Capítulo 2

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𝄞 nunca seja tão educado a ponto de esquecer seu poder 𝄞

*

É um encontro. Nada sério.

Essas foram as palavras exatas de Draco. Então, Harry fez questão de seguir as instruções o mais de perto possível.

"Por que diabos os trouxas pagariam para jogar bolas por trinta minutos?" Draco pergunta, o som dos pinos de boliche caindo ecoando ao redor dele enquanto seu último lance vai direto para a canaleta. Harry—sugando seu gelinho de framboesa—oferece um sorriso compreensivo com os lábios azuis comprimidos ao redor do canudo, saboreando a reação de Draco enquanto ele se afunda nos assentos de couro macio.

"Isto é divertido. É o que as crianças fazem, certo? E é muito, muito descompromissado," diz Harry, voltando a respirar e se contorcendo de dor com a gelada.

"Nem me faça começar a falar dessas sapatos horríveis de palhaço também." Draco faz uma careta de desgosto. Mesmo com o rosto todo torcido e enrugado, ele ainda é atraente.

"Eles te impedem de escorregar ou deslizar, eu acho," diz Harry. "Você deveria me agradecer por fornecer proteção em nosso primeiro—e único—encontro."

"Har har." Draco franze a testa. "Eu poderia escorregar com meus próprios sapatos, rachar a cabeça e ainda assim aproveitar mais a concussão do que esta chamada 'atividade', que, francamente, é a última coisa que dois homens de trinta anos deveriam estar fazendo numa terça-feira à noite."

"Ouça, poderíamos estar bebendo pinot em um passeio romântico de barco, ou alimentando um ao outro ostras naquela cervejaria francesa cara do outro lado da cidade, mas você não quis nada disso, não é? Você disse nada sério." Ele cutuca Draco no nariz, sorrindo tolo. "Então cale a boca e beba seu estúpido gelinho, idiota."

Draco agarra a bebida fria da mão de Harry, fazendo uma careta—uma expressão que Harry passou a admirar muito ao longo dos anos. Sua testa franzida e seu tom de pele pálido brilham vividamente sob as luzes neon do fliperama. É mais escuro aqui também. As estrelas do show são os brilhantes pinos brancos que alinham o fim da pista polida, o que permite que Harry roube um momento nas sombras do banco de couro para depositar beijos no pescoço de Draco, morder seu lóbulo, deixar suas mãos vagarem sobre a curva de sua coxa.

"Você sabe," Harry diz, a respiração fazendo cócegas na pele turquesa de Draco, "eu realmente... quero chupar seu..." ele abaixa, e abaixa mais, Draco seguindo seu movimento com olhos arregalados até que a cabeça de Harry esteja na altura de sua cintura. Draco dá um leve suspiro, olhando ao redor da pista animada, antes que Harry lentamente revele sua língua azulada e a enrole ao redor do canudo de Draco.

O som de sugamento é desagradável. Rasga o ar, e Harry tem que se conter ao ver o desejo desaparecer das pupilas de Draco. Draco geme e dá um tapa brincalhão na cabeça de Harry, mas sua careta desaparece.

Harry se senta novamente e estala os lábios com um suspiro, vira-se para Draco e belisca seu queixo pontudo. "Eu não faço isso em primeiros—desculpe, únicos—encontros, temo. Se ao menos fôssemos algo mais sério."

Draco franze a testa e se deixa cair, derrotado, contra o assento. A evidente tensão em suas calças provoca um calor no fundo do estômago de Harry, mas Harry bate nas suas próprias coxas e se levanta, pegando outra bola de boliche com as duas mãos enquanto vira o calcanhar e sorri para Draco.

"Se eu conseguir um strike, deixarei você terminar este encontro na minha casa," diz Harry. Ele lança a bola com determinação, o som ecoando pela pista. O tempo desacelera enquanto a bola rola em direção aos pinos, cada segundo pulsando no peito de Harry, e com um crash satisfatório, todos os dez pinos caem.

Cada pedaço de tiOnde histórias criam vida. Descubra agora