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 Alfonso dirigiu em silêncio, as mãos apertando o volante com tanta força que os nós dos dedos estavam brancos. O ar dentro do carro parecia pesado, cheio de expectativas sombrias para o confronto que estava prestes a acontecer. Ele sabia que sua mãe era manipuladora, mas envolvê-la em suas mentiras e dramas pessoais era uma linha que nunca imaginou que ela cruzaria. Agora, com Anahí envolvida, ele não podia mais permitir que a situação continuasse.

Chegando à casa de sua mãe, ele estacionou o carro e ficou alguns minutos sentado, tentando controlar a raiva que queimava dentro dele. Finalmente, desceu e bateu à porta com força. Sua mãe, Esperanza, atendeu com um sorriso inocente, que Alfonso reconheceu de imediato como uma máscara.

— Meu filho, que surpresa! — ela disse, como se não estivesse esperando por ele.

Alfonso entrou sem pedir licença, passando por ela com passos rápidos e firmes, direto para a sala de estar. Esperanza fechou a porta e o seguiu, ainda mantendo o sorriso nos lábios.

— Vamos cortar as formalidades, mãe. Eu sei o que você está fazendo, e acabou — ele disse, virando-se para ela, seus olhos verdes brilhando com raiva. — Você está tentando destruir meu relacionamento com Anahí, e eu não vou permitir.

Esperanza deu uma risadinha suave, como se Alfonso fosse uma criança fazendo birra.

— Não sei do que você está falando, querido. Eu só estou preocupada com o seu bem-estar. Quero que você esteja com alguém que realmente te ame e que conheça todos os lados da sua história. Alguém como... Samanta, talvez? — ela falou o nome com uma doçura venenosa.

Alfonso sentiu o sangue subir ao rosto ao ouvir o nome que sua mãe sabia ser um gatilho para ele.

— Já faz anos, mãe. Eu já fiz as pazes com o que aconteceu. Foi um acidente! — ele gritou, sua voz ecoando pela sala. — E você sabe disso. Mas agora você está mexendo com a Anahí, tentando envenená-la com mentiras.

— Mentiras? — Esperanza ergueu uma sobrancelha, fingindo surpresa. — Você chama de mentiras o fato de eu querer que ela saiba sobre suas outras "amigas"? Ou sobre como você sempre destrói o que toca?

Alfonso respirou fundo, tentando manter o controle.

— Eu não sou mais aquele garoto inseguro que você pode manipular, mãe. Não vou deixar você estragar minha vida novamente. Eu já sofri o suficiente por causa das suas intrigas, e agora estou em um ponto onde não vou mais tolerar isso.

Esperanza se aproximou dele, sua expressão mudando de uma calma falsa para algo mais afiado, mais perigoso.

— Você pode ter se convencido de que é o homem que acha que é, Alfonso, mas eu sei a verdade. Eu te criei. Eu vi como você sempre falha. E Anahí... ela vai perceber isso também. Vai ver que você nunca será suficiente para ela. Você é um desastre esperando para acontecer, e eu só estou tentando poupá-la de se machucar.

— Não — Alfonso balançou a cabeça, recuando um passo. — Você não está tentando protegê-la. Você está tentando me destruir. Você sempre fez isso, desde que eu era criança. Você sempre quis que eu falhasse, porque isso te dava controle sobre mim.

— Controle? — Esperanza deu um passo à frente, sua voz ficando mais aguda. — Você acha que eu quero controle? Eu só quero que você veja que está repetindo os mesmos erros, que você nunca vai se redimir por completo do que fez a Samanta!

— Eu não matei Samanta! — Alfonso gritou, perdendo a paciência. — Foi um acidente, e eu vou carregar essa culpa para sempre. Mas eu não sou o monstro que você quer que eu seja. E agora eu estou com Anahí, e eu não vou deixar que você interfira.

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⏰ Última atualização: Sep 26 ⏰

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