Capítulo 06: O Fundo do Poço

5 1 0
                                    

Eu entrei na sala de Marcela, tentando manter a pose, mas sentia meu coração desabar em cada passo

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Eu entrei na sala de Marcela, tentando manter a pose, mas sentia meu coração desabar em cada passo. Aquele escritório sempre fora um símbolo de sucesso, e agora, ironicamente, eu estava ali para pedir ajuda. Respirei fundo, tentando encontrar forças para admitir o óbvio fracasso que minha vida havia se tornado.

"Você acredita no que está acontecendo comigo?" Eu disse, jogando a bolsa sobre a poltrona ao lado, enquanto Marcela levantava os olhos de uma pilha de papéis. "O dinheiro da separação acabou. Tudo. E agora estão tentando me expulsar do meu próprio apartamento!" Eu ri, mas foi um riso seco, quase um soluço de desespero. "Eu, Patrícia Marques, sendo expulsa de alguma coisa. Parece uma piada de mau gosto."

Marcela me olhou com aquela calma irritante de sempre, como se eu fosse um dos seus muitos problemas que ela sabia exatamente como resolver. "Calma, Patrícia. Sentar e chorar não vai adiantar agora."

"Não tô chorando!" disse, mesmo com as lágrimas ameaçando cair. "Mas como você espera que eu lide com isso? Minha vida virou um caos completo. Não tenho mais nada."

Ela suspirou, caminhando ao redor da mesa e parando na minha frente, cruzando os braços. "Você precisa de um plano. E rápido. Mas, por enquanto, vou te ajudar da forma que posso."

Eu já sabia o que viria a seguir, mas ouvir foi como levar uma facada no peito. "Você pode trabalhar comigo, aqui, como minha assistente."

Quase engasguei. Assistente? Eu, Patrícia Marques, que já estive no Caribe com milionários, que sempre fui desejada e invejada? Como poderia agora me rebaixar a ser assistente da minha própria amiga?

"Marcela, eu não posso..."

Ela levantou a mão, me cortando. "Sei que não é o que você queria, mas, por enquanto, é o que você precisa. Isso vai te dar estabilidade até você... encontrar outro caminho."

"Outro caminho", claro. Ela sabia tanto quanto eu que o que eu queria era um bilionário para bancar meus luxos. Mas me fazer trabalhar ali, lado a lado com ela, era o preço a pagar por não ter mais alternativas. Engoli seco. Meu orgulho gritava para eu sair correndo daquela sala, mas a voz da razão, sufocada no fundo, me dizia que aceitar era a escolha certa — pelo menos por agora.

"Tá bem," disse, forçando um sorriso. "Eu aceito." As palavras saíram com gosto de derrota, mas Marcela sorriu, satisfeita. "Vai ser vantajoso para você, você vai ver. Além disso, trabalhando aqui, você vai estar no ambiente certo para... seus novos objetivos." Ela piscou, e eu sabia exatamente do que ela estava falando.

Era doloroso, mas Marcela estava certa. Naquela empresa, eu teria muito mais chances de encontrar um novo bilionário, alguém que pudesse me tirar do buraco e me devolver ao luxo que eu merecia. Eu só precisava suportar, por enquanto, aquela faca cravada no meu peito.

Mas uma coisa era certa: eu faria o que fosse preciso para sair daquela posição miserável. Custe o que custar.

 Custe o que custar

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


Amor sem igual  -Volume 01Onde histórias criam vida. Descubra agora