Attraction

CHAPTER 8

O sol mal havia surgido quando Caroline acordou com uma sensação inquietante que lhe apertava o peito, pressentimento que não conseguia e nem teria como ignorar. Com o coração disparado e a respiração irregular, se levantou da cama, mesmo com sua mente girando com uma urgência inexplicável, sem pensar duas vezes, deslizou para fora do quarto, deixando uma Rebekah ainda meio adormecida e confusa, que abriu os olhos ao ouvir o som sutil da porta se fechando, o vazio repentino do colchão ao seu lado tornando a ausência de Caroline, sem entender o motivo da partida repentina, Rebekah afundou a cabeça no travesseiro, tentando ignorar o incômodo que começava a se instalar, no entanto, o silêncio que envolveu o quarto fez a preocupação crescer, aquilo obviamente não era algo normal ou uma saída para caminhada, a pressa nos movimentos da loira eram anormais.

Finalmente, a consciência de que algo sério podia estar acontecendo sacudiu Rebekah por completo, num instante, ela se jogou para fora da cama, puxando a porta com rapidez e olhando ao redor do corredor, a imagem da loira desaparecendo ao fundo era tudo o que ela precisava ver para disparar na direção de Caroline, seu corpo movendo-se quase por instinto, a cada passo sabia que algo estava errado.

Forbes avançava com passos rápidos e decididos pelos corredores silenciosos da Escola Salvatore, cada canto do lugar parecia respirar uma estranha tranquilidade, contrastando com o turbilhão de emoções que a preenchia, ao chegar ao quarto das filhas, ela parou por um instante, o coração batendo forte, antes de abrir a porta com cuidado, como se o mínimo som pudesse romper a nova realidade que estava prestes a enfrentar. Ao entrar, seus olhos imediatamente encontraram Lizzie, que estava sentada na cama, os ombros ligeiramente curvados e o olhar perdido ao redor do quarto, havia algo diferente na postura da filha, algo que Caroline, com seus anos como vampira, reconheceu de imediato: os sentidos ampliados, a sensação de estranheza tomando conta enquanto Lizzie tentava processar cada detalhe, e também notou como os olhos da filha brilhavam, refletindo uma mistura de curiosidade, confusão e um traço inegável de inquietação.

Lizzie parecia se ajustar àquela nova realidade, experimentando as sensações aprimoradas, o peso das novas necessidades que agora vinham à tona em sua mente, uma fome que não era apenas física, mas visceral, perturbadora. Caroline engoliu em seco, seu instinto materno imediatamente tomando conta, ela sabia que não podia esperar que a filha se adaptasse a isso sozinha. Rebekah apareceu na porta do quarto, parando ao ver Lizzie desperta, absorvida em seu próprio mundo enquanto assimilava as mudanças, observou a cena em silêncio por um momento, permitindo que o vínculo familiar, tão raro e frágil para ela, emergisse sem precisar de palavras. Então, com um olhar firme se virou para Caroline e murmurou:

— Eu vou pegar uma bolsa de sangue. — disse em um tom calmo, mas carregado de uma gravidade que apenas alguém com séculos de vida poderia transmitir. Antes que Caroline pudesse responder, a Mikaelson saiu em direção à cozinha, os passos determinados, o rosto sério, sabia que, para Lizzie de fato virasse uma herege, precisava concluir a transição e o sangue humano era a primeiro passo para essa nova vida, já que esse o primeiro contato com o sangue seria crucial não apenas para alimentar sua nova sede, mas para estabelecer um controle necessário e como ambas, tinham uma vasta experiência de quem já havia criado milhares vampiros ao longo dos anos e compreendia a importância de cada detalhe nesse momento inicial.

Rebekah voltou ao quarto, a bolsa de sangue nas mãos e o olhar sério, mas não sem uma certa ternura, aproximou-se de Lizzie, que permanecia sentada na própria cama, estendendo o líquido vermelho em sua direção, observando com cuidado a expressão da jovem Saltzman enquanto pegava a bolsa.

— Isso é sangue humano, — disse ela em um tom baixo, como se não quisesse que seus sentidos aguçados e descontrolados piorassem. — mas isso só por vinte e quatro horas, depois, sua mãe vai te ajudar a se acostumar com o sangue animal. — Ela fez uma breve pausa, franzindo o nariz em desgosto. — Na minha opinião, é horrível, mas necessário já que estuda aqui.