'conexão

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A atmosfera no quarto mudou repentinamente com a batida suave na porta. S/N e Priscila estavam mergulhadas em seu próprio mundo, mas a chamada da realidade logo se impôs. S/N sentiu um frio na barriga ao perceber que Zé Roberto e Lúcia estavam ali, prontos para entrar. Ela trocou um olhar significativo com Daroit, que estava sentindo a mesma tensão.

— Posso entrar? — A voz de Zé Roberto ressoou do outro lado, um tom cheio de emoção.

— Claro que pode pai. — S/N respondeu, tentando soar confiante, mesmo com a incerteza borbulhando dentro dela.

A porta se abriu lentamente, e a figura imponente de Zé Roberto apareceu. Seu olhar era uma mistura de alívio e preocupação, enquanto Lúcia entrava logo atrás, com os olhos marejados de lágrimas. Assim que seus olhares se encontraram, a sala ficou carregada de emoção. Zé Roberto engoliu em seco, como se as palavras estivessem entaladas em sua garganta.

S/N sentiu o coração acelerar, um nó na garganta enquanto observava seu pai lutando contra as emoções. Ele se aproximou, e o olhar dele refletia uma vulnerabilidade que ela raramente via. Ele passou a mão pelos cabelos, claramente nervoso. Lúcia, por sua vez, já não conseguiu segurar as lágrimas e se aproximou, envolvendo S/N em um abraço apertado. Era um abraço que falava mais do que qualquer palavra poderia expressar, um laço que tinha sido testado e fortalecido pelas dificuldades que enfrentaram. S/N respirou fundo, sentindo o calor do corpo da mãe e o cheiro familiar de seu perfume.

— Eu sinto tanto por tudo isso, meu amor. — Lúcia disse, a voz embargada. — Nunca pensei que talvez perderíamos você.

S/N fechou os olhos, permitindo que as lágrimas finalmente escorressem. — Eu também sinto muito... Por ter brigado com vocês. Por ter deixado tudo isso chegar a esse ponto.

Zé Roberto finalmente se aproximou, os olhos dele brilhando com lágrimas contidas. Ele parecia hesitar por um momento, mas finalmente se inclinou para ela, segurando sua mão com força.

— Eu estava tão perdido com a ideia de te perder... — Sua voz falhou novamente, e S/N viu o homem forte que sempre conheceu, agora vulnerável e emocionado. — Nunca mais quero que isso aconteça, filha. Você é tudo que eu tenho.

O peso das palavras de Zé Roberto pairava no ar, e S/N se sentiu ainda mais culpada. — Eu não quero que você sofra por minha causa, pai. Estou aqui, eu tô viva.

Priscila, que havia permanecido em silêncio observando a cena, viu que esse era um momento delicado entre S/N e seus pais. Ela decidiu que era hora de sair e deixar o espaço para que eles conversassem. Com um sorriso suave, ela se inclinou para S/N e beijou levemente sua mão.

— Vou sair um pouco. — A loira sussurrou, seu olhar transmitindo um amor e compreensão profundos.

Ela sorriu de volta. Assim que Priscila saiu, Zé Roberto e Lúcia se sentaram na beirada da cama, prontos para mergulhar nas conversas que tanto evitavam.

Ele respirou fundo, a tensão visível em seu corpo. — S/N, eu... Eu só quero que você saiba que eu me preocupei muito. Cada segundo que passei esperando notícias, eu pensei no que poderia ter feito diferente.

— Pai, tá tudo bem. — S/N interrompeu, mas ele a olhou firmemente.

— Eu sei que você é forte, mas eu também sou seu pai e não posso deixar de me preocupar. Eu vi você em uma situação que ninguém deveria ver... e isso me desesperou.

As lágrimas escorriam pelo rosto de Zé Roberto, e S/N sentiu o coração apertar. Ela queria confortá-lo, mas a dor e a angústia que ele expressava pareciam maiores do que ela poderia suportar.

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