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ANASTASIA ALLEN

– Aí, Anastasia – Escuto a voz de Charlie enquanto eu caminho em direção ao estacionamento.

Mesmo sem ter ensaiado, aproveitei e fui na academia para treinar um pouco. Harry voltou para casa e disse que iria aproveitar para passar um tempo com o meu irmão.

Liguei para Cole e decidimos sair antes do jantar, o vai deixar Omar e Dior bem animados.

– Eu devia matar vocês – respondo, me controlando muito para não ir para cima deles.  – Não acredito que vou precisar ensaiar junto com vocês. Que babaquice – contínuo resmungando. o lugar dos ensaios.

Não vamos ter que mudar o horário de ensaio, o que é ótimo, mas temos que mudar a maneira como teremos aulas, o chão é diferente e ainda sim vamos ter esses caras nos assistindo de vez enquanto.

– Fala com a Brady. – Charlie continua.

– Você acha que eu não tentei? – Cruzo os braços, erguendo o pescoço para conseguir olhá-lo melhor. – Ela disse que foi ordem do reitor. Aquele cara já quer acabar com o programa de ballet, vai fazer qualquer coisa para acabar com a gente de vez.

Olho ao redor do estacionamento, vendo Cole se aproximando com o carro.

– É fácil, Charlie. Vocês treinam e jogam bola naquele negócio redondo.
– É uma cesta…
– Tanto faz – O interrompi. Isso é realmente relevante agora? – e deixam que Harry e eu ensaiamos em paz. Assim eu não vou precisar cometer um assassinato. Entendeu?
– Alto e claro.
– Ótimo. Agora me dá licença.

Caminho até o carro de Cole, entrando no banco do passageiro e deixando a bolsa no chão.

– Oi – sorri e deixei um beijo em sua bochecha. Cole sorri também, mas não tão abertamente quanto eu. Seus olhos não estão nos meus e sim no estacionamento, ou melhor, em Charlie e Robbie. – O que foi?

– Por que estava falando com aqueles dois? – Ele pergunta dando partida no carro.

Cole tem um temperamento difícil desde que começamos a namorar, mas eu me acostumei com isso. Sei que ele só está tentando me proteger.

– Sobre o problema com a sala. Te disse na ligação que vamos precisar dividir com o pessoal do basquete – Olho para ele, que balança a cabeça.

– É..claro, eu tinha esquecido. Não fica muito perto dessa gente, Tasi. – Cole fala e eu volto a olhar pela janela – Já te disse que esses caras só querem se aproveitar de mulheres como você.

– Como eu? – Ergo as sobrancelhas em sua direção e Cole me olha rapidamente.

– Você chama a atenção, Tasi. É diferente das outras mulheres que devem estar acostumadas a sair.

Decido não prolongar o assunto, porque sei que isso vai deixar Cole irritado, e eu vou fingir que não entendi o que ele quis dizer com “diferente das outras mulheres que eles saem”.

– Enfim, o que você quer fazer?

– Vou te deixar em casa, tenho que resolver algumas coisas na empresa.

Cole faz estágio na empresa dos pais, o que só prova que ser um nepobaby ajuda muito a conseguir um emprego.

– Está sendo tão cansativo. – Ela fala com um tom que eu conheço muito bem.
– Entendo bem – Eu falo.
– É bem diferente do seu “cansativo” –Cole tira uma das mãos do volante e faz aspas com os dedos – Dançar não é tão difícil assim.
– Bom…eu imagino que seja cansativo – Meu tom de voz diminui e eu me encolhi um pouco no banco, torcendo para chegar em casa logo.

You Make Me Crazy - Charlie Bushnell Onde histórias criam vida. Descubra agora