chapter VIII

49 8 1
                                    

Após o final eletrizante de "I Did Something Bad", o palco mergulhou em uma penumbra suave, e o público prendeu a respiração enquanto a silhueta de Taylor se delineava contra as luzes, de costas para eles. A tensão no ar era palpável, todos se perguntavam o que viria a seguir. Mesmo sem dizer uma palavra, ela mantinha o público hipnotizado, sua presença preenchendo cada centímetro do espaço.

Lentamente, Taylor caminhou até a borda do palco, cada passo firme e intencional. As luzes suaves seguiram seu movimento, enquanto os gritos do público foram substituídos por um silêncio ansioso, como se todos estivessem esperando o próximo ato com curiosidade e excitação.

Chegando ao final do palco, Taylor se sentou em uma cadeira simples, o contraste com a grandiosidade de sua performance anterior era evidente. A mudança de energia foi instantânea. O ambiente, antes carregado de eletricidade, agora estava impregnado de uma calma misteriosa.

Foi então que a batida familiar de "no body, no crime" começou a ressoar pelas caixas de som. O som de um baixo profundo, junto com um ritmo quase cinematográfico, se misturava ao silêncio que dominava o estádio. Taylor, com os olhos fixos no horizonte, deu início à narrativa sombria e intrigante da música. Cada palavra que ela cantava parecia carregar um peso, como se ela estivesse contando uma história cheia de segredos e vingança.

Sentada ali, sozinha na cadeira, sua postura relaxada, mas carregada de intensidade, dava um tom completamente diferente à performance. Era como se ela estivesse conversando diretamente com o público, uma confissão íntima e cheia de suspense.

O público, absolutamente envolvido, ficou em silêncio, absorvendo cada nota, cada linha. Taylor mostrava mais uma vez sua versatilidade, alternando entre a força avassaladora de uma performance explosiva e a intensidade controlada de uma narrativa sombria.

Enquanto Taylor dominava o palco, Travis observava tudo de um canto próximo, seus olhos fixos nela como se o resto do mundo tivesse desaparecido. A energia que ela transmitia durante a música presente no álbum Reputation o deixara impressionado, mas agora, com a mudança de tom e a introdução de "no body, no crime", ele sentia algo diferente se agitar dentro de si. Ele havia visto muitos shows antes, presenciado o espetáculo de atletas lendários, mas nunca experimentara algo como aquilo.

Quando Taylor caminhou lentamente até a cadeira, o silêncio profundo que tomou conta do estádio parecia ecoar dentro dele. Seus movimentos, antes cheios de confiança feroz, agora eram deliberadamente mais lentos, cheios de uma tensão que o envolvia de forma quase hipnótica. Ela se sentou na cadeira como uma narradora prestes a contar uma história sombria, e Travis sentiu seu corpo se inclinar involuntariamente para a frente, como se estivesse sendo puxado por um fio invisível.

As luzes focadas nela, o ar pesado com antecipação, a voz de Taylor mergulhando diretamente na melodia – tudo parecia criar uma atmosfera quase cinematográfica. Travis conhecia a música, sabia da sua narrativa cheia de vingança e mistério, mas vê-la ao vivo, com Taylor transmitindo cada palavra com uma força fria e calculada, era algo totalmente diferente.

Ela não estava apenas cantando, ela estava vivendo a história naquele palco, e ele podia ver isso em cada detalhe de sua performance. Seu olhar fixo, quase impenetrável, a maneira como seu corpo estava relaxado, mas transmitia uma intensidade latente, como se ela estivesse contando um segredo terrível diretamente para o público. Travis sentiu um arrepio percorrer sua espinha.

— Uau... — ele sussurrou para si mesmo, surpreso com o quanto estava imerso naquilo.

Ele se deu conta de que não era apenas a performance incrível que o atraía, mas a própria Taylor. A vulnerabilidade, a força, a habilidade de transformar dor em arte de forma tão visceral. Algo sobre ela o tocava profundamente, muito além da admiração superficial. Ele mal conseguia tirar os olhos dela, cada verso da música ecoava dentro dele, fazendo-o se perguntar o que mais ela escondia por trás daquele brilho de estrela mundial.

Enquanto a batida continuava, e Taylor contava a história de vingança fria e meticulosa, Travis percebeu que ela tinha algo que poucos possuíam. Uma habilidade rara de capturar todos ao seu redor e fazer com que se sentissem conectados, mesmo que não houvesse uma única palavra direta entre eles. E naquele momento, em meio às luzes e à melodia, Travis sentiu que queria mais. Não apenas da música, mas de entender o que a tornava tão fascinante, tão forte e, ao mesmo tempo, tão humana.

O show continuava, mas para Travis, aquele era um momento congelado no tempo, onde a realidade e a fantasia se misturavam. Ele sabia que aquela noite, aquela performance, seria algo que ele não esqueceria tão cedo.

Após a eletrizante sequência, Taylor finalizou sua apresentação. O público estava em êxtase, as luzes piscando ao som dos aplausos e gritos que preenchiam o estádio. Taylor, no entanto, manteve sua compostura inabalável. Sua respiração estava acelerada, mas sua expressão era controlada, seus movimentos ainda precisos e calculados. Ela parou no centro do palco, respirando fundo e olhando para a multidão uma última vez.

Com um sorriso ladino e cheio de mistério, ela fez contato visual com alguns fãs na primeira fila, como se estivesse compartilhando um segredo silencioso com eles. O brilho nos olhos dela era de alguém que sabia exatamente o impacto que sua performance havia causado. Era um sorriso que transmitia tanto gratidão quanto uma certeza tranquila de que, ali, no palco, ela estava no controle completo.

Então, com um último aceno de cabeça, Taylor se virou e caminhou com confiança para fora do palco, sua postura firme e decidida. Cada passo ecoava a força que ela acabara de mostrar, e mesmo de costas, o público sentia sua presença. As luzes diminuíram, e a figura de Taylor desapareceu nas sombras do backstage, deixando uma atmosfera carregada de excitação e admiração.

Enquanto ela desaparecia atrás das cortinas, o público ainda vibrava, como se estivesse preso na energia que ela havia criado. Aquele momento, aquela despedida confiante, era o encerramento perfeito de uma apresentação que os deixaria falando por muito tempo.

Do lado de Travis, ele sentiu um aperto no peito, como se algo tivesse mudado dentro dele. Ver Taylor assim, de perto, havia acendido uma nova chama. Ela era ainda mais fascinante do que ele imaginava, e a distância entre o ídolo e a mulher real parecia cada vez menor.

****

De volta ao camarim, a porta se fechou lentamente atrás de Taylor, abafando o som distante da multidão que ainda ecoava pelo estádio. O brilho intenso das luzes do palco e a energia eletrizante do show pareciam agora muito distantes, quase irreais. A força que ela havia mostrado em cada passo e em cada nota começava a desaparecer, dando lugar ao cansaço e ao peso que ela havia segurado por tanto tempo.

Taylor deixou-se cair pesadamente na cadeira em frente ao espelho, soltando um longo suspiro que parecia carregar toda a tensão acumulada. A imagem refletida à sua frente ainda era a de uma estrela pop impecável, maquiagem perfeita, cabelos ainda no lugar, mas seus olhos contavam uma história diferente. A mulher confiante e inabalável que acabara de dominar o palco não estava mais ali. No lugar dela, havia apenas Taylor – exausta, vulnerável, com as emoções à flor da pele.

Ela passou as mãos pelos cabelos, tirando as presilhas e soltando as ondas que caíam sobre seus ombros. O camarim estava silencioso, o completo oposto da explosão de energia que havia lá fora. Aqui, na privacidade daquele pequeno espaço, ela não precisava manter a fachada. O cansaço físico se misturava ao emocional, e agora, longe das luzes e dos aplausos, tudo parecia pesar ainda mais.

Taylor fechou os olhos por um momento, tentando encontrar algum alívio. Mas o peso da última discussão com Joe, as incertezas sobre o futuro, e o esforço contínuo para manter-se de pé, tudo voltava à tona. Mesmo após um show impecável, a sensação de vazio e solidão ainda persistia.

Ela abriu os olhos novamente, encarando o reflexo no espelho, sem saber ao certo quem era mais verdadeira – a Taylor que acabara de incendiar o palco ou a mulher agora desmoronando sozinha.

I KNOW PLACES | TayVis FanficOnde histórias criam vida. Descubra agora