Capítulo 8

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𝄞 todos os seus armários de sonhos acumulados, e como você os deixou todos para mim 𝄞

*

Ele vem à tona para respirar, abre os olhos e encontra um cinza suave piscando de volta para ele, e suas mãos encontraram refúgio no cabelo loiro sedoso, o espaço entre seus corpos inexistente.

"Por que você parou?" Harry geme suavemente.

O sorriso ruborizado de Draco diz tudo. "Apenas garantindo que isso é real."

Harry faz um som de aprovação e então guia Draco para baixo com um leve beliscão em seu queixo pontudo, parando bem antes de seus lábios macios como pétalas para sussurrar as palavras: "Eu sou real. Sou todo seu."

E então eles estão se beijando, e ele começa a lembrar como era a vida antes, e então—

"Harry? Harry, querido?" A voz de Narcissa o puxa de volta à superfície. Visões de Draco se dissipam, junto com o mero fragmento de felicidade que vieram. "Seu chá está esfriando."

"Oh." Ele pisca pesadamente e olha para a xícara de porcelana na mesa de café. Ela deve ter trazido enquanto ele estava dormindo. Agora, bebê-la exigiria que ele se desenrolasse do canto do sofá em que está encolhido, estendesse a mão, segurasse algo entre suas mãos. Todo o seu corpo parece pesado no chão, sua forma está alinhada com chumbo. Ele observa a xícara por um tempo, então senta-se ereto enquanto Narcissa se aproxima timidamente ao seu lado, colocando a mão em seu joelho.

Ela lhe entrega a xícara de porcelana. "Você é bem-vindo para ficar, querido. Você não está bem."

Ele não tem energia para protestar. Sua garganta se incha só de pensar em tudo—o destino de Draco, a solidão esmagadora, e agora, como se não tivesse sido esfaqueado o suficiente, seu filho não nascido. Narcissa não sabe sobre isso. Pelo menos, ele supõe que não, e ele não está disposto a adicionar à sua tristeza a revelação de que a maldição não só levou seu filho, mas também seu neto.

Seu coração está machucado. Há uma dor física dentro dele. Um peso esmagador no peito que parece estar lentamente restringindo sua traqueia, espremendo cada último pedaço de ar.

Ele tenta falar, mas as palavras falham. Em vez disso, ele leva a xícara à boca. Earl Grey. Seu estômago se revira.

"Você gostaria de vê-lo?"

Harry balança a cabeça e dá um gole lento. "Não agora. Mais tarde, talvez."

"Bem, a Curadora Gabrielle insiste que ele está indo bem. Devemos tentar manter o otimismo."

Ele a olha rapidamente, apenas para verificar se ela parece tão iludida quanto soa. "Quão bem você pode estar quando está basicamente morto?" O silêncio de pedra o atinge. Ele se arrepende no momento em que sai, e lentamente, ele baixa o chá. "Desculpe, não quis dizer que—" Sua voz quebra, e ele aperta os olhos. "Desculpe."

Ela inspira profundamente, composta, ainda. "Está tudo bem, querido."

Ele morde o lábio. As lágrimas estão surgindo novamente, e ele está enjoado disso.

Ele mal chorou antes de conhecer Draco. Chorou quando perdeu Sirius, depois novamente quando se trancou na Grimmauld Place logo após a guerra, descobrindo cartas antigas e polaroides de seus pais e seu padrinho e Remus. Chorou muito naquele verão; quando havia funerais a cada duas semanas, ou quando Ron usou o Flu para chegar à casa tarde uma noite, soluçando pela morte de Fred. Ele derramou lágrimas enquanto segurava seu melhor amigo, lamentando não apenas os entes queridos, mas a vida antiga que agora estaria para sempre mudada.

Então, parou.

Algumas lágrimas de alegria em casamentos ocasionais, ou o ardor da emoção atrás dos olhos quando segurou Penelope pela primeira vez aos 4 dias de idade.

Cada pedaço de tiOnde histórias criam vida. Descubra agora