A Trilha das Sombras

544 53 37
                                    

Na manhã seguinte, Sofia acordou cedo, determinada a cumprir sua missão. Após um café da manhã simples, ela se despediu de sua tia, que estava ocupada na cozinha.

Sofia: Bom dia, tia. Hoje eu vou dar uma volta pelo centro de Londres.. — faz uma breve pausa — Eu.. preciso ver ela..

Sua tia, percebendo a seriedade no tom de Sofia, acenou com a cabeça.

Tia Amelia: Sofia, você quer que eu vá com você..? — ela pergunta

Sofia: Não, eu preciso desse momento.

Snape havia começado sua manhã de forma diferente do habitual. Após um café da manhã tranquilo em sua residência em Hogwarts, ele decidiu que precisava de um tempo para si mesmo, longe das paredes do castelo e da rotina diária.

Com uma sensação de desconexão das suas responsabilidades habituais, Snape decidiu explorar o centro de Londres. Ele não tinha um destino específico em mente, sua intenção era apenas escapar do ambiente familiar e encontrar um pouco de paz. Assim, ele se dirigiu à estação de trem e pegou um trem para a cidade.

O centro de Londres estava vibrante e agitado, com a movimentação diária de pessoas apressadas, turistas e vendedores ambulantes. Snape, com seu traje escuro e aparência austera, caminhava pelas ruas com uma expressão contemplativa. Ele passava pelas lojas e cafés, mas não se permitia se distrair com as atrações turísticas. Seu olhar estava fixo no horizonte, refletindo sobre sua vida e suas recentes interações com os alunos em Hogwarts.

Sofia saiu de casa e tomou um transporte até o centro de Londres. A cidade estava começando a se agitar, mas ela seguiu com um propósito claro. Após um curto trajeto, chegou a um antigo cemitério, conhecido por seu ambiente tranquilo e solene. As lápides antigas e as árvores majestosas criavam uma atmosfera calma e respeitosa.

Enquanto Sofia caminhava entre os túmulos, o som das folhas secas sob seus pés era o único barulho que perturbava o silêncio. Ela parecia concentrada e introspectiva, como se estivesse se preparando mentalmente para o que estava por vir. Snape, que estava nas proximidades para lidar com alguns assuntos pessoais, avistou Sofia e, curioso, decidiu segui-la discretamente. Ele mantinha uma distância respeitosa, observando com uma combinação de interesse e cautela.

**O que será que ela está fazendo aqui..?** — Snape pensa enquanto a segue cautelosamente

Sofia se aproximou de um túmulo específico, uma lápide simples adornada com algumas flores murchas. Ela parou em frente à lápide e, com um gesto cuidadoso, retirou o cordão que carregava ao redor do pescoço. O cordão tinha uma pequena foto de uma bebê, uma imagem que Snape havia visto anteriormente e que agora fazia sentido.

Sofia: Oi, maninha... Eu vim aqui te ver. Espero que esteja em paz. Sinto muito por não ter passado mais tempo com você. — murmura suavemente

Sofia inclinou-se em frente ao túmulo, colocando o cordão ao lado da lápide. As lágrimas começavam a rolar por seu rosto enquanto ela falava com ternura e tristeza. A cena era tocante e profundamente pessoal, e Snape se manteve escondido entre as sombras das árvores, respeitando o espaço de Sofia e o momento íntimo.

**Então aquela bebê era..** — Snape interrompe seus pensamentos

Ele observou enquanto Sofia, após alguns minutos, se levantava, limpava as lágrimas e dava um último olhar para o túmulo. Com uma expressão de paz misturada com dor, ela começou a se afastar lentamente, seu passo firme e decidido.

Após observar Sofia deixar o cemitério, Snape se aproximou da lápide. Ele permaneceu em silêncio, o peso do que havia testemunhado ainda pairando sobre ele. A visão de Sofia se despedindo de sua irmãzinha, tão vulnerável e sincera, o havia tocado profundamente.

Snape olhou para a lápide, onde Sofia havia deixado o cordão com a foto da bebê. Com um gesto ponderado, ele murmurou um feitiço que fez um buquê de flores ser gerado, e o colocou gentilmente ao lado da lápide. O gesto era simples, mas carregava um significado profundo de respeito e solidariedade. As flores estavas colocadas com cuidado, refletindo o reconhecimento de Snape pela dor e pela perda de Sofia.

**Paz para você também, pequena.** — Snape murmura para si mesmo

Depois de deixar a flor, Snape se afastou da lápide e se dirigiu para fora do cemitério, sua mente em turbilhão. O ato de colocar a flor era um símbolo de sua própria introspecção e um reconhecimento da profundidade das emoções que ele havia visto em Sofia. Ao se distanciar, ele sentiu que havia dado um passo em direção à compreensão de suas próprias emoções e à complexidade de sua relação com Sofia.

Após o gesto de Snape no cemitério, ele retornou a Hogwarts com a mente carregada de reflexões sobre o que havia testemunhado. A visão de Sofia em um momento tão pessoal e emocional havia deixado uma marca significativa nele, e ele se sentia compelido a processar essa nova perspectiva sobre ela.

De volta ao castelo, Snape voltou às suas tarefas com um novo foco. No entanto, o pensamento de Sofia e a imagem da lápide com a flor continuavam a ressoar em sua mente. Ele passava mais tempo revisando suas anotações e preparando as aulas, mas o peso do encontro o fazia questionar seus sentimentos e suas ações anteriores em relação a Sofia.

Enquanto isso, Sofia voltou para a casa de sua tia, sentindo uma mistura de alívio e melancolia após a visita ao cemitério.

Tia Amelia: Querida.. como foi..? — pergunta com um tristeza carregada

Sofia: Triste, mas eu precisava disso.. — algumas lágrimas escapam

A tia de Sofia a abraça, enquanto ela desaba em lágrimas, algo que raramente acontecia. Sofia Diggory, a encrenqueira, que não tem medo de nada e ninguém estava em um momento vulnerável.

Garota Encrenca - Severus Snape Onde histórias criam vida. Descubra agora