Páginas Amarelas Ged/24

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É incrível perceber que o tempo passou...
Esses dias me deparei com um livro desconhecido em minha estante que estava com as páginas amareladas.
Não lembro exatamente quando o comprei, mas pela edição que vinha nas primeiras páginas tinha cerca de 8 anos.
8 anos!  Um livro esperou pacientemente em minha estante até que finalmente fosse desbravado em leituras e ter algumas linhas realçadas em neon.
No meio dessa semana passou o 11 de setembro. Me lembrei que estava no terceiro ano do colégio, há 23 anos!  23 ANOS! Essa constatação me tomou de assalto! Lembrei que não tinha prestado vestibular, recém retornado à terra Natal, lembrei que jogava futsal desengonçadamente e que tinha mais certezas do que hoje. Naquele tempo, relembrou o idoso que habita em mim, gravavamos os CDs com as músicas preferidas e tinham acabado de lançar os CDs regraváveis.
Era massa demais! Aos poucos esses apetrechos foram substituídos, o MSN e Orkut cederam lugar pra outras redes sociais que saíram do computador da sala pro bolso e as notificações substituíram a ansiedade enquanto o computador apitava e conectava com a Internet...
As xerox foram substituídas por PDFs, cartolinas por Power Points e reuniões de grupo por meetings...
Embora lembre saudosamente dessas experiências é pueril achar que há superioridade no que foi substituído...
É como afirmar que os bondes eram superiores ao uber... Ou, ainda, que o mp3 player é superior ao Spotify...
Ainda há poesia em tudo.
Se negar a aceitar as mudanças não freia ninguém além de você mesmo...
Parado no tempo perde-se as oportunidades de conexões e, portanto, de novas memórias...
Permita-se ser aprendiz, de estar na posição de desconhecer e descobrir como algo funciona, qual função...
E não pense que estou falando isso em tom catedrático, tentando proferir verdades petreas.
Afinal, a minha plateia geralmente sou eu mesmo depois de um tempo...

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