Attraction

CHAPTER 1

Após um dia exaustivo, repleto de treinos intensivos e supervisão dos alunos, Caroline se encontrava no escritório de Alaric, um espaço que ela praticamente reivindicara como seu. O lugar tinha uma energia peculiar, misturando o caos organizado de Alaric com o toque de eficiência e ordem de Caroline. Livros de magia, armas antigas, mapas táticos e montanhas de papéis estavam espalhados pela sala, mas havia uma leveza no ar, graças às flores que Caroline insistia em manter na mesa, uma tentativa de suavizar o ambiente. Ela sentou-se na cadeira de couro, passando os dedos pelos arquivos empilhados, refletindo sobre o dia que tivera. Os alunos estavam progredindo, mas ela sabia que a verdadeira batalha, emocional e física, ainda estava por vir. Os treinos eram desgastantes, tanto para eles quanto para ela. Ver os jovens, alguns ainda tentando equilibrar suas vidas sobrenaturais com qualquer resquício de normalidade, lembrava-a de sua própria juventude como vampira e de como fora difícil se adaptar, suspirou, inclinando-se para trás, permitindo-se um momento de silêncio. O escritório era um refúgio, um lugar onde ela podia organizar seus pensamentos e preparar as próximas etapas. Ela pegou um dos relatórios sobre o treinamento dos vampiros e começou a folhear, seus olhos azuis se fixando nas notas de Marcel e Kol sobre os alunos. Mesmo depois de tanto tempo, liderar e cuidar dos outros era algo que ela fazia quase instintivamente.

Caroline estava profundamente concentrada, seus olhos fixos nas palavras escritas, as anotações em sua mente trabalhando incansavelmente enquanto ela revisava os relatórios. O silêncio do escritório a envolvia, permitindo que focasse, até que um movimento à sua esquerda a fez sobressaltar. Ela ergueu a cabeça abruptamente, seus instintos de vampira disparando em alerta. A visão de um vulto entrando na sala a pegou desprevenida, seu corpo tenso e pronto para reagir. Mas, antes que pudesse fazer qualquer movimento defensivo, ela reconheceu o brilho provocador daqueles olhos azuis penetrantes que tanto a tiravam do sério.

— Rebekah... — Caroline suspirou, seu tom carregado de exasperação, mas com uma pitada de familiaridade. Era a Mikaelson que sempre aparecia sem avisar, como se fosse dona do lugar. Rebekah Mikaelson se inclinou casualmente contra a porta, um sorriso despreocupado brincando em seus lábios, seus olhos azuis brilhando com aquela mistura irritante de charme e arrogância. Havia algo em sua presença que sempre colocava Caroline em alerta. Talvez fosse a forma como Rebekah se movia com uma confiança calculada, ou como ela parecia adorar testar a paciência de Caroline com uma simples troca de olhares.

— Achei que poderia gostar de companhia, Forbes. — Rebekah disse, com um tom doce que, para Caroline, era tudo menos genuíno.

— Ou você só queria me assustar para se divertir — Caroline retrucou, cruzando os braços e endireitando a postura na cadeira, enquanto ainda tentava acalmar o coração acelerado. Rebekah deu de ombros, um sorriso travesso nos lábios enquanto se aproximava mais.

— Ou os dois. — Caroline não conseguia decidir se aquela atitude despreocupada e provocativa a irritava mais ou se ela admitia o quanto Rebekah sabia exatamente como mexer com ela.

Rebekah deu alguns passos lentos em direção a Caroline, o sorriso travesso ainda presente em seus lábios. A Mikaelson parecia se deliciar com a tensão que surgia no ar sempre que estavam no mesmo ambiente. Ela parou ao lado da mesa de Alaric, passando os dedos distraidamente sobre a madeira polida antes de fixar seus olhos azuis nos de Caroline, que já estava visivelmente desconfortável com a proximidade.

— Tão tensa, Forbes. — Rebekah provocou, sua voz suave, quase um sussurro, mas carregada de malícia. — Você precisa relaxar mais. Toda essa responsabilidade não é muito pesada para os seus delicados ombros?

Caroline estreitou os olhos, sentindo a provocação ardendo em cada palavra. Rebekah sempre soube exatamente como mexer com seus nervos, cutucando as inseguranças ou os pontos de orgulho que Caroline tanto prezava.