Entre Luzes Silenciosas

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Na manhã seguinte, o quarto de Snape estava imerso em uma calmaria suave, iluminado pela luz dourada do sol que filtrava pelas cortinas pesadas. O calor da noite anterior ainda parecia pairar no ar, como uma lembrança silenciosa de tudo que haviam compartilhado.

Sofia foi a primeira a despertar, seus olhos piscando lentamente enquanto se acostumava com a luz suave. Ela sentiu o calor do corpo de Snape antes mesmo de abrir completamente os olhos. Seu corpo estava ainda aninhado sobre o peito dele, e ela podia sentir a leveza de sua respiração calma sob sua cabeça. A sensação era tranquila, quase irreal, como se o tempo tivesse desacelerado para permitir que aquele momento durasse um pouco mais.

O braço de Snape estava firmemente em volta dela, mantendo-a próxima, como se mesmo durante o sono ele não quisesse deixá-la ir. Ela sentiu o peso de sua mão repousando levemente em suas costas, enquanto o outro braço estava dobrado ao lado, embaixo dela, oferecendo o conforto que a havia mantido dormindo a noite inteira.

Sofia se aconchegou um pouco mais contra o peito dele, ouvindo o som constante e ritmado de seu coração, que agora batia de maneira serena. A sensação de segurança e proximidade a fez suspirar suavemente, como se estivesse se afundando mais naquele momento, querendo gravá-lo na memória.

Ela levantou a cabeça um pouco, o suficiente para olhar o rosto de Snape. Ele ainda estava adormecido, sua expressão relaxada de uma forma que ela raramente havia visto. A tensão habitual que marcava suas feições havia desaparecido, substituída por um semblante calmo e quase vulnerável. A linha de sua mandíbula estava suavemente delineada pela luz da manhã, e seus cabelos negros caíam displicentes sobre o travesseiro.

Sofia não conseguiu evitar um leve sorriso ao vê-lo assim, tão diferente do Snape que todos conheciam. Ela sabia que ele não mostrava essa faceta para ninguém, e agora, ali, ela se sentia privilegiada por poder vê-lo assim.

Enquanto ela o observava, Snape começou a se mexer lentamente, como se sentisse a presença dela o observando. Seus olhos abriram-se gradualmente, revelando aquele olhar intenso que Sofia conhecia bem, mas que agora estava suavizado pelo resquício do sono. Ele a fitou por um momento, sem dizer nada, apenas deixando os olhos vagarem pelo rosto dela, como se estivesse se certificando de que ela realmente estava ali, deitada sobre seu peito.

Snape: Você ainda está aqui... — diz com a voz rouca do sono

Ele disse, como se estivesse surpreso e, ao mesmo tempo, aliviado. Havia uma suavidade rara em seu tom, algo quase doce que ela não costumava ouvir.

Sofia: Onde mais eu estaria? — sussurra, sorrindo com seu corpo ainda relaxado contra o dele

Snape soltou uma leve exalação, como se o peso de qualquer preocupação invisível que tivesse se dissipasse ao ouvir aquelas palavras. Com um movimento lento, ele acariciou as costas de Sofia, os dedos traçando círculos gentis em sua pele, como se quisesse prolongar aquele contato.

Eles permaneceram assim por mais alguns minutos, sem pressa de se levantar. A cama os envolvia em um casulo de conforto e tranquilidade, e o tempo parecia ser algo distante. Para ambos, aquele era um momento raro, longe dos olhares críticos e das pressões externas. Ali, na quietude de seu quarto, eram apenas eles, sem títulos ou barreiras.

Finalmente, Snape quebrou o silêncio, sua voz ainda suave, mas com uma pitada de curiosidade.

Snape: Obrigado por ontem.. eu tenho a melhor namorada que poderia imaginar, Sofia.. — faz uma breve pausa — Você me fez sentir coisas que eu havia enterrado a anos.

Sofia se moveu ligeiramente, apoiando-se em um dos braços para encará-lo de frente.

Sofia: Quem diria.. Sofia Diggory, a garota encrenca e Severus Snape, o professor mais temido de Hogwarts juntos..

Garota Encrenca - Severus Snape Onde histórias criam vida. Descubra agora