Stênio narrando...
Chego no escritório e vou direto pra minha sala e não saio de lá até a hora do almoço, confesso que pensei várias vezes em mandar uma mensagem pra Heloisa perguntando se ela já tinha almoçado, mas decidi fazer diferente dessa vez, eu não iria atrás. Após o almoço tive uma reunião com a Laís, a tempos precisávamos de mais um advogado com a gente e parece que ela encontrou um, ou melhor, uma.
Segundo ela, a mulher é uma colega antiga e muito boa no que faz, Laís só tinha bons elogios pra ela e a moça também tinha boas recomendações, então não vi motivos para não concordar.Lais: E então, o que você acha?
Eu: Não vejo motivos para não aceitar, o currículo é bom, por mim tudo bem.
Lais: Posso ligar pra ela então e pedir pra ela vir aqui pra gente conversar?
Eu: Pode sim, mas e você, ainda vai me deixar?
Lais: Não vou, desistimos de nos mudar.
Eu: Por que? - tento disfarçar a alegria, não queria que ela fosse embora, mas também não queria ser egoísta e pedir pra ela ficar.
Lais: Ah, nosso lugar é aqui, nossos empregos são aqui, não tem por que ir embora.
Eu: Tá feliz?
Lais: Muito feliz.
Eu: Ai que bom, eu ia ficar muito triste se você fosse embora. - Me levanto e puxo ela pra um abraço. - Tô muito feliz que vai ficar.
Lais: Bom saber. - Ela se afasta rindo e volta pra sua cadeira.
Me despeço da Lais e digo que vou voltar pra minha sala, atendo alguns clientes durante todo o dia e no fim da tarde procuro Lais mais uma vez pra falar sobre um cliente e ela me chama pra irmos num café que tem aqui perto do escritorio, mas no caminho Olivia me aborda e diz que tenho visitas na minha sala.
Continuei meu caminho imaginando que seria algum cliente, mas ao chegar na sala, me deparo com Helô parada segurando um buquê de flores nas mãos.Helô: Oi. - Não respondo, estava surpreso por ela estar aqui, ainda mais com flores. - São pra você.
Ela me estende e eu continuo na mesma posição, é claro que gostei de ver ela aqui e das flores, só não estou entendendo, ela não é assim.
Eu: O que tá fazendo?
Helô: Tentando consertar a burrada que eu fiz, eu sei que errei feio com você.
Eu: Ah você sabe? É novidade pra mim ver você assumindo um erro, eu sou sempre o culpado de tudo.
Helô: Pô Stenio, eu tô tentando... - Ela abaixa a cabeça e encara os pés, nervosa com a situação.
Eu sei que está sendo muito difícil pra ela vir até aqui e assumir pra mim que errou, e confesso que me corta o coração ser tão duro assim com ela, ainda mais eu que sou um bobo apaixonado e faço tudo o que ela quer. Mas eu não posso simplesmente deixar o amor que sinto por ela falar mais alto e deixar ela me tratar da forma que quiser, sem eu poder falar o que me incomoda.
Helô: Eu sei que ficou chateado por eu ter levado o Rodrigo pra nossa casa, combinamos de não levar mais trabalho pra lá, mas é que esse caso tá muito difícil de fechar e você sabe como eu fico com casos assim. - Ela me olha depois de alguns minutos encarando o chão.
Vejo as lágrimas em seus olhos e luto contra a vontade de prender ela nos meus braços e dizer que a perdoo, mas não faço isso, não agora, apenas continuo ouvindo ela falar.
Helô: Errei também ao não intervir enquanto ele te provocava, eu só não queria piorar as coisas, não queria armar uma confusão ali. - Diz enquanto coloca as flores em cima da cadeira que os clientes usam.
Me encosto na minha mesa e cruzo os braços enquanto ela fala, logo ela se aproxima e para no meio das minhas pernas.
Helô: Fiquei esperando você me ligar, mandar uma mensagem ou até mesmo aparecer lá na delegacia me chamando pra almoçar, mas você não foi, senti sua falta. - Ela desvia o olhar pra minha boca, e vejo estampado na sua cara a vontade que ela está, de que eu a beije.
Porra, assim você me quebra Heloisa.
Eu: Confesso que fiquei tentado a te ligar, mas decidi que não ia atrás Helô, não dessa vez.
Helô: O que eu fiz foi tão ruim assim que não mereço perdão?
Eu: Você brigou comigo quando na verdade você estava errada, e ainda me chamou de infantil e dramático.
Helô: Mas eu vim até aqui te pedir desculpas.
Eu: Até agora eu não ouvi nenhum pedido de desculpas.
Helô: E eu assumir que errei não conta?
Eu: Você acha que conta? - Conta, conta muito, mas eu quero te torturar só mais um pouquinho.
Helô: Tudo bem Stênio, já vi que não vai me desculpar, ok. - Ela sai de perto de mim e se vira pra pegar sua bolsa.
Eu: Aonde você vai? - Caminho atrás dela, que já estava perto da porta.
Helô: Embora!
Ah mas não vai mesmo, nem pensar que vou te deixar sair daqui sem mim Heloisa.
Antes dela conseguir abrir a porta por completo, eu a fecho novamente com certa forca, e prendo o corpo dela entre o meu, deixando nossos rostos a centímetros de distância.Helô: Me solta Stênio. - Aperto mais meu corpo sobre o dela e ouço um suspiro sair de sua boca.
Eu: Você não vai a lugar algum.
Helô: Vou sim, não tenho mais nada pra fazer aqui. - Levo minha mão até a sua nuca e puxo os cabelos, deixando sua boca colada na minha.
Eu: Será que não? - Passo meu nariz pelo seu pescoço e subo pelo maxilar até chegar na sua boca mais uma vez. - Esse seu cheiro me deixa louco.
Helô: Para Stênio.. me solta.
Ao invés de soltar eu puxo mais uma vez seus cabelos e junto nossos lábios.
Como resposta, ela deixa a bolsa cair no chão e agarra meu blazer, me trazendo pra mais perto, como se fosse possível.
Depois de algum tempo nos beijando ela se afasta, da um tapinha no meu rosto e no meu braço, e diz que agora quem está brava comigo é ela.Helô: Eu deveria ir embora e te deixar aqui, pra você parar com essas gracinhas.
Tento me aproximar pra dar mais um beijo nela, mas ela vira o rosto e tenta se afastar, com um bico gigante.
Eu: Brava, linda. - Dou um cheiro no seu pescoço e ela se derrete todinha. - E minha, só minha.
Helô: Só sua? - Ela sussurra. - Quem disse?
Eu: Heloisa!! - Ela ri e me beija em seguida.
Ficamos assim por mais alguns minutos até ela me chamar pra ir pra casa e eu obedecer, como o belo cachorrinho que sou, obedecendo sua dona.
Eu: Amei as flores, obrigada.
Helô: Foi ideia da Yone.
Eu: Me lembre de agradecer ela depois.
E assim, juntinhos como se nada tivesse acontecido, nós saímos do escritório e fomos pra casa, no caminho liguei pra Creusa e pedi pra ela fazer o tal bolo de chocolate pra Helô, e puder ver o sorriso gigante que se formou no rosto dela ao meu lado.
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E no final, seremos sempre você e eu.
FanfictionA fic contará a história deles já a partir do 3° casamento, com brigas e reconciliações, reencontros de amizades do passado e novas amizades que abalará a relação do casal. Espero que gostem!