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General Ra'al

Nenhuma fumaça sai da cidade em ruínas. Os incêndios esfriaram, junto com os corpos. Escadarias manchadas de sangue, ruas esburacadas e queimadas, paredes arranhadas pelas garras do Scorp. Ninguém mais grita. Está vazio e silencioso, exceto pelo vento uivante que ecoa pelas ruas.

Eu examino, procurando por ela. A mulher dos meus sonhos. Minha companheira predestinada. Assustada, vulnerável, linda. Minha tríade construirá uma torre para ela e a trancará. Eu a colocarei atrás de muros, acorrentarei-a em uma masmorra se necessário. Ela gritará meu nome em êxtase. Eu senti seu espírito de livre arbítrio, sua dor por ser livre.

Ela aceitará a proteção do meu cativeiro. Ela não sofrerá o mesmo destino deste planeta.

Foram necessários três meses para erradicar o Scorp.

Nós os matamos antes que pudessem formar seus casulos, decolar e derivar em direção aos setores sob nossa proteção. Este planeta, Abascus, foi abandonado.

Abascus se livrou do jugo do Império Aureliano há cento e noventa anos. Eles se livraram de nossos altos impostos e de nossa proteção. O planeta declarou Independência sob o veredito da Rainha Jasmim humana. Abascus prosperou. Cento e noventa anos de riqueza sem limites, sem nossos pesados ​​impostos de proteção retardando seu crescimento. Geração após geração viveu e morreu, celebrando sua liberdade.

Os humanos têm vidas tão curtas. Não foram aqueles que votaram para deixar o Império Aureliano que arcaram com o custo da decisão. Foram seus tataranetos.

Dez bilhões de almas. Todas extintas. Não estávamos perto o suficiente para salvá-las quando recebemos relatos de naves orgânicas Scorp tão espessas quanto gafanhotos, mais do que qualquer outra na história registrada. Naves Org. Casulos tecidos pelas Rainhas ao redor de Orbs que as trazem de planeta em planeta, sedentas por sangue. Os Scorp têm uma necessidade. Expandir. Eles vêm das profundezas do Espaço Selvagem. Antes, havia aglomerados ocasionais de Naves Org vagando inexoravelmente em direção à vida senciente. Agora, há multidões.

Poderíamos ter chegado lá a tempo de salvá-los se tivéssemos feito Orb-Shifting. Os Imperadores e a Rainha proibiram. Eles não podem se dar ao luxo de arriscar naves perdidas no vazio, não agora, com os Fanáticos se preparando para a guerra.

Implorei ao nosso General Gladinus para ignorar os decretos e nos deixar mudar. Minha voz ressoou no salão de reuniões, e ele me chicoteou por minha insolência. Ele arrancou a carne das minhas costas, mas não me tirou o comando. Ele precisava de líderes fortes na batalha.

Minha lâmina brilha e ondula em minha mão, o relâmpago preto-azulado se enrolando ao redor do metal obsidiano como cobras etéreas. O Orbe alojado no punho é mais negro, saciado pelo sangue de milhares de Scorp mortos. Cada músculo do meu corpo dói. Eu os corto sem parar. Eu vi homens sob meu comando sendo despedaçados por garras, morrendo gritando após serem picados por farpas venenosas. Você não pode dar aos picados pelo veneno o alívio da morte. Um em cada mil Aurelianos sobrevive ao veneno e, por essa chance, o resto morre da morte mais torturante que se possa imaginar.

Dez bilhões de almas humanas. Os ricos fugiram. Eles decolaram em naves espaciais. Eles voaram em direção à segurança do Império Aureliano, para pagar por proteção.

Ainda posso ouvir os chilreios de Scorp ecoando em minha mente como se eu estivesse em seu ninho, nas profundezas subterrâneas das tocas onde eles se reproduzem. Matei duas Rainhas Scorp com minha lâmina enquanto elas giravam seus casulos em torno dos Orbs que as levariam para o próximo planeta. Orbs querem sangue. Eles trabalharão com qualquer um que prometa violência, e somente o Império Aureliano pode domá-los. Esmaguei Scorp recém-nascidos sob meus pés, suas carapaças estalando como ossos. Liderei minha tríade para fora dos túneis encharcados de sangue e para a luz.

Rainha Vinculada (Os Velhos Caminhos #2)Onde histórias criam vida. Descubra agora