(Nota do autor: Muito obrigado por ler até aqui. Lembre-se que eu estou aberto a críticas e questionamentos a respeito da história. Sendo sincero, eu adoraria que vocês apontassem possíveis erros nos capítulos para eu corrigí-los posteriormente! Próxima atualização será na quinta!)
**11/05/111**
A cidade de Geleobra, com sua arquitetura tradicional e história profunda, ganhava vida à medida que o carro avançava pelas ruas pavimentadas. As luzes dos postes iluminavam os caminhos com um brilho laranja suave, e o tráfego começava a diminuir à medida que a noite avançava. Ryana, sempre atenta ao volante, dirigia com precisão pelas ruas estreitas e sinuosas. Ela fazia curvas suaves enquanto Juan, no banco traseiro, observava as mudanças sutis na cidade.
A cidade, fundada pouco mais de 90 anos atrás, era uma das muitas que surgiram após a devastadora guerra herbi-carni. A arquitetura de Geleobra, especialmente nos bairros mais antigos, refletia as cicatrizes daquele conflito. Casas de pedra e prédios baixos, com suas fachadas desgastadas pelo tempo, traziam uma certa melancolia ao lugar. No entanto, algumas áreas exibiam a tentativa de modernização, com prédios mais novos de concreto e vidro que se destacavam entre as construções históricas. Mesmo assim, o bairro onde eles estavam entrando tinha algo de mais desgastado, como se o tempo tivesse sido ainda mais cruel ali.
Os edifícios ao redor começavam a mostrar sinais de negligência conforme eles se aproximavam do mercado negro. As paredes de pedra, antes tão fortes e imponentes, agora estavam rachadas, com algumas fachadas cobertas por musgo e plantas daninhas que pareciam reivindicar seu lugar no concreto. Geleobra, em muitos aspectos, era uma cidade que tentava esconder suas feridas, mas em bairros como aquele, era impossível ignorá-las.
Ryana manobrou o carro com cuidado, tomando um desvio para um beco mais apertado e menos movimentado. Era uma parte da cidade que, claramente, não recebia muita atenção das autoridades. Os ladrilhos da rua estavam irregulares, com rachaduras por onde a vegetação surgia em pequenos tufos. Graffiti decorava algumas paredes, e os postes de luz piscavam esporadicamente, como se estivessem à beira de apagar completamente.
Após dirigir por mais algumas quadras, Ryana encontrou um local para estacionar o carro. O som do motor parando ecoou pela rua silenciosa. Ela abriu a porta do motorista, desceu com agilidade e se dirigiu ao banco traseiro, abrindo a porta para Juan. O grande leão do atlas desceu lentamente, sentindo o impacto do peso da idade nas articulações, mas ainda com uma postura digna. Ele olhou ao redor com um misto de nostalgia e reconhecimento. Aquele bairro em particular não havia mudado muito desde sua última visita.
"Quando foi a última vez que viajamos a Geleobra? Dois anos, talvez?" Juan perguntou, seus olhos escaneando o ambiente, como se as memórias estivessem voltando à sua mente.
Ryana, sempre prática e objetiva, respondeu enquanto ajustava seu casaco para o frio da noite. "Sim, provavelmente algo em torno desse tempo. Eu realmente não entendo por que o mercado negro ainda está em um lugar tão decadente. Parece que a qualquer momento essa rua vai desmoronar."
Juan soltou um leve riso, uma risada que trazia o cansaço dos anos e o conhecimento de alguém que já havia visto muito da vida. "Bem, a cidade foi fundada 90 anos atrás, ainda sob o peso do conflito. O mercado negro sempre foi um ponto de debate, polêmico ontem e hoje. Ele foi estabelecido aqui, na área mais pobre, para manter uma certa distância do resto da cidade."
Eles caminhavam juntos, o som abafado de seus passos ecoando pelas ruas vazias. O ar estava denso, com um leve cheiro de umidade misturado ao aroma de óleo queimado e restos de comida. As luzes das vitrines estavam fracas, e algumas lojas fechadas pareciam abandonadas há anos.
"Acho que se tornou uma parte da vida cotidiana dos carnívoros," continuou Juan. "Mudar o mercado negro agora seria como remover uma de suas fundações."
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²°Chance em um Mundo De Bestas (Beastars)
Hayran KurguBem, se adaptar a novas situações são sempre difíceis! Mas humanos possuem um dom de adaptação surpreendente. Mas, ele não era mais humano, e esse mundo não era mais o mesmo que ele viveu, esse mundo era para ser somente ficção! (Essa é minha primei...