𝄞 O que morreu, não ficou morto 𝄞
Os campos ao redor da casa de Ron são divinos no final da primavera. Colinas onduladas se estendem sem fim, e os caminhos gramados são abraçados por uma vibrante variedade de flores silvestres.
Harry adora os céus âmbar e apreciaria ainda mais a bela paisagem se seu coração não estivesse dividido ao meio. Duas semanas de pesquisa sem Draco o deixaram sem esperanças e faminto, seu corpo sentindo-se como se estivesse preso ao chão. Ele atribui a vermelhidão dos olhos ao seu não-existente rinite alérgica enquanto arranca as flores da cerca viva que passa, arrancando as pétalas uma a uma.
"Então é isso? Vocês não estão mais se pegando?" Ron pergunta, trêmulo, devido à força com que seu cachorro, um pastor australiano, chamado Bruno—o arrasta para frente com a guia.
"Foi mais do que apenas sexo," Harry diz. "Draco, ele estava... ele se apaixonou."
"Certo. E ele estar apaixonado é um completo desastre por causa dessa maldição?"
"Uma maldição de sangue, passada através das gerações da família Malfoy."
Bruno para abruptamente ao ver dente-de-leão, cheirando-os intensamente enquanto Ron dá a Harry um olhar de pena. "Caramba."
"Sim." Harry acena com a cabeça, olhando para a vista distante até seus olhos ficarem desfocados. "A maldição permanece inativa dentro dele e só será desencadeada se ele se desviar dos valores ancestrais."
"Como casar com puros-sangues e todo esse blá-blá-blá?"
Harry esfrega a terra. "Exatamente."
"Ele está doente?"
"Não exatamente. Está... desgastando-o lentamente, eu acho?" Harry faz uma careta.
"Então agora vocês dois estão apenas—"
"Tomando um tempo separados," Harry diz. "Parece a coisa lógica a se fazer, e Draco provavelmente está certo. Talvez a distância alivie a maldição, dê a ele mais tempo para encontrar uma cura adequada, sabe?"
Ron acena com a cabeça, batendo no ombro de Harry antes de ser puxado novamente por um Bruno sem limites. Harry o segue. Ele pode sentir suas mãos começando a tremer, passando-as pelo cabelo desarrumado.
"Você tem um cigarro com você?"
Ron dá um sorriso impotente. "Desculpe, amigo. Mione ficaria louca se eu tivesse essa porcaria comigo agora. Ela também iria te atacar."
"É, eu sei." Harry revirou os olhos, acompanhando o ritmo de Ron. Ele arranca uma flor silvestre do arbusto e a rasga em pedaços. "Talvez Draco deixe de me amar e então... problema resolvido, eu acho."
"É isso que você realmente quer?" Ron pergunta. "Quer dizer, pode funcionar, ou você pode apenas estar desperdiçando o pouco tempo que têm juntos. Quero dizer, Draco vai passar todo o tempo se lamentando por você, o que provavelmente vai enfurecer ainda mais a maldição, e então a maldição rouba mais tempo porque não quer que Draco te ame e assim por diante..." Ele faz um pequeno gesto circular com as mãos. "Você entende o que quero dizer?" Ele se inclina para escovar um galho pendente. As folhas balançam acima.
"Acho que sim."
"Olha, amigo, no final das contas, se alguém me dissesse que meus momentos com Hermione eram fúteis, eu me certifiquei de que cada momento fosse passado com ela, amando-a, fazendo valer a pena, entendeu?"
"Bem, o que mais eu deveria fazer?"
"Nada," Ron diz, de forma prática. "Tudo o que estou dizendo é, se você já está enlouquecendo procurando uma cura para isso, bem, você pode muito bem enlouquecer um pelo outro ao mesmo tempo."
VOCÊ ESTÁ LENDO
Cada pedaço de ti
RomanceDoze anos depois da guerra, Harry se encontra em um ciclo interminável de ir para a cama com Draco Malfoy e acordar sozinho. Desesperado para entender por que Draco não lhe dá a chance de ser algo mais, ele se compromete a cortejar o loiro escorrega...