Capitulo Onze

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| Alice |

Tínhamos acabado de assistir o filme da Disney, virei meu rosto para o lado oposto e soltei uma risada ao vê o James e seus filhos dormindo.

As luzes amarela deixava o ambiente mais calmo e tranquilo, o silêncio ensurdecedor me trazia uma certa calmaria. Me levantei lentamente do sofá e caminhei até a cozinha.

Não havia ninguém na casa além de nós, abrir a geladeira e peguei uma garrafa de água. Enquanto colocava a água no copo de vidro, não conseguia parar de pensar na conversa que escutei mais cedo.

Bebi a água rapidamente e então meus olhos foram em direção de alguns papéis que estava em cima da mesa do James.

Não gostava de ser invasiva nas situações que não me desrespeitava, mas, uma sensação estranha me fez se questionar se tinha algo haver com meu pai. Mesmo sabendo que eles nem se conheciam.

Me aproximei da mesa e quando coloquei minha mão sobre a primeira folha, uma voz ecoou pela cozinha.

— Não gosto de ser ignorante, mas isso é assunto particular. - James indaga enquanto colocava sua mão sobre a minha.

Meus olhos foram em direção dos seus, tirei minha mão e vi nitidamente seu semblante de preocupado.

— O que você esconde? - pergunto rindo e ele me encara por alguns segundos.

— Nada.

James responde e pega todos os papéis de cima da mesa, ele caminha até a bancada e bebe um pouco da água que eu tinha deixado no copo.

— Acho que já vou embora. - indago e ele nega com a cabeça.

— Dorme aqui hoje, já tá tarde.

No mesmo instante que eu ia respondê-lo, meu celular começou a tocar. O som insuportável ecoava por toda a casa, caminhei até a sala e peguei ele em cima do sofá.

Estranhei ao vê o nome da Martina e atendi a ligação no mesmo instante.

— Oi.

— Onde você tá, Alice? - ela pergunta e já posso escutar alguns gritos no fundo.

— O que tá acontecendo aí? Onde é que você tá? - pergunto preocupada e viro meu rosto em direção do James após ele entrar na sala.

— Eu tô em casa, acho melhor você vim embora. - ela indaga e sinto meu coração acelerar.

— Ok!

Pela primeira vez na minha vida, eu estava aceitando e obedecendo algo sem questionar ou brigar. Desliguei a ligação e coloquei meu celular dentro da pequena bolsa que eu tinha levado.

— O que aconteceu? - James pergunta e eu sorrio para ele.

— Assuntos de família, terei que ir embora,

— Se não fosse os meninos, eu te levava em casa. - ele diz e eu nego com a cabeça.

— Já estou chamando um carro no aplicativo, obrigada pelo dia de hoje. - indago e vejo ele abrir um lindo sorriso.

Não demorou muito para o carro chegar, sair de dentro da casa do James e fui em direção do portão social. Não vou negar que a ligação da minha irmã mais nova, teria me assustado um pouco.

(...)

— Obrigada.

Digo após chegar enfrente a minha casa, caminhei um pouco mais rápida e abrir imediatamente o portão. Já não estava mais a gritaria que escutei na ligação, mas, o silêncio ensurdecedor me assustava.

Ao chegar enfrente a enorme porta de vidro da sala, pude notar meus dois irmãos sentados no sofá com o semblante arrasado. O rosto da Martina já entregava que ela teria chorado.

Logo ao lado deles meu pai mantinha o semblante fechado, enquanto lia o que tinha escrito em algum papel.

— Alice! - minha vó indagou após notar a minha presença.

Matteo se levantou imediatamente do sofá e eu olhei para ele assustada. Abrir as duas portas de vidro e encarei todos que estavam na sala.

— O que aconteceu? Morreu alguém? - pergunto e todos me olham apreensivos.

— Não vou fazer rodeio pois sei que você odeia isso, a nossa Empresa tomou um golpe de bilhões...

Meu pai indaga e naquele segundo o meu mundo parece ter desabado, a possível queda do nosso império era algo que me assustava. Olhei incrédula para o meu pai e neguei com a cabeça.

— Como você deixou isso acontecer? - pergunto inconformada e meu pai fica em silêncio. — Por isso você tá abrindo uma filial no Brasil? Por isso quis fazer negócio com os montoya?

— Alice, calma! - meu irmão indaga e eu começo a negar com a cabeça.

— Como vai resolver isso? - pergunto e todos ficam em silêncio.

Saio imediatamente da sala e subo as escadas, sigo em direção do meu quarto. Ao abrir a porta, joguei minha bolsa em cima da poltrona que ficava no canto e me joguei sobre minha cama.

Coloquei um travesseiro sobre meu rosto e respirei fundo, logo pude escutar alguns passos e uma respiração mais forte. 

— O que você quer, Matteo. - indago e tiro a almofada do meu rosto.

Meu irmão estava abalado, ele se sentou na poltrona e me encarou com os olhos marejados.

— Precisamos ficar juntos nessa. - ele diz com a voz embargada e eu me levanto imediatamente da cama.

Me ajoelho em sua frente, coloco uma das minha mãos sobre seu rosto e encaro fixamente seus olhos.

— A gente precisa dele nesse momento... - indago e meu irmão nega com a cabeça. — Matteo, ele continua sendo a nossa família.

— A nossa família está lá em baixo, Alice!

— Não. Não está! E você sabe muito bem disso. - indago ríspida e me levanto no mesmo instante.

— Como você tem coragem de chamar eles de família? Quando foi que eles se importaram com a gente? - Matteo indaga e meus olhos se enchem de lágrimas.

— Tem que ter uma maneira para sair disso tudo Matteo, tem que ter!

  Indago desesperada e levo as duas mãos até meu rosto. Se tinha alguém que sairia quebrado nessa história inteira, era o meu pai.

— Eu vou adiantar a minha ida para o Brasil e espero que você tome as medidas certas na Espanha. - Matteo indaga e eu olho para ele fixamente.

  Acompanho com olhar ele se retirar do meu quarto e fecho meus olhos por alguns segundos, o natal era daqui dois dias e o clima já não estava mais agradável.

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⏰ Última atualização: 2 days ago ⏰

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