Conflitos

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Era cedo de manhã, e tudo parecia tranquilo na casa de Dahyun. O ambiente estava silencioso, com apenas os primeiros raios de sol iluminando o quarto. No entanto, o silêncio foi abruptamente interrompido quando Dahyun acordou em um susto, seu corpo sendo puxado bruscamente de volta à realidade.

Ela sentiu seu coração disparado, sua respiração ofegante e descompassada, e seus olhos começaram a se encher de lágrimas sem que ela pudesse controlar. Tremendo, Dahyun encolheu-se na cama, abraçando suas pernas com força, como se aquele gesto pudesse de protegê-la. Ela fechou os olhos com força tentando se esconder das memórias que haviam invadido seus sonhos mais uma vez.

Era o mesmo pesadelo. O mesmo dia. O mesmo acontecimento que ela jamais esqueceria, aquele que tirara tudo de bom que ela um dia tivera, toda a sua felicidade, sua sensação de segurança.

Sem perceber, Dahyun começou a se balançar para frente e para trás, um movimento inconsciente, na tentativa de se acalmar. Por mais que ela estivesse sozinha, esse ato parecia a única forma de lidar com a tempestade interna que a dominava.

Após cerca de quinze minutos, sua respiração finalmente começou a se estabilizar e a sensação de desespero começou a se dissipar.

Com um suspiro profundo, Dahyun finalmente abriu os olhos, tentando se recompor. Seu olhar foi direto ao relógio na parede: estava extremamente atrasada para a escola.

Dahyun se levantou apressada da cama e começou a se preparar de forma rápida. Vestiu seu uniforme, escovou os dentes, lavou o rosto, e sequer teve tempo para tomar o leite que costumava beber todas as manhãs.

Seus pensamentos estavam todos focados em uma coisa: não se atrasar. Não queria mais problemas, não queria dar mais motivos para que os professores, ou pior, a diretora, reclamassem.

Com a mochila pendurada no ombro, ela pegou suas chaves, trancou a porta de casa rapidamente e saiu disparada pelas ruas.

Dahyun começou a correr pelas calçadas de forma desesperada, enquanto ela tentava chegar o mais rápido possível à escola.

Finalmente, ao avistar a entrada da escola à distância, Dahyun sentiu uma pequena onda de alívio. Tentando retomar o fôlego, ela ajustou a alça da mochila e apertou o passo.

Dahyun entrou correndo pelos portões da escola, completamente ofegante. Porém, antes que pudesse ter qualquer outro pensamento ou reação, ela bateu em algo que a fez voar direto para o chão. O impacto foi tão rápido que ela mal teve tempo de estender as mãos para se proteger, e um gemido de dor escapou de seus lábios.

Quando levantou os olhos, a primeira pessoa que viu foi a diretora Momo, parada bem em sua frente, com um olhar de surpresa e preocupação.

Momo arregalou os olhos, mais pelo impacto inesperado do que pela aluna em si. Sem hesitar, a diretora se agachou e estendeu a mão para ajudar Dahyun a se levantar.

—"Dahyun, você está bem?" -Momo perguntou, enquanto segurava o braço da garota e a ajudava a ficar de pé.

Dahyun apenas fechou os olhos por um segundo, tentando conter a sensibilidade e frustração que sentia. Ela havia acordado atrasada, revivido um pesadelo, não conseguido nem tomar seu leite, e agora isso.

Com uma expressão seca e carregada de irritação, Dahyun soltou:

—"O que você acha?"

Momo, agora de pé notou que Dahyun estava bem, apenas irônica. Com um breve movimento, ela deu uma ajeitada na saia amassada de Dahyun.

—"E por que você estava correndo com tanta pressa?" -A diretora perguntou enquanto cruzava os braços.

Dahyun suspirou pesadamente, sem qualquer vontade de continuar aquela interação.

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