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CHARLIE BUSHNELL

– São quantas? – O funcionário da gráfica pergunta enquanto eu separo os rolos da câmera.

– Só dois. – Desde que Belly ficou noiva, eu tenho separado algumas fotos dela e da mamãe para o casamento.

Eu gosto muito de fotografar e isso me relaxa muito quando eu preciso me distrair do basquete.

– Pode vir no fim da semana – Ergo as sobrancelhas na sua direção. Eles sempre demoram, mas o resultado fica muito bom. – Tem muito pedido.

– Tá, tudo bem. – Entrego o saquinho com os rolos – Valeu.

Saio da loja indo em direção ao carro, onde Anastasia estava sentada no banco da frente com o celular nas mãos.

Não achei que fosse encontrá-la naquela situação depois do ótimo dia que tivemos. Tá, eu nem imaginaria que poderia passar mais de meia hora com ela sem que a gente se provocasse, mas no fim, conversamos bastante e nos entendemos.

– Não sabia que tirava fotos – Ela comenta assim que eu fecho a porta do motorista.

– Não é uma coisa que eu tenho feito com frequência – Ligo o carro, partindo para um fast food próximo.

Eu amo fotografar, mas sendo capitão, não tenho tido tanto tempo quanto gostaria.

– Você está bem mesmo? – Pergunto olhando rapidamente para o seu rosto.

Eu sei que Anastasia disse estar bem, mas desde que saímos do prédio, ela está muito calada e só olha pela janela.

– Estou. De verdade. É que passamos muito tempo juntos e não achei que fosse falar daquele jeito.

– Você acabou com ele. – só de olhar a feição de Cole, sei que Anastasia deve ter falado algumas verdades na cara daquele babaca.

– Acredita que ele estava me rastreando? – Anastasia vira o corpo e me olha.

Só pode ser brincadeira. O quão inseguro, manipulador e possessivo você precisa ser para rastrear sua própria namorada? Esse cara vive num mundo paralelo, não é possível.

– Ana, isso é sério? – a olho quando o carro para no sinal vermelho.
– Eu quase não acreditei. Mas vindo dele, tudo é possível. Eu estou mais segura longe dele. – Anastasia volta a olhar pela janela quando o sinal fica verde.

Eu nunca tive um relacionamento sério, daqueles que você apresenta a pessoa para os pais ou pensa num futuro e não é algo que tenha ocupado alguma parte da minha cabeça, mas eu sei que Anastasia e Cole tiveram um longo namoro e pelo o que Omar me disse, ele estava muito preocupado com a irmã. Então esse término foi a melhor coisa para a Anastasia.

– Eu não queria que fosse assim. Queria um término tranquilo, porque foram muitos anos e eu gosto muito da família dele. Mas não deu certo.

Se ex fosse bom, não seria ex.

– Não fica pensando nisso, Ana. Você fez o que era preciso. É muito importante que você se priorise. – De canto de olho, vejo ela acenando com a cabeça.
– Foi isso que eu pensei por dias. Como eu queria ser prioridade na minha vida por um tempo. Quero focar no ballet e na faculdade. Tá, vamos falar de outra coisa.

Ela ri sem graça e se ajeita no banco.

– O que você quer falar?
– Qual a sua comida favorita? – Sorrio enquanto paro no drive trhu, esperando os carros que estavam na nossa frente.
– Hum…o macarrão da minha mãe. – Respondo facilmente.

You Make Me Crazy - Charlie Bushnell Onde histórias criam vida. Descubra agora