CHAPTER 6

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Caroline continuava a lutar, seus golpes mais ferozes do que antes, agora impulsionados pela frustração e pelo medo que latejava dentro de si. Hope, no entanto, parecia estar tão perturbada quanto ela, Caroline podia ver nos olhos da tríbrida que ela também estava desesperada para encontrar Josie, a tríbrida movia-se pelo ginásio com uma urgência palpável, eliminando vampiros e bruxas com a destreza de alguém que já havia enfrentado horrores, mas, apesar de sua habilidade, algo em seus movimentos era errático, como se a ausência de Josie estivesse pesando em suas decisões.

Caroline observava Hope de longe, lutando enquanto mantinha a jovem tríbrida em seu campo de visão, mas foi então que percebeu: Lizzie também não estava mais lá. Num piscar de olhos, Hope e Lizzie haviam desaparecido da batalha. Seu instinto gritou para ela, algo estava errado, não poderia ser uma coincidência. Elas haviam ido procurar Josie, ela sabia disso com uma certeza esmagadora, as garotas deviam estar procurando por ela em algum lugar, e isso a fazia sentir-se ainda mais impotente. Por mais que quisesse abandonar a luta e se juntar a elas, algo a prendia ao campo de batalha, as criaturas à sua volta pareciam estar multiplicando e sabia que não podia abandonar os outros para ir atrás de sua filha, não com tantas vidas em risco.

Quando Caroline finalmente cravou a estaca no último vampiro que se atreveu a cruzar seu caminho, o silêncio momentâneo que seguiu foi como um alívio brutal, estava ofegante, o coração acelerado pela adrenalina, mas seus pensamentos só tinham um destino. Suas garotas. O medo pulsava em suas veias, e sem hesitar, ela correu em direção ao som da voz de Lizzie, o eco distante que atravessava o caos ao seu redor, seus pés mal tocavam o chão enquanto avançava, o ginásio já ficando para trás, seu corpo, cansado, se movia pelo puro desespero, cada passo mais rápido que o anterior, como se algo dentro dela soubesse que estava prestes a testemunhar algo devastador. O barulho da luta parecia desaparecer ao fundo, as batidas de seu coração se tornaram ensurdecedoras em seus ouvidos.

Entrou correndo no local, mas de uma hora para outra, o tempo pareceu desacelerar, como se o próprio universo estivesse prendendo a respiração diante da tragédia que se desenrolava diante de seus olhos. O caos e o barulho das batalhas ao redor tornaram-se distantes, indistintos, enquanto sua visão se focava em uma única cena devastadora. Seu coração parou, seus pulmões queimaram com a dor de um golpe invisível que atravessou sua alma: Josie estava ferida nos braços de Hope, e Lizzie... Lizzie estava caída no chão, imóvel, envolta nos braços de Caitlin, a mesma garota que a havia atacado momentos antes, o corpo de sua filhinha, que antes estava cheio de vida, agora parecia pequeno e frágil, como se todo o vigor tivesse sido drenado, deixando apenas um peso frio e aterrador. Caroline mal conseguia acreditar no que estava vendo. Caitlin, a jovem que antes exalava arrogância e crueldade, agora estava de joelhos, abraçando o corpo inerte de Lizzie com uma expressão de desespero irreconhecível. Suas lágrimas desciam sem controle pelo rosto manchado de sangue, os traços antes duros agora marcados por uma dor profunda e quase incompreensível, era como se o mundo de Caitlin tivesse se partido junto com o corpo de Lizzie, e Caroline não sabia se isso era um sinal de arrependimento ou apenas mais uma manifestação do caos e da loucura que cercavam tudo naquela noite.

Mas nada mais importava, quando o grito de Caroline rasgou o ar, um som puro de agonia, tão penetrante e carregado de dor que parecia fazer o próprio ginásio tremer. Cada fibra do seu ser clamava por sua filha, ela tentou correr em direção ao corpo de Lizzie, seus passos desesperados e instintivos, como se, ao tocá-la, pudesse trazê-la de volta, como se pudesse arrancá-la do pesadelo em que haviam sido lançadas, tudo o que Caroline queria era segurá-la nos braços, protegê-la do mal que a havia levado, prometer-lhe que tudo ficaria bem... mesmo que fosse uma mentira.

— Lizzie! — O nome escapou de seus lábios em um grito quebrado, misturando-se aos sons de batalha ao redor, mas o desespero na voz de Caroline era inconfundível. Ela tentava arranjar forças para avançar, sua visão desfocava em meio às lágrimas que desciam com fúria por seu rosto, mas antes que pudesse alcançar o corpo de sua filha, mãos firmes a seguraram por trás, interrompendo sua corrida.

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