Capítulo 5

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𝄞 Eu deveria ter te feito perguntas, eu deveria ter te perguntado como ser 𝄞

*

Meu querido irmão Arcurius me confidenciou uma questão muito perturbadora. Ele professou seu amor por uma jovem mestiça chamada Evelyn. No entanto, ele está prometido a Mary, uma bruxa de sangue puro de posição nobre. Eu anseio pela felicidade de Arcurius, mas ele me conta sobre seu medo de perder a fortuna Malfoy e enfrentar o deserdamento de nossa família. Ele está consumido pela angústia, pois hoje falou sobre tirar a própria vida.

Em sua desespero, ele me implorou para lançar um feitiço, um que dissipe seu amor por Evelyn. Estou atormentado pela incerteza, pois tal ato carrega grande risco, mas não posso suportar a ideia de viver sem ele.

༺ ༻

Harry decide que não vai deixar algumas anotações rabiscadas em um velho diário do século XIV destruir seu otimismo.

"Então um antepassado Malfoy decidiu lançar um feitiço de extração de amor no irmão e isso se manifestou em uma maldição. Nenhuma dessas entradas nos diz como curar essa maldição. Esse sujeito passa mais tempo reclamando sobre isso do que realmente tentando resolver o problema." Harry empurra o diário para o lado, ignorando a energia inquietante que ainda pulsa de suas páginas.

"A magia evoluiu tanto desde então," ele afirma, afundando no sofá com uma xícara de café muito necessária. São oito e meia da manhã. Ele olha por cima da borda da xícara, depois pausa, franzindo a testa. "Por que vocês estão todos aqui? Tínhamos planos?"

Olhares são trocados pela sala. Draco puxa a almofada para perto do peito, encolhido no canto do sofá folheando a última edição da revista *Saúde dos magos*. Pansy e Ron trocam um olhar preocupado, enquanto Hermione se senta ao lado de Harry, fechando seu livro, para desagrado de Harry.

"Compramos croissants," diz Ron, levantando um grande saco de papel marrom.

Cheira divinamente, e parece suspeito.

"Vocês só aparecem aqui com comida quando querem alguma coisa," Harry diz, lançando um olhar de desconfiança de Ron para Pansy para Hermione, então suaviza ao ver Draco—acomodado, ainda de pijamas xadrez, cabelo desarrumado.

Hermione dá um tapinha no joelho de Harry. "Draco nos deixou entrar. Precisamos conversar."

"Sobre o quê?"

"Bem, obviamente estamos tão preocupados quanto você com o bem-estar de Draco, mas... também estamos preocupados com você. Toda essa pesquisa está começando a te consumir," ela aponta para os livros abertos e pergaminhos soltos espalhados pelo chão da sala, "e está se tornando bastante alarmante."

"Salvar meu namorado agora é alarmante, é?"

Hermione suspira brevemente. "Não é isso que estamos dizendo, Harry. Você encontrou a documentação exata que estava procurando. Esse antecessor testemunhou o surgimento da maldição. Eles documentaram seus efeitos durante suas fases iniciais e essencialmente te disseram que não há um remédio."

"E daí? A maldição pode ter se alterado à medida que passou por cada geração. Não sabemos ao certo se o que está dentro do Draco é a mesma maldição dessas anotações. Talvez seja semelhante, claro, mas vamos descartar tudo só porque um sujeito de séculos atrás decidiu brincar com um pouco de magia perigosa?"

Ninguém responde a isso. A sala se enche de mais um silêncio desconfortável ao qual, agora, Harry já está acostumado.

Pansy levanta os pés na mesa de café, cruzando um chinelo com franja (sim, ela tem um par de chinelos em cada casa) sobre o outro. "Você já parou para perguntar ao Draco o que ele pensa?"

Cada pedaço de tiOnde histórias criam vida. Descubra agora