Vem ser minha

511 73 12
                                    

Selena

Trouxe Cecília aqui no mercado para comprar algumas coisas pra nossa "noite das meninas", como ela mesma apelidou.

-A gente podia fazer fondue, o que você acha? — ela fala e se vira para mim que estou atrás dela empurrando o carrinho

-Ótima ideia, escolhe aí o que você vai querer levar — digo e ela ja se dirige aos chocolates

Ela pega um tanto razoável e vai escolher as outras coisas.

As vezes eu me pego pensando o quão sortuda é a pessoa que beija ela, mas depois eu lembro que sou eu. Ai ai sorte a minha.

-Ei! Você tá escutando? — vejo a mão de Cecília balançar na frente do meu rosto

-Perdão, não te ouvi

-Tá, eu sei que sou muito linda, mas presta atenção

-Nem vem Cecília — digo e vou andando com o carrinho

-A gente pode assistir um filme — ela fala assim que me alcança

-Pânico? — proponho e olho pra ela

-Não gosto de filme de terror

-Isso nem pode ser considerado um filme de terror, tá mais pra comédia — digo e ela torna uma feição desconfiada

-Uma matança danada é comédia agora? — dou de ombros

-Como se você fosse a pessoa mais inocente do mundo e que nunca pegou uma arma na mão

-Mas é diferente — ela diz e volta a andar olhando as prateleiras

-Já pegou tudo? — ela assente —Então vamos — vou me dirigindo ao caixa e ela vem junto

Depois que já pagamos tudo, já é 16:30, então vamos guardar as coisas lá no meu quarto pra depois voltar lá pra garagem.

-Pega aqui — escolho as sacolas mais leves pra ela e pego o resto

Abro a porta e por algum milagre eu arrumei o quarto hoje, ainda bem, imagina que mico trazer ela aqui e estar tudo uma zona.

-Nossa, que organizada, meu quarto só não é assim porque a Nalla mora comigo — ela diz deixando as coisas na mesinha de centro da sala

-Sei — rio

-É sério — ela põe as mãos na cintura enquanto me observa colocar as coisas que estou carregando junto com as que ela estava carregando

-Já que você diz — falo sorrindo por saber que com certeza ela não é organizada, mas estar fingindo acreditar

-Você não tá acreditando? — ela para na minha frente

-Tô sim — ela me olha com uma cara de quem diz "fala a verdade" — mentira, tô nada

-Que absurdo, você não acredita na sua "melhor amiga"? — não, pera aí, melhor amiga?

Ela deve ter percebido a minha expressão, porque ela parou, pensou e ia falar algo, mas logo para

-Melhor amiga? — resolvo falar primeiro

-E-eu... a gente... O que nós somos? — Cecília e sua habilidade de me deixar sem respostas

-Melhores amigas não se beijam, Cecília — melhor começar pelo o que não somos

-Mas nós também não temos uma "amizade colorida" —ela faz aspas com as mãos

-Ficantes então? — eu sugiro, mesmo sabendo que não lidaria bem vendo ela ficar com outras pessoas

-Fechado — ela diz tão rápido, o que é um pouco preocupante, afinal assim ela tem a possibilidade beijar outras pessoas

-Ok — passo por ela — vamos? As meninas queriam fazer alguma coisa depois do trabalho — digo saindo do quarto, ela arregala o olho e me segue como se estivesse impressionada

Talvez a minha reação rápida e ter tratado como algo cotidiano não tenha sido a melhor. Mas foi porque eu tenho medo de me empolgar demais e ela me achar emocionada.

-Você tem ficado com outras pessoas? — Cecília solta enquanto eu dirijo, me fazendo engasgar com minha própria saliva

-É-é a última vez que eu fiquei com outra pessoa foi na noite do dia que você voltou, por quê? Você tem outros ficantes?

A resposta que eu dei pra ela é uma coisa que eu tenho me recusado a acreditar. Não é possível que por ela eu tenha me fechado totalmente para outras relações.

Durante o período que ela estava no hospital eu até ficava com outras pessoas, tanto é que o Maicon e a Merlin já eram quase "ficantes premium". Mas agora... não tenho mantido contato com ninguém.

-A única com quem eu tô tendo tempo e paciência pra ter um relacionamento agora é a minha cama, Selena. Tirando isso, só você mesmo — ela diz com naturalidade e coloca a playlist dela no carro

Muita informação pra pouco tempo, acho que meu cérebro tá parando de cerebrar.

Eu tô tipo gritando de felicidade por dentro. E eu amo isso.

Chegamos na garagem e como um instinto natural eu seguro a mão de Cecília ao sair do carro.

E não muito diferente das outras vezes as meninas olham para nós. Cecília por sua vez solta a minha mão quando chegamos perto delas, o que me deixa um pouco confusa, mas... ok.

Me sento do lado de Nasser e Lua, e tento me concentrar no assunto o que não funciona muito bem. Estou ocupada demais olhando para Cecília que está na minha frente na rodinha que foi se formando aos poucos.

Ela toma toda a minha atenção desde os momentos que está calada, somente observando -são poucos, porém preciosos- até os momentos em que aquele sotaque carioca maravilhoso sobressai na conversa.

Nesse meio tempo elas decidem ir à um restaurante, pique bar, para a gente curtir um pouco.

Já estamos aqui, o espaço é grande, mais da metade de nós acupa a pista de dança. Quanto a mim, estou esperando uma bebida que pedi. Desde que chegamos, bastante gente chegou em mim, e eu recusei todas. Não tô afim que beijar, pelo menos, não pessoas aleatórias.

Pego uma bebida e sinto um olhar pesar sobre mim, olho para os lados tentando identificá-lo, mas sem sucesso. Não demora muito para que eu sinta uma mão rodear minha cintura.

-A madame me concede essa dança? — oh céus, é Cecília. É a cara dela me chamar pra dançar em uma música nada haver

-Claro — viro o resto da bebida na minha boca e vou para a pista com ela, está tocando qualquer bobagem que toca em festa, mas o que importa é a sensação do momento.

———————————————————
Oie sweethearts, gostaram?
Estamos na reta final, acredito que o próximo seja o penúltimo, mas estou pensando no capítulo final, acho que vocês vão amar.
Não se esqueçam de votar e comentar. Hoje vou pedir para que quem não me segue, para me seguir, para que vocês fiquem dentro das novidades a comunicados.
Beijos.
-AUTORA

You will be my girl - CECILENAOnde histórias criam vida. Descubra agora