Capítulo 3

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𝄞 Se eu não soubesse melhor, pensaria que você está cantando para mim agora 𝄞

*

Tic-tac, Tic-tac..

Três cervejas amanteigadas, uma garrafa de vinho e uma lager para Ron.

O barman mal consegue ouvi-lo sobre o grito da bruxa idosa no seu terceiro round de karaokê da noite. Um feitiço Silencio faria maravilhas agora. Isso explica porque as bebidas aqui fluem tão livremente.

"Então vocês estão namorando agora?" Pansy lhe dá um sorriso secreto antes de fechar os lábios em torno do canudo de seu rum com coca. Sua voz é elevada sobre a música que estoura no palco. "Ele é seu namorado?"

"Ele não é—" Harry interrompe a si mesmo, fazendo uma careta enquanto a bruxa continua a cantar desafinada. Ele reúne os pints em uma bandeja. "Não somos oficialmente namorados."

Pansy lança um olhar sabichão, sugando o resto da bebida antes de deslizar o copo vazio em direção ao barman. "Não são namorados, apenas estão morando na casa um do outro todas as noites, transando incessantemente e completamente apaixonados um pelo outro?"

"Paixão é uma palavra forte."

"Amor, talvez?" Ela sorri. O ambiente ao redor deles se enche com aplausos desanimados, mas agradecidos, enquanto a bruxa sai do palco.

Harry dá um gole na cerveja e olha para Draco, que está descansando os braços nas costas da cadeira em sua mesa, em uma conversa animada com Ron e Hermione. Harry amplia seu olhar pela sala. Tons quentes de vermelho e rosa lançam um brilho sedutor sobre o espaço íntimo, emanando de lâmpadas vintage e velas cintilantes nas mesas cobertas com veludo. Os sons ambientes de conversas murmuradas, copos tilintando e um tick tick tick flutuam no ar enquanto o suave croon de jazz preenche os espaços entre cada apresentação.

Ele sai do bar com Pansy seguindo atrás enquanto eles se movem em meio às mesas em direção aos amigos. "Não estamos apaixonados, certo?" ele diz, falando por cima do ombro. "Apenas vendo como as coisas vão." Ela para ao seu lado quando chegam à mesa. "Então não faça um grande alvoroço sobre isso, ok?"

Pansy, com os olhos brilhando de travessura—o mesmo olhar que ele vê sua filha fazer—acena na direção do palco. "Não acho que sou eu quem vai fazer um alvoroço sobre isso."

Quando Harry se vira na direção para onde ela aponta, vê Draco no palco, reajustando o microfone com um aceno brincalhão para a plateia. Ele dá um passo para trás, o holofote o iluminando contra as cortinas vermelhas profundas. Sua camisa está especialmente larga esta noite, com três botões abertos, expondo um pouco de clavícula e pele clara, as mangas enroladas até os cotovelos antes de levantar um braço e passar a mão pelos cabelos sedosos.

Harry fica boquiaberto.

Ele fica hipnotizado, e embora haja um calor crescendo em sua virilha ao ver esse homem lindo subindo ao palco, seu coração bate forte e seu estômago se contorce de medo. Nada sai de sua boca aberta. Ele sabe que Pansy está cutucando-o no lado, na sua visão periférica pode ver que Ron, Hermione, Ginny e sabe-se lá quem mais se viraram para olhá-lo, mas ele não consegue parar de olhar.

A música começa a tocar—o riff do baixo e da guitarra elétrica, o ritmo constante da bateria e do saxofone, e Harry reconhece a melodia instantaneamente: Mustang Sally.

Mas Draco, o travesso que é, faz uma pequena mudança na letra. Segurando o microfone na palma da mão e inclinando-se para o suporte, ele canta. "Mustang Harry!" e o público explode, e o rosto de Harry fica vermelho. "Acho que é melhor você desacelerar esse Mustang!"

É fascinante de assistir. A voz de Draco flutua lindamente pelo bar lotado. A cada nota, ele ganha vida, despejando tudo o que tem na performance e fazendo isso com total facilidade enquanto Harry fica encantado. Todos estão de pé, seus amigos sorrindo para ele—Hermione em choque, Ron completamente perplexo—cantando junto com a serenata de Draco e se deliciando com a incredulidade de Harry.

Cada pedaço de tiOnde histórias criam vida. Descubra agora