Capítulo 11

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(Nota do autor: Novamente, me desculpem pela demora, mas, finalmente o capítulo 11 saiu! Estou aberto a críticas e opiniões! E se você meu querido leitor, puder enviar um comentário dizendo oque pensa da história até aqui, eu agradeceria muito! Os comentários realmentee deixam muito feliz! Ah, e mais uma coisa, talvez amanhã eu solte mais um capítulo!)

*15/06/111*DOMINGO

O que há de errado comigo? Pensava Yawara, enquanto se deitava contra o chão da biblioteca. A metade superior de seu corpo ocupava o tapete macio de cor azul, cujas fibras, suavemente ásperas, ofereciam uma sensação um tanto reconfortante. Já a metade inferior de seu corpo estava diretamente sobre o chão de madeira, cuja superfície fria parecia contrastar com o calor do seu próprio corpo, o mantendo ancorado ali. Ele suspirava longamente, enquanto fixava o olhar em algum ponto do teto, perdido entre as sombras e os feixes de luz que entravam pelas janelas.

Essa pergunta provavelmente já havia atormentado muitas pessoas ao longo de suas vidas. Mas, sendo sincero, ninguém tão jovem quanto ele deveria estar pensando assim, não pelo menos em uma situação normal. Enquanto a leve brisa da manhã entrava pela janela entreaberta, Yawara sentia uma mescla de tranquilidade e inquietação; a quietude do espaço ao seu redor contrastava fortemente com o tumulto em sua mente.

Hoje se completavam exatamente duas semanas desde aquele dia. Desde então, muita coisa havia mudado ao seu redor. Não, talvez "muita coisa" fosse um exagero, mas era inegável que algumas coisas haviam mudado, e isso o incomodava. Ainda conseguia lembrar-se vividamente das sensações daquela tarde – o aperto no peito, a dificuldade de respirar, a boca seca como se tivesse engolido areia.

Ele levantou as mãos à altura dos olhos, encarando-as fixamente. Sentiu um arrepio involuntário enquanto as lembranças daquilo vinham com força. Era como se pudesse sentir as mãos tremendo novamente, o suor molhando seus pelos, não apenas das mãos, mas também da nuca e da testa. O estômago havia se contraído tanto que parecia querer virar do avesso, enquanto sua cabeça rodava como se ele estivesse à beira de desmaiar. A garganta se fechando como se estivesse sufocando.

Suspirando mais uma vez, Yawara respirou de forma profunda, enchendo o peito do ar fresco que atravessava calmamente pelo seu focinho, e preenchendo confortavelmente seus pulmões. Em seguida, ele expirou pela boca, sentindo o calor escapar lentamente. O ar puro da biblioteca ajudava, mas não era suficiente para dissipar totalmente o peso que ele ainda sentia.

Ele nunca havia sentido nada igual, em nenhuma de suas vidas. Era uma sensação horrível, para dizer o mínimo. Aquilo fora uma crise de ansiedade? Claro, fazia total sentido que fosse isso. Qualquer outro diagnóstico parecia ridículo. Ele franziu a testa. A ideia de que algo assim havia acontecido com ele – com ele! – era difícil de aceitar.

Era como se o carma tivesse voltado para morder sua própria cauda. Ele... ou melhor, Victor. Victor sempre fora do tipo cabeça-dura, alguém que realmente não conseguia se colocar no lugar do outro, não sem esforço. Victor jamais havia sofrido uma crise de ansiedade, então ele simplesmente não entendia o que era isso. E, mesmo assim, nunca fora o tipo de pessoa a dizer que era frescura ou que estava “na cabeça das pessoas”. Não, ao menos ele esperava que os outros não o vissem assim.

Mas, agora... Victor não era mais Victor. Victor agora era Yawara, e agora ele entendia o que significava passar por isso. Aquilo era assustador. Uma verdadeira prisão dentro de si. Talvez aquele velho ditado estivesse certo: só quem sofre entende. Ou algo assim.

Ainda assim, havia muitas perguntas que o incomodavam a respeito daquele dia. Por quê? Essa era a pergunta que martelava sua mente sem cessar. Por que aquilo tinha acontecido? Podia parecer presunçoso, mas Yawara simplesmente não conseguia aceitar que havia acontecido com ele, que ele havia perdido o controle. Não fazia sentido. Desde que reencarnara, ele lidava bem com suas preocupações, ou pelo menos ele achava que sim. Desde que era capaz de pensar, ele se mantinha firme. E agora?

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⏰ Última atualização: Oct 15 ⏰

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