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O Brasil acabou de perder por três sets a zero para a China, justamente no meu primeiro jogo acompanhando o trabalho do Bruno... parece que alguém vai carregar a fama de pé frio para todo o sempre!

— Não fica assim, Isa - a Vera segurou nas minhas mãos e deu uma risadinha - a seleção está passando por um período difícil, o Renan não está acertando e perderíamos com ou sem você aqui - falou no meu ouvido e eu acabei dando uma risada

O que falar da Vera? Eu estava com medo de conhece-la e ela não deixou de me surpreender nas últimas vinte e quatro horas. Uma mulher super alto astral, boa de conversa e muito, mas muito, acolhedora. Estar com ela foi fácil demais.

— Poxa, mas eu fiquei chateada, eles ganharam todos os jogos, menos o que eu estava presente - fiz um biquinho triste e ela riu - já sei, vou brigar com o Bruno!

— Comigo? - ouvi a voz atrás de mim e dei um pulinho pelo susto. Após o jogo, estávamos esperando por ele próximos ao vestiário da equipe - posso saber porque a senhorita vai brigar comigo? - perguntou rindo e eu me virei para encontra-lo. Lindo, lindo, lindo. O cabelo ainda molhado da ducha pós jogo, uma camisa branca, bermuda e um chinelo. E ainda assim, lindo. Como pode?

— Vocês não tinham que perder logo no jogo em que eu estava presente, agora eu to achando que sou pé fria - cruzei os braços e ele gargalhou enquanto jogava a cabeça para trás

— Você não tem culpa, linda, a gente que jogou mal mesmo - falou despreocupado e puxou um dos meus braços, fazendo o meu corpo encostar no dele - senti sua falta - passou uma das mãos pela minha cintura e me abraçou, deixando um beijo bem próximo da minha boca

— Sua mãe tá aqui! - falei entredentes e bem baixinho, fazendo ele gargalhar de novo. Gente, quem era esse homem? Na televisão, quando o Brasil perdia, ele só faltava morder a bola igual ao pai. Não estou entendendo mais nada

— Aí, mãe, ela tá com vergonha - me virou de frente pra Vera e eu dei uma cotovelada na barriga dele

— Mal sabe ela que eu to dando graças a Deus porque finalmente o Bruno encontrou uma menina boa para a vida dele - fingiu agradecer aos céus e eu ri

— Tá vendo, Isa? Todo mundo achando que eu estou ficando pra titio - riu

— Talvez você esteja mesmo, Bruno - ri - 35 anos já, meu querido

— Não precisa ter vergonha de mim, Isa, você sabe que o meu apoio vocês tem - sorriu - vou aproveitar para cumprimentar uns amigos, já já eu volto - a Vera disse e, como em um piscar de olhos, saiu, deixando nós dois ali

— Eu também senti saudade - voltei a minha atenção ao Bruno e ele sorriu, em seguida eu fiquei na ponta dos pés e roubei um selinho dele

— Então você realmente estava com vergonha da minha mãe? - riu

— De estar com ela, zero, mas quando você apareceu e ela ficou aqui assistindo nós dois, me deu vergonha, confesso - ri - eu sou maluquinha, mas ainda tenho uns lapsos de vergonha - rimos juntos

— Se eu não soubesse como nos conhecemos, eu até acreditaria nisso - ele riu

— Gostou? - virei de costas novamente e mostrei a camisa que eu usava, que, logicamente, tinha um "Bruno 1" na parte de trás

DEPOIS QUE EU TE VI • Bruno RezendeOnde histórias criam vida. Descubra agora