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— Espera Carol... — Tentou S/N, enquanto sentia um suor frio escorrendo por seu rosto. — Isso... isso não é o que parece. — Gagejou, tentando encontrar alguma desculpa que parecesse plausível.

Carol riu sarcasticamente, sem acreditar em uma palavra sequer. — Ah, claro, porque o que parece é que vocês duas estavam quase se engolindo vivas. — Ela olhou para S/N com uma expressão dura. — E quando foi que isso começou? — Foi direta, não escondia em seu rosto o quanto estava decepcionada com ambas.

Priscila, ainda tentando retomar o controle da situação, respondeu rapidamente: — Só agora, Carol. Isso... isso foi um impulso. Nada mais.

A morena bufou, revirando os olhos. — Um impulso? Pelo jeito que vocês estavam, parecia tudo, menos um impulso. — Ela olhou diretamente para S/N, o olhar carregado de raiva. — E a Julia? Você ao menos pensou em algum momento no que ela vai sentir quando souber disso?

S/N engoliu em seco, sentindo o peso da culpa bater com força. — Carol, por favor, não conta pra ela. Foi só um... deslize. Ela não precisa saber disso. — Ela tentou manter a voz calma, mas o nervosismo era evidente.

Carol deu um passo à frente, o dedo do meio levantado na direção da jovem. — Vai se fuder, S/N. — A voz dela estava cheia de desprezo. — E eu vou contar pra ela, a menos que você me diga agora mesmo desde quando vocês duas começaram a ficar.

S/N hesitou, olhando para Priscila, que mantinha os olhos fixos em Carol, tentando parecer indiferente. Mas o olhar insistente de Carol exigia uma resposta. Ela sabia que não tinha muito tempo para pensar.

— Não é o que você está pensando, Carol. — Priscila tentou intervir, mas Carol a interrompeu imediatamente.

— Eu não estou falando com você. — Ela disparou. — Quero saber da S/N. E vou saber, nem que seja à força.

S/N respirou fundo, sentindo o peso de todas as decisões erradas dos últimos meses cair sobre seus ombros. Ela sabia que não poderia mentir, mas também sabia que a verdade teria um custo alto demais. — Tem ano e meio, mas nós terminamos. — Admitiu finalmente, a voz cheia de pesar. — Ela não queria que ninguém soubesse. — Aprontou para Priscila.

Carol bufou novamente, balançando a cabeça. — Claro, porque esconder tudo sempre é a melhor solução, não é? — Ela cruzou os braços, olhando para a loira com desgosto. — Vocês duas estão brincando com fogo, e quem vai se queimar sou eu.

Priscila, irritada com a maneira como Carol falava, tentou mais uma vez intervir. — Isso não é problema seu, Carol.

— O meu cu que não é! — Ela rebateu, agora visivelmente furiosa. — Eu me importo com a Julia, muito mais do que vocês duas parecem se importar.

S/N tentou argumentar, mas a expressão de Carol era clara: ela não queria ouvir. Priscila olhou para S/N e balançou a cabeça. Ela sabia que precisavam de uma solução rápida, mas a verdade estava em risco de ser exposta da pior maneira possível.

A morena virou-se para sair, mas S/N a chamou. — Carol, espera. — Ela suspirou profundamente. — Eu não queria que as coisas chegassem a esse ponto. Vou falar com a Julia, mas do meu jeito.

Carol lançou um olhar de advertência, cruzando os braços novamente. — Tem até o final do dia, S/N. Se não, eu mesma falo. E, se eu descobrir que você mentiu... — Ela deixou a ameaça pairar no ar. S/N assentiu, resignada. Sabia que não tinha outra escolha.

Carol saiu do quarto, batendo a porta com força. O som ecoou pelo ambiente, deixando um rastro de tensão no ar. Priscila e S/N ficaram ali, imóveis, enquanto o silêncio se instalava entre elas, pesado e denso. A respiração de S/N estava entrecortada, e ela tentava processar o que tinha acabado de acontecer.

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