**Capítulo Dois**
Isso era horrível, um verdadeiro inferno! Ele já havia passado por isso uma vez, mas agora, duas vezes? Yawara estava sentado em sua carteira, observando seu caderno com um olhar desinteressado enquanto coloria a folha de desenho que Brittany, sua professora, uma coiote de aparência gentil, havia distribuído para a turma. As paredes da sala de aula eram coloridas, cheias de cartazes educativos e desenhos infantis, todos espalhados de forma aparentemente caótica, mas com uma ordem implícita que as professoras claramente entendiam. O cheiro de papel, giz e tinta permeava o ambiente, um lembrete constante de que ele estava de volta àquele cenário familiar, mas que, para ele, se tornara quase uma prisão.
Sim, uma sala de aula novamente. Ele teria que suportar mais uma vez o fardo de frequentar uma instituição de ensino, e a simples ideia o deixava desconfortável. Não que Yawara tivesse uma opinião extremamente negativa sobre a escola—ele reconhecia sua importância inegável, especialmente para o desenvolvimento social e intelectual de qualquer indivíduo. Ele sabia que a escola moldava a base de uma sociedade estruturada. Mas havia um fato que ele não podia negar: a escola, por mais essencial que fosse, podia ser extremamente entediante.
Quando ele dizia "às vezes", queria realmente dizer "a maior parte do tempo". Para alguém em sua posição, era tudo ainda mais chato. Afinal, enquanto seus colegas de seis anos ainda estavam descobrindo o básico, como formas, cores, e a alfabetização básica. Yawara já havia vivido uma vida inteira como um adulto no mundo humano. A disparidade entre sua capacidade mental e a de seus colegas era absurda, tornando qualquer atividade que eles fizessem uma tarefa monótona para ele.
Pior ainda era o fato de que ele realmente não estava "estudando". O nível de educação nessa fase inicial era ridiculamente raso. As atividades consistiam em desenhar, pintar e aprender noções básicas de escrita e vocabulário que não representavam nenhum desafio para ele. Sentado ali, ele olhava para o mundo ao redor como se estivesse preso em um ciclo de repetição, onde nada o desafiava.
Mas, entre todos esses pensamentos, algo o confortava ligeiramente: ele estava um passo mais perto de voltar a ser um adulto independente. Recentemente, no dia 28 do mês 2, ele havia completado seis anos. O aniversário passou sem grandes comemorações—uma pequena festa no orfanato com bolo e alguns presentes, a maioria roupas ou brinquedos que ele pouco usaria. Ainda assim, a data marcou algo importante em sua mente. Cada aniversário era um degrau a mais na escada que o levaria de volta à independência que tanto almejava.
Havia um detalhe curioso nesse mundo que Yawara ainda não conseguia entender totalmente. O calendário, embora idêntico em muitos aspectos ao de seu antigo mundo, possuía algumas peculiaridades. A estrutura era basicamente a mesma: sete dias em uma semana, quatro semanas em média por mês, e doze meses em um ano. Porém, os nomes dos meses eram diferentes—ou melhor, estranhos. O mais bizarro é que, apesar de terem nomes, quase ninguém os usava. As pessoas simplesmente se referiam aos meses por sua sequência numérica: "mês 1", "mês 2", e assim por diante. Era uma parte interessante e peculiar da cultura desse mundo.
Isso fazia bastante sentido, afinal, sem a existência dos Romanos, não faria sentido algum os meses possuírem os mesmos nomes que em seu antigo mundo.
Yawara suspirava internamente. Ele agradecia a qualquer força cósmica que os animais não usassem os nomes dos meses com inspiração em dinossauros no cotidiano. Era ridículo o suficiente que esses nomes existissem, mas felizmente, a convenção numérica parecia ser a regra.
Deixando esses pensamentos de lado, sua mente voltou à realidade de sua situação atual. A escola em que estava matriculado era sua primeira verdadeira experiência fora do orfanato. Era um mundo novo para ele, cheio de interações e pequenos desafios sociais que ele ainda estava aprendendo a navegar. E o propósito da educação infantil nesse mundo se tornava cada vez mais claro. Do ponto de vista dele, os primeiros anos escolares serviam menos para ensinar conteúdo acadêmico e mais para socializar as crianças, permitindo que elas interagissem com outras além de seu círculo familiar ou, no caso de Yawara, o círculo social do orfanato.
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²°Chance em um Mundo De Bestas (Beastars)
FanficBem, se adaptar a novas situações são sempre difíceis! Mas humanos possuem um dom de adaptação surpreendente. Mas, ele não era mais humano, e esse mundo não era mais o mesmo que ele viveu, esse mundo era para ser somente ficção! (Essa é minha primei...