Attraction

CHAPTER 10

Os passos de Caroline ecoavam pelos corredores da Escola Salvatore, o som de seus sapatos sobre o taco de madeira quebrava o silêncio que dominava o local, caminhava com determinação, com o peso das últimas horas ainda pendurado em seus ombros, ao chegar à porta de seu escritório, franziu a testa ao notar a luz acesa. Já era tarde, e ela tinha certeza de que havia apagado as luzes ao sair pela manhã. Empurrando a porta com cuidado, Caroline se deparou com uma figura familiar. Rebekah estava lá, sentada em sua cadeira, os longos cabelos loiros caindo em ondas suaves ao redor de seu rosto, parecia perdida em pensamentos, as mãos delicadas entrelaçadas no colo, os olhos fixos em algo que só ela podia ver. Caroline parou na soleira por um momento, observando-a, havia algo de diferente na vampira original naquela noite; a habitual aura de confiança parecia ter se dissipado, substituída por uma vulnerabilidade que Caroline raramente testemunhava. Finalmente, Caroline entrou, fechando a porta atrás de si com um clique suave.

— Sabe, agora eu acho que entendo o que você está sentindo. Pelo menos... minimamente e ela te lembra deles. — Sua voz era baixa, mas carregada de sinceridade. Rebekah sobressaltou-se, claramente surpresa pela presença que não havia notado.

— O quê? — Ela piscou, se endireitando na cadeira, o olhar azul cruzando o da vampira, surpresa em sua expressão logo deu lugar a uma leve curiosidade, embora seus ombros permanecessem tensos. Caroline caminhou lentamente até a mesa, apoiando-se na borda, as mãos firmemente posicionadas para sustentar seu peso, estudou a vampira original por um momento, como se procurasse as palavras certas antes de continuar.

O peso das palavras de Caroline pareceu preencher o ambiente, tornando o ar mais denso, mais difícil de respirar. Rebekah ficou imóvel por um instante, como se cada frase tivesse a atingido como um golpe inesperado. Ela cruzou os braços sobre o peito, um gesto defensivo, enquanto seu olhar vagava para um ponto indefinido na sala, recusando-se a encontrar o de Caroline.

— Ela te lembra deles, não é? — Caroline repetiu, mas agora com mais ternura, como se tentasse atravessar as camadas de resistência de Rebekah. — Seus irmãos. Ela tem tanto de Klaus e Elijah, e especialmente de Hayley, a cara da Hayley, os olhos profundos de Klaus... e o coração do Elijah.

Rebekah apertou os lábios, desviando o olhar como se estivesse tentando fugir da verdade que sabia ser inegável, mas Caroline não recuou, seus olhos fixos na vampira original, determinada a romper a barreira de negação.

— E você transfere toda essa dor nela. — Caroline deu um passo mais perto, suas palavras não eram de acusação, mas de compreensão. — Você quer protegê-la como se o mundo não pudesse mais machucá-la, como se pudesse corrigir todas as vezes que alguém machucou vocês.

O silêncio caiu entre elas como uma muralha invisível, a original respirou fundo, um gesto involuntário que ela raramente fazia, era quase doloroso para Caroline vê-la assim, tão vulnerável, uma versão de si mesma que poucos tinham permissão de conhecer, quando Rebekah finalmente respondeu, sua voz era controlada, mas frágil.

— Não sei do que você está falando. — A frase saiu firme, quase como uma defesa desesperada, mas havia um tremor em suas palavras, como se o peso de tudo estivesse prestes a esmagá-la. Caroline inclinou a cabeça, suavizando a expressão, mas não deixando de lado sua determinação.

— Você pode dizer isso para mim e até dizer para si mesma. — Ela hesitou, escolhendo cuidadosamente as palavras seguintes. — Mas a verdade é que você a vê como mais do que só mais uma Mikaelson perdida, ela é um tipo de última chance para você... de fazer diferente, dar a alguém o que você sempre quis ter.

Rebekah finalmente virou o rosto em direção a Caroline, mas seus olhos estavam cheios de algo indefinido... dor, talvez, ou arrependimento, antes que ela pudesse responder, Caroline deu mais um passo.