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Foi difícil para Mavis e Anahí deixar Candice na clínica, assim como fora para ela vê-lãs ir embora. Alfonso teve que lidar com três mulheres choronas, apesar de serem as mais lindas que já vira. Anahí e Mavis dormiram o caminho todo até em casa.

Marichello ligou cedo para Anahí, ela e Âmber convidaram Mavis para que passasse o domingo com eles na piscina e Anahí resolveu ceder, estava tão cansada, e o mais engraçado de tudo é que não tinha motivo aparente. O pai buscou Mavis no apartamento dela, e foi com a menina, a mochila dela e inúmeras recomendações por parte da filha.

Assim que os dois saíram de suas vistas, outro mal estar a consumiu, fazendo-a fechar os olhos e respirar fundo, com o corpo encostado na porta. Tentava controlar a vontade de por pra fora as panquecas com calda de caramelo que tanto insistira para que Alfonso fizesse. Ele vinha descalço pelo corredor entre o pequeno escritório e a sala quando a viu, estava pálida, quase como uma folha de papel.

- Aí Deus - ela suspirou, sentindo o gosto amargo do açúcar subir por sua garganta. Respirou mais uma vez, mas foi inútil, nem deu tempo de Alfonso pedir o que estava acontecendo, Anahí passou por ele como um foguete indo direto para o banheiro.

- Agora já chega - Alfonso disse, vendo-a deitar novamente na cama, após longos minutos vomitando - Nós vamos agora mesmo ao hospital.

- Poncho - ela resmungou, sentia-se fraca e sem ânimo, já tinham dois dias que não conseguia por absolutamente nada no estômago sem que fosse parar na privada - Eu estou bem, é sério - reafirmou, vendo a cara contrariada dele - É só uma virose simples, vou tomar um chá e logo já estou bem.

- Não Annie, você não vai me convencer - negou - Você já está assim a dois dias, você é pequena e desidrata rápido, não vou deixar que aconteça algo mais grave. Se vista e desfaça essa cara - beijou-lhe os cabelos, enquanto calçava os tênis.

Anahí detestava médicos e hospitais, nunca soube explicar o porque, mas agora que saiba um pouco mais de sua história, aquilo fazia todo sentindo. Vestiu um conjunto de moletom rosa com um tênis branco, fez um rabo de cavalo alto, sem nenhuma maquiagem. Estava realmente indisposta. Passou o tempo todo tentando convencer Alfonso a desistir da ideia de irem à consulta, mas ele estava irredutível, então decidiu não discutir mais, talvez pudessem mesmo lhe dar alguma medicação que fizesse cessar esses enjoos insuportáveis.

O hospital estava tranquilo, tendo em vista que era domingo, não era de se surpreender. Dra Amélia Shepherd a atendeu, super gentil e educada.

- Então Anahí, o que houve com você?

- Tem dois dias que estou com esses enjoos estranhos, cansaço, um pouco de dor de cabeça - explicou.

- Você se alimentou? Conseguiu comer algo? - Dra. Shepherd anotava tudo em uma prancheta.

- Comi, mas coloquei tudo pra fora.

- Uhum - murmurou - E tem alguma ideia do que possa estar causando isso? Comeu algo que não lhe caiu bem? Alguma comida pesada?

- Ah sim, eu e Poncho não temos nos alimentado muito bem nos últimos dias, além disso tenho sentido muita fome, como se estivesse comendo por dois.

Anahí falava tudo sem sequer prestar atenção no que dizia. Qualquer um que ousasse ouvi-la desconfiaria ao longe de que não se tratava de nenhuma virose.

- Certo. Consegue deitar na maca e erguer sua blusa por favor?

Anahí assim o fez, Amélia a apalpou a barriga, depois examinou seu ouvido, garganta e ouviu seus batimentos cardíacos, além de auferir sua pressão arterial, tomando nota de tudo em sua prancheta.

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