Capítulo 05: O Encanto de Patrícia

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ANOS ÁTRAS

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ANOS ÁTRAS

Eu nunca fui o tipo de cara que se dá bem em festas. Na verdade, odeio essas convenções empresariais cheias de sorrisos falsos e conversas sobre ações e lucros. Mas naquela noite, algo diferente aconteceu. Eu estava lá, segurando meu copo de refrigerante como se fosse um escudo, tentando me esconder no canto do salão iluminado por lustres de cristal, quando ela entrou.

Patrícia Marques.

Ela parecia saída de um sonho que eu nunca soube que tinha. Seu vestido vermelho colava no corpo de forma impecável, o tecido luxuoso destacando suas curvas de um jeito que quase fazia a sala inteira perder o ar. Seus cabelos loiros caíam em ondas perfeitas, como se tivesse sido desenhada exclusivamente para aquela noite, para aquele momento. Ela parecia inatingível, tão distante do meu mundo simples e desajeitado, que eu mal conseguia acreditar que estávamos no mesmo espaço.

Eu me lembro de tentar me esconder ainda mais atrás de uma planta ornamental, enquanto observava ela se mover pela sala com uma confiança que eu invejava. Cada gesto dela, cada sorriso, parecia comandar atenção. E eu? Eu mal conseguia evitar derrubar meu copo enquanto meus olhos a seguiam. "Pedro, não seja idiota", eu pensava. "Ela nem sabe que você existe." E eu tinha razão. Ela conversava com os grandes chefes, rindo, jogando o cabelo para o lado, enquanto eu estava lá, apenas o cara da TI, esperando que ninguém me pedisse para consertar o Wi-Fi.

Mas mesmo assim, algo dentro de mim se acendeu naquela noite. Eu não sabia o que era ao certo, mas me vi de repente fascinado por tudo o que Patrícia representava: luxo, elegância, um mundo tão diferente do meu.

Presente

Agora, sentado na recepção da empresa, voltando ao presente, o contraste não poderia ser mais gritante. Patrícia estava ali, na minha frente novamente. Mas a mulher deslumbrante da festa agora parecia uma sombra cansada e estressada de si mesma. Seus cabelos, outrora impecáveis, estavam presos de forma apressada, e o brilho em seus olhos havia sido substituído por uma impaciência furiosa. Ela discutia com a recepcionista, batendo o dedo na mesa de atendimento, exigindo algo com a voz elevada.

E eu? Eu estava ali, tentando resolver mais uma das inúmeras falhas de conexão da empresa. "Pedro, o sistema está fora do ar!" me disseram, como se fosse culpa minha o Wi-Fi estar mais temperamental do que uma criança birrenta. Patrícia nem me reconheceu quando eu entrei na sala. Estava tão focada em seus próprios problemas que mal percebeu quando passei por ela, com meu laptop na mão e os fios enroscados nos ombros.

— Isso aqui é um absurdo! — ela reclamava. — Eu não vou ficar esperando por mais tempo.

Ela me olhou brevemente enquanto eu me aproximava da recepção para tentar resolver o problema da internet. Seus olhos, cheios de frustração, passaram por mim como se eu fosse invisível. O contraste era doloroso. A mulher por quem eu me apaixonei naquela noite de festa parecia ter desaparecido, e tudo o que restava era essa versão amarga e irritada dela.

Eu me perguntei, por um momento, se ela sequer lembrava que eu existia. Se ao menos uma faísca daquela noite ainda brilhava em algum lugar dentro dela.

Suspirei e voltei ao trabalho. Eu era o cara da TI, afinal de contas. Nada de luxos, nada de glamour. Apenas eu, meu laptop e a tarefa de consertar tudo, enquanto Patrícia continuava a reclamar. Mas, mesmo assim, algo em mim ainda se agarrava àquela lembrança dela na festa. Porque, de algum jeito, ela sempre seria aquela mulher deslumbrante nos meus pensamentos, mesmo que a realidade fosse muito, muito diferente.

 Porque, de algum jeito, ela sempre seria aquela mulher deslumbrante nos meus pensamentos, mesmo que a realidade fosse muito, muito diferente

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