CAPÍTULO 2

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Ainda estava me recuperando do baque que foi saber que Silvia havia morrido, quando a assistente social chegou na enfermaria em que estava, acompanhada de dois homens e mais um policial. Confesso que pensei que era sobre a minha identidade, mas logo descobri que era algo tão complicado quanto.

- Jane – disse Isaura, a assistente social – Esses são Dr. Bento , advogado do hospital e Sr. Levi, tabelião, e aquele ali emburrado é o soldado Douglas.

- Estou encrencada?

- De forma alguma querida. Viemos conversar com você sobre o último pedido de Silvia. – Enquanto ela falava vi o dr. Moretti chegar – Dr. Moretti está aqui porque também foi citado no testamento, e eu serei a testemunha. Depois da sua terceira internação onde vocês ficaram próximas, Silvia pediu ao hospital que providenciasse um advogado para fazer um breve testamento. Ela sabia que algo como o que acabou acontecendo, poderia ocorrer... 

- Testamento? A gente se viu ao todos umas 5 vezes! - bradou Jane

- O Advogado precisa cumprir o que foi estabelecido. A leitura do testamento. - disse Isaura

Apenas concordei com a cabeça. O que mais poderia fazer? Então ele procedeu a leitura do documento.

- Como ultimo desejo da Senhora Silvia Leuchant, a tutela de seu bebê recém-nascido fica com a sra. Jane, e no caso de impossibilidade, a tutela passará para o Dr. Moretti. A casa onde residia deverá ser vendida e o valor entregue em sua totalidade para Jane. Tudo mais que ela tiver de bem material, bem como qualquer valor em sua conta bancária, deve ser repassado para a sra. Jane como forma de ajudar nos custos iniciais de cuidados com seu filho.

-  Vocês estão doidos?! Pensaram bem no que estão fazendo? – respirando profundamente para encontrar um pouco de equilíbrio continua – Gente, vocês sabem a minha história! Fui encontrada machucada, desmemoriada e sem documentos na beira da estrada. Até hoje não sei quem sou e de onde vim! como vocês tem a coragem de colocar mais uma criança sobre a minha responsabilidade? 

- Posso entender, com essas suas palavras, que prefere que a tutela seja entregue ao Dr. Moretti? Preciso que a senhora diga isso de forma clara para que possa colocar nos autos, e para que a testemunha possa dar fé.

Jane precisou respirar fundo algumas vezes. Ela lembrou da promessa feita a amiga pouco antes de morrer. Isso era algo sério! não se deve quebrar esse tipo de promessa...

- Que os céus me ajudem! mas vou assumir a tutela de Niara. Quem cria 4, pode criar 5. Não sei como, mas vou achar um jeito de fazer dar certo.  - logo lembrei de algo importante que parecia estar sendo ignorado justamente por quem deveria se preocupar com isso - E quanto aos meus documentos? Não tenho nada! Vocês me deram o nome de Jane. Ok. Mas e meu sobrenome, o nome dos meus pais? 

- Seu caso é extraordinário, e devido aos desdobramentos conseguimos uma autorização do juiz local para que a senhora escolha um nome e sobrenome. Temos uma lista com os que são proibidos, por isso aconselhamos que tenha cuidado ao escolher.

- Me deixe pensar um pouco... Como primeiro nome, vou manter o Jane. - e pensando em como tinha chegado até aquele momento, depois de "cair de paraquedas" naquela cidade, decidiu - Sky. Jane Sky. Esse sobrenome é viável?

Depois de uma consulta breve, o tabelião assentiu favoravelmente.

- Sra. Sky, iremos providenciar seus documentos e a certidão do recém nascido. Poderia dizer o nome que dará a criança?

- Niara, Niara Sky.

O tabelião, o advogado e o soldado saíram deixando Jane, Moretti e Isaura sozinhos.

 – Eu gostaria de ver minha filha.

- Já imaginávamos que você ia nos pedir isso, por esse motivo já deixei tudo preparado.

Niara era linda! Um bebe branquinho de cabelos negros. Parece incrível mas ela tinha cachinhos! Era bem cabeluda. Fiquei triste ao ver que ela estava no oxigênio e tinha uma agulha em seu bracinho para receber fluidos.

- Ela esta bem?

- Sim. Nasceu um pouco abaixo do peso, mas creio que logo irá se recuperar. Devido ao estresse que sofreu ainda no ventre da mãe e ao parto difícil, esta precisando receber um pouco de oxigênio e fluidos, mas logo não precisará mais. Ela esta sendo alimentada com o leite de nosso banco de leite.

- Eu posso tocá-la?

- Vamos lá, vou ajeitar sua maca para que consiga pegá-la no colo. Não tenha medo, você não vai quebra-la.

Em seguida uma das enfermeiras colocou aquele pacotinho de gente, muito aborrecida, em meu colo.

Niara tinha a testa enrugada e mexia braços e pernas demostrando estar bem irritada.

- Oi meu amorzinho! – ela se acalmou e parecia estar prestando atenção a minha voz – Você é meu pacotinho de amor. Sua mamãe pediu pra que eu seja a sua nova mamãe. Você me aceita? Eu já te amo tanto! Prometo que vou cuidar de você com muito amor e carinho. Você será minha primogênita , mas logo logo seus irmãozinhos nascem e você terá muitos bebezinhos pra brincar.

Niara suspirou, e relaxou em meu colo.

- Mas vejam só! – disse a enfermeira – Essa mocinha é esperta! Estava fazendo cena pra mamãe vir pegá-la. – e olhando para o médico do plantão – Olhe doutor, os níveis de oxigênio estão normais!  Vamos tentar alimentá-la. Você quer tentar Jane? – disse a enfermeira me entregando um copinho com leite. – Vou te mostrar como fazer e depois é com você. Precisamos que ela tome todo esse copinho. Nossa mocinha precisa ganhar peso.

Niara acabou tomando dois copinhos de leite, o que deixou a equipe medica muito feliz, depois teve sua fralda trocada e logo estava de volta a incubadora para dormir

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Niara acabou tomando dois copinhos de leite, o que deixou a equipe medica muito feliz, depois teve sua fralda trocada e logo estava de volta a incubadora para dormir.

Estava voltando para a enfermaria quando senti uma forte dor no "pé da barriga", seguida de um jato de água que deixou tudo molhado. Depois foi uma correria só pois havia entrado em trabalho de parto.

Prometi a mim mesma que faria o máximo para ter meus bebes de parto normal, pois todo mundo sabe que é muito melhor para os bebes e para a mãe. O que ninguém te conta é o tamanho da dor! Somente o amor imenso de uma mãe por seus filhos a fazem forte o suficiente para suportar.

Já na sala de parto Dr. Nilson me animava o tempo todo.

- Vamos lá Jane! Você esta indo muito bem. Sua dilatação esta quase completa!

Pouco tempo depois dava luz a meu primogênito, a quem chamei de Heitor, mal tive tempo de respirar e logo era a vez de Samara, dei um beijinho nela e já senti que o próximo estava se encaixando, mais um pouco de força e Daniel chegava chorando a plenos pulmões, mas logo tudo mudou, senti muito frio e não conseguia respirar direito, logo veio a sensação de algo quente saindo de mim.

- Hemorragia maciça! Apaga ela! Vamos para cesariana ou podemos perder as duas!

Depois não ouvi mais nada, me senti flutuando em uma nuvem de conforto, sem dor alguma.

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