'escolha?

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S/N acordou devagar, sentindo o calor suave de Priscila ao seu lado. Os corpos estavam entrelaçados, e por um momento, ela ficou apenas ali, aproveitando o conforto daquela proximidade. Priscila, ainda com os olhos fechados, se aconchegou mais contra o peito de S/N, soltando um suspiro preguiçoso.

— Bom dia. — Murmurou Priscila, a voz rouca de sono, sorrindo suavemente enquanto mantinha o rosto enterrado na curva do pescoço de S/N.

Ela acariciou os cabelos loiros da outra com delicadeza. — Bom dia. — Respondeu, sentindo o coração aquecer com o gesto carinhoso. — Você vai assistir ao jogo hoje?

Priscila abriu os olhos lentamente e assentiu, parecendo lembrar do compromisso. — Vou sim, combinei de ver com a Anne. — Disse ela, sua voz rouca de sono. — E depois acho que vamos sair... Eu, ela, e a Carol.

S/N assentiu, tentando não deixar transparecer qualquer desconforto. — Ah, entendi... — Respondeu, mantendo o tom casual. — Eu te deixo lá antes de voltar pra cá.

Priscila ergueu uma sobrancelha, percebendo o tom um pouco desanimado de S/N. — Você não vai assistir ao jogo? — Perguntou, levemente surpresa.

S/N suspirou e deu de ombros, desviando o olhar. — Acho que não... Tenho algumas pessoas pra atender hoje. — Tentou sorrir, mas o desânimo em sua voz era evidente.

Priscila a observou por um momento, percebendo o que S/N estava evitando dizer. Ela acariciou seu braço com suavidade, tentando aliviar a tensão. — Tem certeza? Ia ser legal ter você lá... — Sugeriu, mas S/N apenas sorriu de leve, tentando afastar qualquer sensação de desconforto.

— Tá tudo bem. — Antes que pudesse falar algo, Priscila se inclinou e a beijou suavemente.

— Você é tão fofinha, sabia?

S/N riu, divertida, e a provocou, erguendo uma sobrancelha. — Eu sei ser outras coisas também... — Ela deu um sorriso sugestivo, fazendo Priscila revirar os olhos, mas com um sorriso nos lábios.

— Boba. — A loira riu também, mas logo seu semblante ficou mais sério, e ela a encarou com gratidão nos olhos. — Obrigada, S/N.

A outra franziu a testa, confusa. — Pelo quê?

Daroit respirou fundo, mantendo o olhar fixo em S/N. — Por abrir seu coração pra mim de novo... Eu me sinto tão bem perto de você, denovo.

S/N ficou em silêncio por um momento, processando as palavras, sentindo seu peito aquecer com a sinceridade de Priscila. Ela sorriu, dessa vez sem provocação, apenas com carinho.

— Eu também me sinto assim.

S/N sentiu a brisa fresca da manhã acariciar seu rosto enquanto observava o sol nascer lentamente sobre o Rio de Janeiro. As cores do céu refletiam nas águas calmas, criando uma paisagem que contrastava com a confusão interna que sentia. Ela conferiu o celular, 6:37 da manhã. Ainda era cedo, mas a mente já estava ativa, cheia de pensamentos e questões pendentes.

Decidiu ligar para Helena, sabendo que ela atenderia qualquer chamado seu a qualquer hora. Enquanto o celular chamava, S/N respirou fundo, tentando afastar as emoções complicadas que começavam a se acumular. Priscila, ao ver S/N na varanda, se levantou silenciosamente, caminhando até a cozinha. Ela preparava café, os olhos curiosos fixos em S/N, que ainda estava ao telefone.

— Oi, Helena, bom dia... Desculpa ligar cedo assim. — A voz de S/N era baixa, quase sussurrada, para não interromper a tranquilidade da casa. — Me passa por favor quem tem pra atender hoje.

Ela ouvia Helena listar os compromissos, fazendo anotações mentais enquanto a luz suave do sol iluminava a varanda. Quando a ligação terminou, S/N deu um longo suspiro. O dia parecia cheio, mas sua mente estava em outro lugar.

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