Aquele tinha sido um dia muito longo e cansativo e logo as crianças começaram a fazer birra e chorar, demonstrando cansaço. Mas dessa vez Jamilly pode contar com vários braços para ajudar a cuidar de sua tropinha.
As coisas estranhas ainda não tinham acabado...
Conseguimos colocar quase todas as crianças nos berços, menos Amaya, que dormiu agarrada a blusa de Yago, e o jeito foi deixa-lo dormir em seu quarto que tinha cama de casal, para que pudesse colocar Amaya ao seu lado, e me preparei mentalmente para dormir na sala, pois não tenho quarto de hospedes. E mesmo eles me dizendo que aquele homem lindíssimo é meu marido, eu ainda não lembro disso, e de jeito nenhum vou dividir a cama com ele...
Depois de acomodar Yago e minha filha voltei para a sala onde todos se preparavam para voltar para o hotel em que estavam hospedados.
Ângela não parava de olhar para Amora, e foi se aproximando lentamente. Durante todo o tempo, ela sempre mantinha seus olhos pregados em Amora.
Quando chegou bem pertinho, fez sinal para que Amora abaixasse pois queria falar um segredo.
- Eu sei quem você é!
Amora se assustou!
- Ah! Você sabe? Então me diga...
- Ângela, veja bem o que vai falar! Não falte com respeito aos mais velhos! – lembrou Diana – Peço desculpas antecipadas, mas minha filha parece a Emília do Sitio do Pica-pau Amarelo, tem uma torneirinha de asneiras.
Ângela seguia olhando admirada para Amora e soltou em alta voz.
- Mamãe! Ela é uma fada! Você não está vendo as luzinhas em volta dela?
- Que luzinhas o que menina?! Tá sonhando acordada? Vamos dormir que seu mal é sono! – e olhando para Amora diz – A senhora me perdoe. Minha filha as vezes deixa a sua imaginação ir longe demais...
- Não tem problema, eu gostei de ser chamada de fada. – e olhando para Ângela decide ver até onde aquela simples humana podia ir em sua percepção – Como foi que você descobriu meu segredo?
- Pronto! Agora a senhora arrumou um grande problema... – disse Diana sorrindo aliviada – Ela não vai mais lhe dar paz.
Apesar de saber que Amora conseguiria lidar facilmente com aquela situação, todos ficaram abismados e um pouco apreensivos.
- Eu estou vendo as luzinhas rosas e azuis em volta de você tooooodiiiinha! Você pode me mostrar suas azinhas? Eu gostaria muito de ser uma fadinha também!
- Poxa! Eu não posso mostrar minhas asinhas assim pra todo mundo, mas prometo que um dia eu mostro só pra você. Tudo bem? Mas você tem que prometer ser uma criança boazinha e obedecer ao papai e a mamãe sem fazer malcriação. Você pode me prometer isso?
- Xiiiii. Eu sou boazinha, mas a mamãe diz que sou muito respondona e bagunceira. Mas eu gostaria de ver suas azinhas mesmo assim. Mostra por favorzinho!
Todos riram da inocência da menina.
- Vou pensar um pouquinho, mas se a sua mãe disser que você se comportou bem até o dia de eu ir embora, eu mostro.
- Oba!!!! Tia fadinha, agora eu vou embora porque meus olhinhos estão com muito soninho. – e correu para abraçar e Amora e disse em seu ouvido – Minha vovó também tinhas essas luzinhas, mas ela foi morar no céu. A mamãe também tem, mas ela não sabe. A vovó disse que eu não podia contar.
Amora beijou o topo da cabeça de Ângela e sem que outros a escutassem, abençoou a menina com um sonho de fadas. Era algo muito simples.
Sabendo que voltaria a casa de Jamilly no dia seguinte, decidiu tirar a prova na próxima vez que encontrasse Diana. Certamente iria descobrir o sobrenome da família para verificar no livro das bruxas.
- Jamilly, nós já vamos porque estamos todos muito cansados, mas prometemos voltar amanham. – disse Luara
- Estarei esperando. Vou fazer um bolinho, e comemoraremos novamente, mas agora com todos juntos, o aniversário das crianças.
- Espera! – disse Parker – Elas fizeram aniversário hoje?
- Sim. Seu primeiro aniversário.
Muito triste Amora diz:
- Desculpe minha filha por perder essa comemoração tão importante e por ter demorado tanto a te encontrar.
- Tudo bem. Vamos começar uma nova fase. Espero recuperar minhas memórias logo. – e olhando pra Benjamim diz – De alguma forma eu sei, tenho certeza, que éramos muito unidos. Gostaria muito que morássemos mais perto, acho que a chave para lembrar do meu passado está com você...
- Tudo bem bonequinha. Nós vamos conseguir isso juntos!
- Eu... eu... posso pedir uma coisa?
- O que você quiser meu amor!
- Eu posso te abraçar mais uma vez? – pediu Jamilly com muita vergonha
Eles se abraçaram e Jamilly respirou fundo, querendo guardar aquele cheiro que lhe trazia uma sensação de paz.
Depois de sua família se despedir com muitos abraços e beijos, eles foram para o local onde ficariam hospedados.
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JAMILLY - THE WEREWOLF SERIES - LIVRO 6
WerewolfJá haviam passado dois dos cinco anos dados pela Deusa da Lua para que encontrássemos Jamilly, e até o momento não havia nem sinal dela em nenhum canto do mundo. Sabíamos que estava viva porque a Deusa garantiu isso, e ela jamais mentia. A única coi...