Já haviam se passado dois dias desde a morte de Haibara mas as coisas não estavam nem perto de voltar a serem como antes. Desde que Geto havia aceitado a proposta de ficar no apartamento de minha irmã não o tinha visto na escola e nem mesmo recebia muitas notícias de sobre como ele estava. O rapaz havia assegurado que cuidaria do gato de Ophelia, minha irmã, para mim e que eu não precisava me preocupar durante o tempo que ele estivesse no apartamento. Mas mesmo assim, não queria deixá-lo sozinho lá. Não depois da nossa ultima conversa. Deitada em minha cama, estendo uma das mãos para pegar meu celular sobre a mesa de cabeceira e observo o aparelho por alguns segundos, mordendo levemente o lábio inferior enquanto ponderava se deveria ir visitar Suguru. Brincava com o aparelho entre meus dedos antes de abri-lo para poder discar o numero de Suguru nas pequenas teclas metálicas (nota: era um Nokia N95). Aperto logo no botão de ligar e espero ansiosamente em silêncio, torcendo para que ele atendesse. Mas ao contrário do que eu queria que acontecesse, a ligação apenas chama até cair. Franzo um pouco a testa a medida que me assentava na cama e decido ligar mais uma vez, porém me deparo com o mesmo resultado. O fato em sí do rapaz não atender a ligação naquele momento poderia ser algo normal, como se estivesse ocupado ou dormindo. Mas juntando todas as peças e seu sumiço repentino durante aqueles dois dias, era no mínimo estranho. Precisava ir ver o que estava acontecendo.Me levanto rapidamente da cama para trocar de roupa e logo visto uma low rise jeans preta juntamente com uma camiseta da mesma cor. Calço meus all stars e pego logo uma jaqueta para cobrir-me da brisa fria do anoitecer. Apenas jogo meu celular de qualquer forma na mochila antes de colocar nos ombros e sair andando pela porta do dormitório. Andava com passos apressados pelo corredor da escola em direção a saída, sem olhar muito para os lados e torcendo para que ninguém me visse. Não queria ter que explicar toda aquela história e nem o motivo pela qual estava saindo, talvez só complicaria mais as coisas.
***
Havia conseguido achar rapidamente um taxi que pudesse me levar até o endereço que precisava ir. O lugar não era muito longe, gastava em média de dez à quinze minutos de carro, mas havia decidido passar em uma loja de conveniência antes de ir para o apartamento, queria comprar alguma comida pra noite.
– Boa noite, sr. Naoki. -falo para o senhor de idade que trabalhava como porteiro do prédio enquanto passava pelo portão. Pelo que me lembrava, ele trabalhava ali desde sempre. Apesar de apressada, não podia apenas ignorar sua presença.
– Boa noite, srta. Jersey! Como vai? -ele diz em uma voz tranquila e simpática, acenando com uma das mãos.
– Vou bem, e o senhor? Minha irmã disse que se casou novamente. Felicidades, viu? -digo com um sorriso enquanto caminhava em direção ao elevador para logo apertar o botão ao lado da porta.
– Vou bem, obrigado. E obrigado de novo. -ele devolve o sorriso.- Mande um abraço para Ophelia, espero que ela esteja aproveitando a viagem.
– Ah, pode deixar! Vou mandar sim.
Antes de me calar, o barulho indicando que o elevador havia chegado no térreo rouba a minha atenção. Aceno para o porteiro em despedida e vou logo entrando, levando meus dedos em direção ao botão do segundo andar que era onde o apartamento ficava. Me encosto na parede gélida de metal aguardando o meu destino e em menos de um minuto já havia chegado. Após caminhar até a porta de madeira, dou uma batatinha de leve esperando que Geto atendesse mas nada acontece. Toco mais uma vez mas o mesmo se repete. Havia deixado a minha cópia da chave com o rapaz mas ainda possuía a chave original que pertencia a Ophelia, então resolvo abrir por mim mesma. Talvez ele não estivesse lá.
Ao abrir a porta, percebo o ambiente escuro devido as cortinas fechadas e as luzes apagadas. Meus olhos corriam pelo local que parecia bagunçado e um pouco sujo na tentativa de entender o que tinha acontecido, mas não estava entendendo. Haviam alguns copos de vidro usados espalhados sobre a mesa e conseguia ver cinzas de cigarro em alguns lugares do chão. Sinto uma fisgada de preocupação em meu peito pois aquele cenário não era típico de ser encontrado ali. Tanto minha irmã quanto Suguru eram pessoas organizadas.
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Drowing | Suguru Geto
FanfictionA vida de um feiticeiro jujutsu sempre esteve atrelada a renuncias e ao grande fardo de proteger os mais fracos. Afinal, é para isso que estavam ali. Entretanto, todos possuem um limite. Após o incidente de Riko Amanai, Dharlia Jersey, uma aluna da...