Cap 00

196 22 11
                                    


Megumi corria pelas ruas desertas, seus passos ecoando pelo chão úmido enquanto as sombras ao seu redor se mexiam como serpentes vivas, prontas para atacar. O crepúsculo transformava os prédios em silhuetas ameaçadoras, e o peso da responsabilidade caía sobre seus ombros. Ele sabia que precisava encontrar Yuji. A situação estava saindo de controle, e Sukuna estava ficando cada vez mais ousado, como se soubesse de algo que ninguém mais sabia.

Enquanto seus olhos frios e calculistas varriam o horizonte, sentiu uma presença familiar. Não era a de Yuji, mas algo muito mais perigoso. O ar ficou denso, quase insuportável. Uma voz carregada de malícia soou por trás dele.

— Está procurando por mim, Megumi?

Megumi congelou, o corpo tenso, enquanto o coração disparava em alerta. Ele sabia exatamente quem estava ali, mas demorou um momento para se virar. Ao encarar o homem à sua frente, a expressão usualmente calma de Megumi vacilou por um breve segundo. Era Sukuna, usando o corpo de Yuji como uma casca, mas algo estava diferente. Os olhos vermelhos de Sukuna não brilhavam com o sarcasmo habitual – havia algo mais profundo ali, algo que Megumi não conseguia decifrar.

— O que você quer? — A voz de Megumi saiu mais firme do que ele esperava, mantendo-se em posição de luta, mesmo sabendo que, se Sukuna quisesse, poderia acabar com ele em um piscar de olhos.

Sukuna deu um sorriso lento e predatório, aquele que Megumi já conhecia bem demais. No entanto, ele não atacou. Ao invés disso, Sukuna simplesmente deu um passo à frente, sua presença dominadora tornando o ar ainda mais pesado.

— Quero ver do que você é capaz, Megumi. — A voz de Sukuna era quase um sussurro, mas carregava uma promessa de algo além do confronto. — Sempre soube que você é especial. Mais do que qualquer outro.

Megumi apertou os punhos, o coração acelerado pela mistura de raiva e algo mais que ele se recusava a admitir. Havia algo intoxicante na maneira como Sukuna o olhava, como se Megumi fosse uma peça de xadrez, mas ao mesmo tempo... mais do que isso.

— Não sou sua arma, Sukuna. — Megumi avançou, conjurando suas sombras ao redor, pronto para qualquer movimento.

Mas Sukuna não parecia interessado em lutar. Ele apenas inclinou a cabeça, seus olhos ardentes fixos em Megumi, e deu uma risada baixa, quase como se estivesse se divertindo.

— Não, você não é uma arma... Você é uma chave.

Megumi hesitou, sua respiração falhando por um segundo. Uma chave? Para o quê?

Antes que pudesse reagir, Sukuna se moveu mais rápido do que Megumi pôde processar, e em um instante, ele estava diante dele, os dedos de Sukuna roçando levemente seu queixo. O toque era frio, mas o calor no olhar de Sukuna queimava.

— Você vai me pertencer, Fushiguro. — Sukuna sussurrou, com uma certeza implacável.

Megumi recuou instintivamente, as sombras ao seu redor ondulando com mais violência. Mas, por dentro, algo no fundo de sua alma se mexeu, uma faísca que ele não queria reconhecer. Algo perigoso, mas irresistível.

— Isso nunca vai acontecer. — Megumi rosnou, tentando esconder o tremor na sua voz.

Sukuna sorriu, um sorriso que não prometia violência, mas sim paciência. Ele sabia que as sementes haviam sido plantadas.

— Vamos ver, Megumi. Vamos ver.

E com um último olhar penetrante, Sukuna desapareceu, deixando apenas o eco de sua promessa e a presença insuportável que ainda queimava no ar ao redor de Megumi.

Megumi ficou parado, ofegante, com as sombras ao seu redor finalmente acalmando. Ele odiava admitir, mas Sukuna estava conseguindo quebrar suas barreiras, uma a uma. E isso o deixava mais assustado do que qualquer maldição que já tivesse enfrentado.

No fundo de sua mente, ele sabia: o jogo estava apenas começando.

---

Continua??

Xadrez - Sukufushi Onde histórias criam vida. Descubra agora