Garota Encrenca - Severus Snape

Entre Novos Olhares

Na manhã seguinte, Sofia estava no Salão Principal para o café da manhã, tentando agir normalmente. Harry, Ron, Hermione e Luna estavam lá, conversando sobre as aulas e planos para o fim de semana. Eles notaram que Sofia estava mais calada do que o habitual, mas ela apenas disse que estava cansada e eles não pressionaram o assunto. Contudo, enquanto tentava se concentrar em uma conversa com Hermione sobre um ensaio de Herbologia, Sofia sentiu um olhar fixo nela. Quando ergueu os olhos, viu Snape à distância, observando-a. O coração dela disparou, e ela rapidamente desviou o olhar, sentindo o rosto esquentar.

Sofia sabia que estava entrando em um território perigoso. Não apenas por causa das regras de Hogwarts, mas também porque não sabia como lidar com seus próprios sentimentos. Ela nunca havia pensado em Snape dessa maneira antes, mas algo havia mudado desde aquele beijo. Ela não conseguia mais vê-lo apenas como o professor severo e impiedoso, agora, ele era algo mais, algo que a atraía de uma maneira que ela não conseguia explicar.

Ao longo dos dias seguintes, Sofia e Snape começaram a passar mais tempo juntos, mas sempre de maneira sutil. Inicialmente, Sofia encontrava desculpas para estar perto dele. Talvez precisasse de ajuda extra com uma poção complicada, ou talvez houvesse algo em suas anotações que precisasse de esclarecimento. Snape, que normalmente teria dispensado um aluno com uma resposta curta, agora a deixava ficar, mantendo a porta sempre entreaberta, para que ninguém suspeitasse.

Essas sessões começaram de forma inócua, mas logo se tornaram algo mais. Eles conversavam sobre assuntos triviais no início, mas aos poucos, as conversas passaram a se aprofundar. Snape, que sempre mantinha uma barreira intransponível entre ele e seus alunos, começou a baixar a guarda, permitindo que Sofia visse um lado dele que poucos conheciam. Ele falava sobre poções, claro, mas também sobre as pressões de seu papel em Hogwarts e, ocasionalmente, deixava escapar algum detalhe de seu passado.

Para Sofia, esses momentos juntos eram uma mistura de ansiedade e conforto. Ela se sentia nervosa ao estar tão próxima de Snape, mas também inexplicavelmente segura, como se, de alguma forma, ele fosse a única pessoa no mundo que realmente entendesse suas lutas internas. E enquanto eles passavam mais tempo juntos, a tensão entre eles se intensificava, até que era palpável em cada olhar trocado, cada toque acidental.

Durante uma tarde particularmente silenciosa no escritório de Snape, eles estavam revisando uma poção avançada, e suas mãos se tocaram. Não foi nada planejado, apenas o resultado de ambos alcançando o mesmo frasco ao mesmo tempo. Mas o contato fez o tempo parar. Snape não afastou a mão imediatamente, e Sofia também não. Eles permaneceram assim por alguns segundos, a eletricidade do momento zumbindo no ar entre eles. Quando Snape finalmente afastou a mão, seus olhos encontraram os de Sofia, e algo passou entre eles algo que não precisava de palavras para ser compreendido.

A partir desse momento, tudo começou a mudar. As desculpas de Sofia para vê-lo se tornaram menos convincentes, e Snape começou a ceder mais facilmente. Não demorou muito para que Sofia começasse a visitá-lo sem pretexto algum, e ele não a mandava embora. Pelo contrário, parecia estar esperando por ela, a tensão entre eles aumentando a cada encontro.

O corredor estava silencioso, com a luz fraca das tochas projetando sombras nas paredes de pedra. Eles se encontraram sob uma escada escondida, um local que oferecia um refúgio discreto para suas emoções intensas.

Snape estava encostado na parede embaixo da escada, seu olhar fixo em Sofia, que se aproximava com um misto de determinação e vulnerabilidade. O espaço confinado e a penumbra ao redor criavam uma atmosfera íntima, que parecia propícia para a revelação de sentimentos profundos.

Snape: Sofia, precisamos falar sobre o que estamos fazendo.

Sofia olhou para ele, seus olhos se estreitando levemente. Ela sabia que essa conversa viria, mas isso não tornava as coisas mais fáceis.