença é que eu bebo muitas.

— Você tem tantos dias ruins assim?

Sinto que Billie esconde esse lado de todos, um lado vazio e incompreendido. Beber tanto assim, principalmente em dias ruins, é como utilizar o álcool como um escapismo da vida real. É como dormir ao invés de resolver seus problemas, o problema não vai sumir, você só irá escondê-lo e fingir que vai resolver depois.

dopamina | billie eilish Onde histórias criam vida. Descubra agora