Desespero

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POV BILL KAULITZ
O som do tiro ainda ressoava na sala, ecoando no silêncio que ficou após Madison cair no chão. O sangue dela se misturava com o suor que escorria pelo meu rosto. A dor física era esmagadora, mas nada se comparava ao desespero que subia pelo meu peito. Eu tinha que encontrar S/N. Não havia mais tempo.

Com passos vacilantes, vesti minha camisa jogada no outro lado da sala e saí do quarto, meus sentidos em alerta total. Cada grito abafado que ecoava pelos corredores me deixava mais perto de perder o controle.

Eu queria correr, mas meu corpo mal respondia. Cada músculo estava sobrecarregado pela dor, os cortes em meu rosto ardiam e os hematomas deixavam tudo embaçado.

Quando finalmente cheguei à porta de onde vinham os gritos, meu coração disparou.

Eu sabia que Felipe estava lá com ela, e eu sabia o que ele era capaz de fazer.

Sem hesitar, dei um chute na porta, mas ela estava trancada. A adrenalina fez meu corpo reagir instintivamente, minha respiração estava descontrolada.

Olhei ao redor freneticamente até encontrar uma chave no balcão. Devia ser da Madison, provavelmente usada para trancar todos nós aqui.

Meus dedos tremiam enquanto tentava encaixar a chave na fechadura. Cada segundo parecia uma eternidade, o som dos gritos de S/N me queimando por dentro. Finalmente, a porta cedeu.

Ali estava ela, seminua e caída no chão, tentando se soltar de Felipe, que sorria de forma doentia enquanto a observava como um predador prestes a capturar sua presa.

O olhar de S/N era puro desespero, lágrimas manchavam seu rosto, e eu sentia como se alguém tivesse arrancado o meu coração naquele instante.

Felipe, com toda sua crueldade e arrogância, se virou para mim. Ele sabia que eu estava vulnerável. Sabia que, por mais que eu estivesse armado, ele ainda tinha a vantagem. Ele tinha a S/N nas mãos.

Felipe: Olha só, Bill, você veio correndo como um cachorrinho bem treinado. Achei que demoraria mais para se livrar da Maddy.

Sua voz era calma, fria, como se nada estivesse errado. A raiva borbulhava dentro de mim, mas eu sabia que não podia agir por impulso. Não com S/N tão perto dele.

Eu apontei a arma diretamente para Felipe, meu dedo no gatilho, tremendo. Eu estava pronto para atirar.

- Solta ela, Felipe.
Felipe sorriu de forma maliciosa, ignorando completamente a ameaça da arma.

Felipe: Por quê? Pra você fingir ser o herói? Pra você salvar o dia e sair correndo com ela nos braços? Você acha que a vida é um conto de fadas, Bill?

S/N tentou se mover, mas Felipe foi mais rápido. Ele a puxou pelo pescoço, fazendo ambos se levantarem. Eu conseguia sentir a dor dela como se fosse em mim.

Era como se eu estivesse revivendo o dia em que fui abusado na piscina.

Felipe: Você nunca vai entender ela, Bill. Nunca vai amá-la do jeito que ela merece. Olha só pra você. Quem você pensa que é? Um assassino? Um homem com uma vida cheia de mentiras? Você acha que ela pode te amar sabendo quem você realmente é?

S/N: C-como assim?
Merda.

Sua voz era quase um sussurro, carregada de medo. O coração dela batia tão rápido que eu podia sentir o pânico crescendo dentro dela. E eu estava impotente, sem saber como salvar a pessoa que eu mais amava.

Felipe: Acontece, S/N, que o herói da história na verdade, é contratado pra matar pessoas em troca de dinheiro.
Ela me olhou, horrorizada.
Felipe: E ele nunca foi professor de verdade. O "Sr.Kaulitz" nunca existiu. Sempre foi o assassino Bill Kaulitz.

Meu Professor | Bill Kaulitz Onde histórias criam vida. Descubra agora