O Novo Amanhã

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Sofia caminhava pelos corredores de Hogwarts, mas sua mente estava distante. A cada passo, a lembrança da detenção, da explosão, e principalmente do momento em que Snape a protegou, invadia seus pensamentos como um feitiço persistente. Não importava o quanto tentasse se concentrar em outra coisa, a sensação do corpo de Snape sobre o dela não a deixava em paz.

Ela conseguia lembrar com nitidez a pressão do peso dele, o calor de sua pele, e até mesmo a força com que ele a segurou contra o chão. A ideia de que Snape, sempre tão frio e distante, se aproximara dela de uma maneira tão inesperada, a deixava confusa. Era como se algo profundo dentro dela tivesse sido despertado, algo que ela não conseguia entender completamente.

**Por que isso está me afetando tanto? Ele é meu professor... é Snape, o professor mais implacável de Hogwarts. Isso não deveria significar nada. E ainda assim...** — pensa enquanto sobe as escadas para o dormitório

Ela balançou a cabeça, tentando afastar os pensamentos, mas era inútil. Cada vez que fechava os olhos, revivia aquele momento. Lembrava-se da expressão em seu rosto, tão próxima ao dela, e como, por um breve segundo, ele pareceu humano, quase vulnerável. E essa vulnerabilidade, por mais breve que fosse, era o que mais a intrigava.

Quando finalmente chegou ao dormitório, Sofia fechou a porta atrás de si e se jogou na cama, encarando o teto. Tentou se convencer de que tudo aquilo não significava nada, que o que Snape fizera era apenas uma reação instintiva, um ato de proteger um aluno em perigo. Mas havia algo mais, algo que ela não conseguia definir, que a deixava inquieta.

Ela se revirou na cama, tentando encontrar uma posição confortável, mas seu corpo parecia estar em chamas, a pele ainda tingida pela lembrança do toque dele. Sofia sabia que deveria odiá-lo, que deveria estar planejando sua próxima vingança. Mas, em vez disso, seus pensamentos se voltavam para aquele momento em que ele a protegera, e como ela se sentira segura, mesmo em meio ao caos.

**Eu não posso me deixar levar por isso. Ele é meu professor, e não há nada além de ódio entre nós... certo?** — Sofia pensa, com uma mistura de frustração e confusão

Mas, por mais que tentasse convencer a si mesma, Sofia sabia que algo estava mudando dentro dela. Snape não era mais apenas o professor cruel que a atormentava. Ele era agora alguém que a tinha protegido, que a havia tocado de uma maneira que ninguém mais havia feito.

Com um suspiro, Sofia fechou os olhos, esperando que o sono viesse e a livrasse de seus pensamentos. Mas a imagem de Snape continuava lá, tão vívida quanto antes, e ela sabia que, não importa o quanto tentasse, não poderia simplesmente ignorar o que sentia.

No subsolo de Hogwarts, em seus aposentos privados, Severus Snape estava sentado em sua poltrona, uma taça de vinho na mão e a lareira lançando sombras dançantes pelas paredes de pedra. O fogo crepitava suavemente, mas não conseguia aquecer a mente do mestre de Poções, que estava inquieta e perturbada como há muito tempo não se sentia.

A imagem de Sofia, o olhar dela cheio de surpresa e talvez um toque de algo mais quando ele a salvou da explosão, estava gravada em sua mente. Snape havia enfrentado situações perigosas muitas vezes, mas nunca reagira de forma tão... instintiva.

**O que foi isso, Severus? Você agiu por impulso, sem pensar, como se ela fosse... importante.** — Snape pensa, enquanto toma um gole de vinho

Essa última palavra o incomodava profundamente. Por que Sofia, uma aluna rebelde e insolente, estava conseguindo mexer com ele de uma forma que ninguém mais conseguira? Snape se orgulhava de seu autocontrole, de sua capacidade de manter a distância emocional de qualquer um. E, no entanto, ali estava ele, revisitando mentalmente o momento em que sentiu o corpo dela sob o seu, como se estivesse em busca de alguma explicação.

Garota Encrenca - Severus Snape Onde histórias criam vida. Descubra agora