05 | "i liked the tattoo"

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oi, gente! só queria avisar que seu comentário me deixa muito feliz e me incentiva a escrever cada vez mais e mais. eu leio todos! pode crê.

boa leitura (:

BILLIE

Quando eu comecei a tomar antidepressivos foi  como um modo de fuga da minha vida medíocre e sem sentido. Eu tinha catorze anos e havia acabado de mudar para o Brooklyn. Minha mãe era governadora de Nova York, ainda é, mas naquela época estava havendo vários erros da sua parte, como por exemplo cometer homofobia com Finneas, meu irmão, em uma entrevista ao vivo.

Naquela época, Maggie adorava fumar, fumava quando estava ansiosa, quando as coisas saíam do planejado, quando a imprensa cobrava algo que ela não queria fazer e principalmente fumava depois de me bater.

Isso me fez odiar cheiro de cigarros, especificamente Marlboro, eu não suporto o cheiro, o mal hálito, a falta de educação em fumar em lugares públicos, perto de crianças e perto de recém-nascidos.

O quão fodido você tem que ser para soltar uma fumaça tóxica próximo de bebês?

Enfio uma pílula dentro da boca e bebo longos goles de água. Ignorando o maço de cigarros dentro do lixo que eu estava encarando há dez minutos.

— Bom, Billie, precisamos que você vista algumas peças da nova coleção e vá para frente da câmera, algo simples. — uma das estilistas disse prontamente, me tirando dos meus devaneios.

— Quando irá lançar os novos modelos? — retiro a camiseta preta colada, jogando-a em um cesto próximo a penteadeira.

— Esse final de semana. Quando a sessão acabar, você poderá escolher com o fotógrafo as que mais gostou. — umedeceu os lábios. — Não que seja difícil escolher, já que você é, com todo respeito, muito linda.

E assim que recebeu um sorriso tímido como resposta, ela se retirou do camarim. A tela do meu celular acendeu, mostrando uma mensagem do Matthew escrito "você irá arrasar (:" e uma foto com o contrato assinado. Como sempre, um nervosismo me consumiu.

Não que pousar para uma câmera seja um problema, sempre fiz isso para diversas marcas como Adidas, Gucci, Saint Laurent e assim por diante. O problema é que há um ano atrás, eu estava acima do peso e quase sempre recebia comentários ruins sobre meu corpo.

Gorda. Baleia. Comentários assim me fizeram usar roupas largas durante muito tempo e a única coisa que me salvou foi uma dieta restritiva e o boxe. Atualmente, apesar de eu me achar atraente, sinto uma dor inexplicável.

— Você tem cinco minutos. — ouço a voz da estilista do lado de fora.

Visto uma calcinha underwear boxe preta e um top da mesma cor, em seguida, coloco uma calça preta reta e minimamente larga, dando um destaque único para meu abdômen – definido graças ao boxe –, e a marca em si, já que a calça não cobriu o nome da Calvin Klein presente na calcinha.

Me encaro no espelho por alguns segundos, passando o dedo devagar pelo meu piercing da sombrancelha antes de respirar fundo.

Quando chego no estúdio, as luzes neutras apontadas para um fundo branco me faz sentir um nó no estômago. Comprimento o fotógrafo e me sento em uma cadeira de madeira rústica, deixando as mãos atrás das costas e um semblante fechado no rosto. As fotos começaram a ser tiradas, valorizando todos meus ângulos.

— Você está indo muito bem. — a estilista parabenizou, me dando algumas sugestões de poses.

A cada flash, uma pose diferente. Desta vez, me levanto e enfio uma parte da mão dentro da calça, deixando somente a parte "Calvin" à mostra e deixo um sorriso sincero ocupar meus lábios. O fotógrafo mostrou uma expressão satisfeita, indicando que estava gostando.

dopamina | billie eilish Onde histórias criam vida. Descubra agora