O armazém estava silencioso, sob a fraca luz pendurada no teto, dois homens estavam de pé, imersos em uma tensão. Um deles, um homem alto, segurava uma arma em suas mãos.
—"Você tem certeza?" -Perguntou enquanto encarava o outro homem à sua frente.
O brilho da lâmpada oscilava.
O segundo homem, mais robusto e com uma barba por fazer, não desviou o olhar. Ele estava ocupado fechando uma caixa.
—"Sim." -Respondeu ele, sem hesitar. —"Nós sabíamos que esse dia ia chegar."
O homem com a arma suspirou profundamente, seus ombros caindo. Ele olhou para o chão por um momento, antes de erguer os olhos de novo.
—"Eles estão mortos, Lim. Realmente temos que fazer isso?"
O outro homem ficou em silêncio por alguns segundos, a seriedade em seus olhos se aprofundando. Ele se endireitou, puxando uma arma de dentro de sua jaqueta, e enquanto a carregava com cuidado, sua voz cortou o ar.
—"Ela está viva por causa deles, caloteiros safados. Eles pagaram o preço e agora está na hora dela pagar." -Ele falava de forma séria. —"Não fazemos caridade, Chou. Mercadoria é mercadoria, e uma delas foi tirada de nós de graça. Uma que renderia muito dinheiro."
A arma estalou quando ele terminou de carregar, o som ecoando.
Os dois homens trocaram um último olhar. Sabiam o que aquilo significava e sabiam o que precisaria ser feito.
[...]
18:00
Era sábado de tardezinha, e o clima parecia refletir o estado de espírito de Dahyun. A chuva forte batia contra as janelas, enquanto trovões altos faziam a pequena casa tremer. Ela se abaixou para organizar a última prateleira que havia sido derrubada na invasão do dia anterior, tentando restaurar alguma ordem ao caos.
Mas o que perturbava sua cabeça agora não era só a destruição que havia encontrado em seu lar, mas também a viagem que a escola tinha planejado para aquele mesmo dia.
Em menos de 1 hora, ela deveria estar pronta para se juntar ao grupo da banda que viajaria para os jogos. Tudo parecia terrível: A ideia de viajar de ônibus sob a tempestade, o barulho dos trovões, e o medo crescente de deixar a cidade. Ela respirou fundo, esfregando as mãos no rosto enquanto tentava afastar os pensamentos que tomavam conta de sua mente.
Suas coisas já estavam prontas, mas sua vontade de ir parecia diminuir a cada minuto que passava.
Dahyun sabia que não comparecer aos jogos poderia afetar seu desempenho nas atividades extracurriculares, o que seria péssimo para ela como bolsista. No entanto, o medo era forte.
Com um suspiro profundo, ela se aproximou da cama e pegou seus dois ursinhos, que antes eram apenas um — agora, a novo pelúcia, presente de Momo e Sana, fazia companhia ao antigo. Ela apertou o ursinho novo contra o rosto e inalou o perfume, um leve aroma de bebê.
Dahyun guardou ambos cuidadosamente em sua mochila. Mas, enquanto ajustava o zíper, uma ideia começou a se formar em sua mente.
Ela realmente não queria ir aos jogos; a ideia de sair com a tempestade lá fora e o peso dos acontecimentos passados e recentes, era esmagadora. Sua mão hesitou sobre a mochila, e ela se lembrou da instrução de que todos precisavam levar o RG.
Se ela "esquecesse" o documento, talvez tivesse uma desculpa legítima para não ir.
—"Se eu esquecer...não será totalmente minha culpa, certo?" -Dahyun murmurou para si mesma, tentando se convencer.
VOCÊ ESTÁ LENDO
The Unseen Wounds
FanfictionEm "As Feridas Ocultas", Sana e Momo são o casal poderoso que domina o colégio mais prestigiado da cidade, um lugar conhecido por formar líderes e profissionais de sucesso. Momo, como diretora, e Sana, uma professora exigente, são temidas e respeita...