XIV - Uma Bastarda

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Enquanto a paixão ardente de Lucerys e Aemond incendiava o antigo quarto de Fortaleza Vermelha, consumindo-os em um desejo obscuro, a Princesa Gael se deslocava pelos corredores do castelo com passos leves e um coração inquieto, um sentimento ruim estava em seu peito, como se algo horrivel fosse acontecer nesse dia de sol. A reunião do Pequeno Conselho havia sido tensa, a política e as intrigas da corte pesando sobre seus ombros, mas agora, a perspectiva de encontrar Vermithor a impulsionava para frente, como um imã irresistível.

Apesar de ter prometido a si mesma que manteria sua nova condição em segredo, a tentação de visitar o dragão era imensa. A Fúria de Bronze, um dos maiores e mais antigos dragões do mundo, era um símbolo de poder e liberdade. A ideia de que um dos Verdes pudesse montá-lo a deixava revoltada. Afinal, fora ela quem havia conquistado a confiança do magnífico réptil, estabelecendo um vínculo profundo e único. Otto Hightower, com sua astúcia e sede de poder, certamente tentaria manipular a situação em seu favor, mas Gael não permitiria que seus planos se concretizassem.

Ao se aproximar do Fosse, Gael sentiu um tremor percorrer seu corpo. Não era apenas a emoção de encontrar Vermithor, mas a profunda conexão que sentia com o dragão, uma ligação que transcendia as palavras. A cada passo, a imagem de Assa Prata e Vermithor, unidos em um amor eterno nas profundezas do Fosso, ecoava em sua mente, como da primeira vez que o viu, quando ele a escolheu como sua montadora a mais de um ano.

Ao entrar no recinto, a visão de Vermithor a tomou por completo. O dragão, com suas escamas reluzentes e a força que emanava de cada músculo, era a própria encarnação da Majestade, dizem que ele é tão majestoso quando Sua Graça, o Velho Rei Jaehaerys em seus dias de juventude, quando tomou Porto Real. Mas além da beleza e do poder, Gael via a alma gentil e leal do dragão. Com cuidado, estendeu a mão, a ponta dos dedos roçando as escamas ásperas e quentes. Vermithor abriu os olhos, revelando um olhar profundo e sereno, e um leve ronronar ecoou em sua garganta.

Gael se ajoelhou diante do dragão, e enquanto acariciava seu focinho, seus pensamentos voltaram para as histórias que Rhaenyra, sua mãe costumava contar sobre os dragões. A Princesa falava sobre a antiga ligação entre os homens e os dragões, sobre um amor tão puro e intenso que transcendia as barreiras das espécies. E Gael acreditava nessas histórias, acreditava que o amor que existia entre Assa Prata e Vermithor era o mesmo que a do Velho Rei e da Boa Rainha.

Ao olhar para Vermithor, Gael via um reflexo de si mesma. Ambos eram seres poderosos e independentes, mas também profundamente carentes de afeto e companheirismo. E assim como ela havia encontrado um refúgio nos braços daqueles que ela amava, Vermithor sempre encontrava conforto em Assa Prata.

A princesa sussurrou para o dragão, falando sobre o dia que haviam passado, sobre a sensação de liberdade que sentia ao voar sobre os Sete Reinos. Vermithor inclinou a cabeça, como se entendesse cada palavra. E por um momento, Gael se sentiu completa. Sentiu-se parte de algo maior, de uma história que se estendia por milênios.

Ao se levantar, Gael prometeu a Vermithor que logo voltariam a voar juntos assim que retornassem para Dragondtone.

Ao abrir os olhos e se virar, uma figura familiar a fez prender a respiração. Joanna Lannister, a mulher que tanto a fascinava, estava ali, a poucos centímetros de distância. O coração de Gael disparou, e um sorriso malicioso curvou seus lábios. Sem hesitar, a princesa esticou o braço e puxou Joanna para si, colando seus corpos em um abraço apertado. Os dedos de Gael deslizaram pelos cabelos sedosos da jovem lady, enquanto seus olhos faiscavam com desejo. Joanna, surpreendida pela audácia da princesa, sentiu um calor intenso percorrer seu corpo.

A boca de Gael aproximou-se da sua, e em um movimento suave, seus lábios se encontraram em um beijo profundo e apaixonado. A língua de Gael explorava a cavidade bucal de Joanna com uma intensidade que a deixou sem fôlego. A morena, inicialmente hesitante, cedeu à paixão que ardia entre elas, respondendo ao beijo com igual fervor.

Gael VelaryonOnde histórias criam vida. Descubra agora