Atenção! Aviso para violência e cenas grotescas e conteúdo sexual explícito.
Narrador - Childe
Dirigi a caravana até tomar uma distância segura de onde Zhongli lutou, chegando a uma estrada tranquila próxima de algumas ruínas.
Sentia a respiração dele no meu ombro um pouco ofegante, e me lembrei do seu ferimento, e do fato que não tive tempo para examiná-lo. Olhei para a sua coxa e notei a bandagem improvisada um pouco suja.
Parei a caravana, e os senhores Chu espiraram de dentro:
- Você parou? - Perguntou Jiang Chu.
- Sim - Respondi - Já tomamos uma certa distância daquele lugar, e eu preciso dar uma olhada em Zhongli.
- Childe, não se incomode, não é necessário - O dragão respondeu, mas a sua expressão era dolorida, fechei a cara:
- Eu odeio quando mente, Zhongli.
Ele desviou o olhar um pouco.
Desci do cavalo e ofereci um braço para ele descer, o homem saltou de cima do animal com facilidade, mas quando acertou o chão pareceu sentir um pouco de dor, o olhei firme:
- Nós temos que dar uma olhada nessa ferida.
Me virei para Jiang Chu e Lang Chu:
- Senhores, vou precisar que algum de vocês tome as rédeas por esse trecho do caminho.
- Oh, tudo bem - Jiang Chu respondeu.
Ela saiu de dentro da caravana, subindo no banco do condutor e se ajeitando. Eu dei a volta dando um pouco de apoio para Zhongli, e entrei pelos fundos para o interior da caravana.
Era apertado dentro, tinha que dividir o espaço com uma pilha de caixotes além do senhor Lang, que estava sentado em um banco improvisado feito por uma caixa pequena vazia e uma almofada, segurando um caderninho onde parecia fazer contas.
- Com licença... - Falei subindo e ajeitando um cantinho próximo dele.
- Oh, não se incomodem comigo, só estou fazendo cálculos das mercadorias que ficaram danificadas.
- Acabei de me lembrar que não tive a oportunidade de perguntar o que os senhores vendem, senhor.
Zhongli falou gentilmente, por causa da sua altura, ele tinha bastante dificuldade em se mover dentro da caravana.
- Nós vendemos cerâmicas, muitas importadas de outras nações. É tradicional do Festival dos Barcos vender itens de várias regiões, muitas pessoas vêm de toda Liyue para fazer compras nesse festival.
- Parece um festival divertido - Falei.
Coloquei Zhongli sentado na minha frente, e puxei sua perna para apoiar sobre as minhas.
Desfiz as bandagens improvisadas, e por baixo delas estava uma ferida similar a uma queimadura de alto grau, mas com as bordas arroxeadas, bastante feia. Lang Chu espiou de canto, e depois desviou o olhar, vi um traço de culpa na sua expressão.
Peguei minha mochila e tirei uma garrafa de água, abri a tampa e tirei a água de dentro, a fazendo flutuar sobre a minha mão. Encostei na ferida de Zhongli, e o dragão torceu a expressão levemente, mas logo suavizou. Movi a água circularmente, limpando e absorvendo o líquido que minava da queimadura, mas havia algo de estranho, via marcas por baixo da superfície da sua pele, linhas protuberantes roxas, era como se algo estivesse por baixo da sua pele.
E observando as veias arroxeadas saltadas e a estranha elevação por dentro, um calafrio correu minha espinha, e eu senti medo.
Era um medo que eu conhecia, o único que senti por muitos anos. Era o medo daquele cenário devastado, daqueles monstros deformados, daquele frio de se infiltrar nos ossos, era o medo do abismo. Até hoje ele ainda era capaz de me congelar, a única coisa capaz de me congelar.
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Um novo destino
FanfictionChilde para assegurar a vitória para Liyue morreu em batalha contra um monstro do abismo. Zhongli não conseguiu aceitar a sua morte, então o trouxe de volta, mas não como um humano, como um adeptus. O mensageiro agora tenta se adaptar a essa nova vi...