A Visão Proibida

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Snape entrou em seu escritório, fechando a porta com um estalo silencioso. A sala, normalmente imersa em uma penumbra tranquila, parecia refletir seu estado de espírito perturbado. Ele se dirigiu para sua mesa, onde uma pilha de papéis e frascos de poções estavam meticulosamente organizados, mas hoje seus olhos estavam distantes e seu pensamento estava longe da prática habitual.

Sentou-se na cadeira de couro, olhando para a pilha de documentos, mas sem realmente ver nada. Sua mente estava ocupada com o que havia acontecido durante a aula de Defesa Contra as Artes das Trevas. A imagem de Sofia enfrentando o Bicho-Papão e a figura da mulher que se manifestara era um pensamento persistente. O contraste entre a imagem da mãe de Sofia e a reação dela estava inquietando-o profundamente.

**Sofia.. ela tem um passado que eu nunca imaginei que teria..** — Snape pensa, passando as mãos pelo rosto

Snape se lembrava da intensidade do sofrimento em Sofia, da maneira como sua confiança vacilou e como seu corpo tremia. Havia algo naquela experiência que ressoava com ele, algo que despertava uma empatia que ele não costumava sentir. Ele sabia que a figura do Bicho-Papão não era apenas uma manifestação de um medo trivial, mas algo muito mais profundo e pessoal para Sofia.

E, então, havia sua própria intervenção. Snape não estava acostumado a se envolver tão diretamente. Ele ponderava sobre o que o motivara a intervir dessa maneira. A proteção que ofereceu a Sofia, mesmo que contra um aluno de sua própria casa, parecia fora de lugar, mas, ao mesmo tempo, não parecia totalmente injustificável.

**Por que eu me importei tanto..?** — Snape murmura para si mesmo

Ele se levantou da cadeira e foi até a janela, olhando para os terrenos de Hogwarts, agora escurecidos pela noite. A visão da escola em repouso não oferecia as respostas que ele procurava, mas servia para acalmá-lo, mesmo que apenas um pouco.

Com um suspiro profundo, Snape voltou para sua mesa, pegou uma pena e começou a escrever em seu caderno. Seus pensamentos, suas dúvidas e suas observações sobre Sofia estavam começando a se cristalizar em algo mais concreto, mas ainda havia muito para entender. O dia tinha sido intenso e carregado de novas descobertas, e ele sabia que precisava continuar refletindo e analisando para encontrar clareza.

Enquanto escrevia, a sala ao redor de Snape parecia se encher de um silêncio profundo, como se o próprio ambiente estivesse esperando que ele encontrasse as respostas que procurava.

No dia seguinte, Sofia acordou com uma sensação de cansaço profundo, como se a noite não tivesse sido suficiente para apagar as lembranças dolorosas da experiência com o Bicho-Papão. O peso da noite anterior ainda pairava sobre ela, e o eco das palavras cruelmente acusatórias da figura persistia em sua mente.

Ela se levantou de sua cama, passando a mão pelo rosto e tentando afastar a névoa de confusão e desânimo que a envolvia. A manhã estava silenciosa e calma, uma manhã típica de Hogwarts, mas para Sofia, o dia prometia ser um desafio.

Desceu para o salão principal, onde o café da manhã estava sendo servido. Seus amigos, Hermione, Harry e Ron, já estavam lá, conversando e rindo, mas quando a viram, suas expressões mudaram para uma de preocupação.

Hermione: Bom dia, Sofi! - diz, tentando transmitir conforto com um sorriso — Como você está se sentindo hoje?

Sofia: Melhor, eu acho. Só... um pouco cansada. — força um sorriso e se senta ao lado deles

Harry: Quer conversar sobre o que aconteceu ontem? — pergunta, com uma expressão de genuína preocupação

Sofia: Não. — seu tom é cortante e sua mudança de expressão evidente

Garota Encrenca - Severus Snape Onde histórias criam vida. Descubra agora