Attraction

CHAPTER 9

Os minutos arrastavam-se como horas enquanto Caroline permanecia imóvel, apenas o som de sua respiração quebrando o silêncio da sala abafada. A figura encolhida na jaula à sua frente parecia menos uma pessoa e mais uma sombra do que deveria ser, um reflexo distorcido de alguém que carregava o peso do mundo nos ombros. Caitlin estava sentada no canto, encolhida em posição fetal, os braços envolvendo as pernas enquanto o queixo descansava sobre os joelhos, sua postura retraída era um grito silencioso de dor, remorso e isolamento. A vampira deu um passo hesitante, os sapatos ecoando levemente no chão de pedra fria. Algo na vulnerabilidade de Caitlin fez com que um aperto tomasse conta de seu coração, uma mistura de compaixão e dúvida. Será que mantê-la ali tinha sido a escolha certa? Será que aquela jaula servia apenas para agravar a sensação de culpa que parecia consumir a garota? Mesmo que a garota parecesse ser uma Mikaelson, conseguia confundir qualquer um. Respirando fundo, Caroline finalmente quebrou o silêncio, sua voz saindo baixa e hesitante:

— Oi... eu sou Caroline. — Ela deu uma pausa, esperando alguma reação que não veio. — Talvez você não me conheça, mas... eu sou a mãe da Elizabeth. A garota que você... — A palavra ficou presa em sua garganta, mas, terminar aquela frase parecia cruel demais. — Esquece. Eu só queria saber como você está.

Caitlin permaneceu imóvel, não levantou a cabeça, não moveu os olhos, era como se ela estivesse presa não apenas pelas barras metálicas à sua volta, mas também pelas correntes invisíveis de sua mente, o silêncio que se seguiu foi sufocante, mas Caroline não se deixou deter, sabia que por mais difícil que fosse, precisava tentar.

— Eu sei que... — Caroline respirou fundo, buscando coragem para continuar. — Eu sei que isso deve parecer um pesadelo, assustador, confuso, talvez até injusto. — Ela se aproximou mais da jaula, as mãos tocando as barras com delicadeza. — E eu não posso fingir que entendo tudo o que você está passando. Não conheço você, e... você também não me conhece, mas eu estou aqui agora e quero te escutar.

Ainda sem resposta, Caitlin parecia ainda mais encolhida, seus olhos fixos em um ponto indefinido no chão, como se estivesse tentando desaparecer. Caroline mordeu o lábio, sentindo um misto de frustração e dor, como ela poderia alcançar alguém que parecia tão determinada a se esconder?

— Eu... — continuou ela, a voz mais firme, mas ainda carregada de gentileza. — Eu sei que você deve estar com raiva, ou talvez nem se importe comigo. Mas eu só quero ajudar. Não precisa ser agora, não precisa ser hoje. Quando você estiver pronta... eu estarei aqui.

Por um breve instante, Caitlin levantou a cabeça, seus olhos vazios encontrando os de Caroline, aquele momento fugaz fez a loira prender a respiração. Havia algo ali, uma pequena rachadura na fachada de apatia, mas desapareceu tão rapidamente quanto surgiu. Caitlin voltou a desviar o olhar, os braços se apertando ainda mais ao redor das pernas. A vampira sentiu o peito apertar novamente. Ela queria dizer algo mais, queria preencher aquele vazio com palavras que pudessem alcançar a garota, mas parecia impossível, com um suspiro resignado, afastou-se das barras, dando-lhe espaço.

O silêncio ainda dominava o ambiente, quando antes dela se virar para sair, Caroline lançava um último olhar para Caitlin, que continuava imóvel, uma figura solitária e quebrada no canto da jaula. Havia tanta dor naquela sala que parecia difícil respirar, mas Caroline sabia que não era justo desistir e deixar a garota ali, não sabia o que fazer, mas no momento, só tinha a certeza de que precisava sair. Suspirando, começou a ir, mas antes de dar o primeiro passo em direção à porta, uma voz frágil e baixa rompeu o silêncio.

— Quando eu tinha sete anos... — a voz da Mikaelson começou baixa, mas carregada com um peso que parecia transbordar, ela olhou para o vazio, como se revivesse aqueles momentos distantes. — Eu havia me transformado pela primeira vez algumas semanas antes, estava na floresta correndo na minha forma de lobo, quando encontrei uma garota perdida, chorando, sem saber para onde ir.