Porra, eu a quero!

211 36 21
                                    

POV GIZELLY

Gabi está deselegantemente dando em cima de mim. Eu suspiro em descrença, fechando a cara. Por que seu flerte descarado me incomoda agora? E uma mulher linda, deliciosa na cama. Ela parece ter ponderado sobre a minha oferta de continuar sendo minha amante, pelos seus avanços nos últimos minutos. Rafaella saiu para o banheiro sem me cumprimentar pelo discurso. Pelo olhar em seu rosto, suspeito que a forma como Gabi tomou sua frente e se pendurou em meu pescoço tenha algo a ver com isso. Desvio os olhos pelo salão movimentado. Gente falando, rindo, bebendo alegremente. Onde diabos ela está? Rosno, então, entra em meu campo de visão, andando de braços dados com Monica. Não vou analisar o alívio que sinto ao vê-la sorrindo, parecendo bem. Meus olhos correm gananciosos por toda ela. Não apenas bem, está linda, arrasadora esta noite. Esqueça tudo que mencionei sobre seu traje de ontem, ele é pálido comparado a esse. Sem sombra de dúvidas, a mulher mais bonita no maldito salão.

Minha mulher. O pensamento intrusivo pisca em meu cérebro. Sim droga, para todos os efeitos, é a minha mulher. Isso me traz um sentimento agridoce, no entanto. Gosto de saber que é minha para usar quando e como quiser, mas, detesto que os homens do recinto estejam todos de olho espichado para cima dela. Rafaella não me olha quando chega até nós. Seu olhar nubla quando percebe que Gabi está em seu lugar. Os olhos verdes faíscam de forma sutil e ela cutuca o ombro da outra, dizendo sem rodeios:

-Com licença, a senhora está ocupando o meu lugar. — caralho. Eu seguro uma risada quando Gabi faz uma carranca. Ela odeia ser tratada por senhora. Se levanta, provavelmente para evitar uma cena, e vai para o outro lado da mesa, onde está seu pai.

Rafaella se acomoda e finalmente olha para mim. Meu corpo vibra. Porra, como é linda. Será que todos pensam assim? Olho de lado e ranjo os dentes. Não sou só eu. A baba do Leo está a ponto de escorrer em seu queixo, enquanto cobiça a minha mulher. Que fedelho abusado!

-Muchas gracias. — Minha atenção é puxada de volta para Rafaella. Ela acabou de falar em Espanhol e tem um sorriso meio provocativo na boca carnuda, encarando Gabi do outro lado.

Droga, sinto uma fincada em meu membro, gostando disso, de ver a postura altiva dela. E agora só quero que a porra do jantar seja logo servido para poder arrastá-la de volta à suíte e. Resmungo baixo, meus pensamentos insanos me incomodando.

Nunca fui de ficar babando em nenhuma mulher, porra. Que diabos ela está fazendo comigo? Seus olhos verdes seguram os meus e eu me vejo afogando neles.

-Parabéns pelo discurso, querida. —sussurra com suavidade. Uma encenação para a mesa, claro, e sua mão macia toca meu rosto. Eu quase gemo e me envergonho em público. Seguro sua mão, retirando-a não com brusquidão, mas não querendo o toque por mais tempo, então, eu vejo a marca vermelha em seu braço delicado.

-O que foi isso? — Sussurro sem fazer alarde, apenas para nossos ouvidos, tocando o local com as pontas dos dedos. Sua pele arrepia e ela ofega. Merda.

Apenas um simples toque. Nossa química é a mais forte e excitante que já experimentei. Estou completamente dura agora.

-Responda, Rafaella. Como conseguiu isso? — examino atentamente a pele ficando arroxeada. Parecem marcas de dedos.

Ela engole em seco, seus olhos ampliando um pouco. Lambe os lábios quase me distraindo, no entanto, saber como se machucou é imperativo no momento.

-Eu tropecei e uma mulher me segurou um pouco mais forte no banheiro. Teria caído se não tivesse ajudado. — diz baixinho. —Não foi nada.

Olho-a fixamente, tentando detectar uma mentira. Gabi foi ao banheiro também, recordo-me. Eu abano a cabeça. Não, ela não ousaria machucar a Rafaella. Não, ela me conhece muito bem, jamais ousaria tocar na minha mulher.

A bailarina Onde histórias criam vida. Descubra agora