Pensei em trazer Faberry para esse ano universo da MPB, espero que gostem e comentem o que acharam, beijos!🩷
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Era uma noite quente no Rio de Janeiro, com o cheiro de maresia e a brisa suave da primavera invadindo os becos e ruas estreitas de Copacabana. O bairro estava agitado como sempre, mas para Quinn Fabray, era uma sensação de calmaria dentro do caos. Vinda dos Estados Unidos, havia se mudado para o Brasil há alguns meses, com a intenção de se redescobrir após o fim de um relacionamento conturbado. Encontrou um apartamento pequeno, próximo ao mar, e passava suas noites caminhando pela orla, deixando que a música e a atmosfera a reconfortassem.
Numa dessas noites, após um longo dia de trabalho em uma ONG local, Quinn ouviu o som distante de violão e uma voz doce que a fez parar. Naquele instante, algo parecia puxá-la em direção à música, como se as notas fossem fios invisíveis. Seguiu a melodia até um pequeno bar à beira da praia, onde os sons envolviam o ambiente de forma mágica, como uma brisa suave em uma noite quente. A placa na entrada dizia: "Noites de MPB - Ao Vivo".
O lugar estava cheio, mas o silêncio respeitoso da plateia indicava que algo especial acontecia no palco. No centro, iluminada apenas por um foco de luz amarelada, estava Rachel Berry. Quinn não a reconheceu imediatamente, mas a voz... era impossível ignorar a força e a delicadeza daquela voz que preenchia o ambiente. Rachel, com seu violão no colo, cantava uma versão intimista de "Sozinho", de Caetano Veloso, com uma dor suave, quase resignada, que parecia ecoar os próprios sentimentos de Quinn.
"Às vezes no silêncio da noite
Eu fico imaginando nós dois
Eu fico ali sonhando acordado
Juntando o antes, o agora e o depois..."As palavras atingiam Quinn de forma inesperada. Ela não acreditava em coincidências, mas havia algo naquele momento que parecia mais do que apenas uma noite qualquer no Rio. Os olhos de Rachel permaneciam fechados enquanto cantava, completamente imersa em cada nota, como se estivesse cantando não para a multidão, mas para alguém muito específico. O coração de Quinn acelerou. Havia uma sinceridade crua naquelas palavras que faziam algo em seu peito se apertar.
Quinn não conseguiu tirar os olhos dela durante a música toda. Quando Rachel finalmente abriu os olhos, seus olhares se encontraram por um breve instante — o suficiente para que Quinn sentisse um calor inesperado subindo pela espinha.
A música terminou, e Rachel agradeceu à plateia com um sorriso tímido, mas cativante. Quinn, ainda hipnotizada pela voz, notou que seus pés já a estavam levando para mais perto do palco, quase sem que percebesse.
Ela se aproximou do bar e pediu uma caipirinha, tentando recuperar o fôlego e entender o que exatamente estava acontecendo dentro de si. Quinn sempre foi alguém controlada, mas ali, naquela noite, a melodia havia desarrumado algo que ela não sabia estar desorganizado.
Poucos minutos depois, Rachel desceu do palco e, para sua surpresa, caminhou em sua direção. Era mais baixa do que Quinn esperava, com um sorriso fácil e o olhar curioso. Ela se aproximou do balcão, como se já soubesse que aquela noite estava destinada a mudar algo na vida de ambas.
— Oi. — Rachel disse, com um tom suave, mas seguro. — Eu não pude deixar de notar que você estava... conectada à música.
Quinn riu, um pouco nervosa, tentando disfarçar o impacto que aquele simples "oi" teve.
— Ah, sim. Foi... incrível. Sua voz... — Quinn se atrapalhou, tentando encontrar as palavras. — Parece que você cantou exatamente o que eu estava sentindo.
Rachel sorriu, seus olhos escuros brilhando sob a fraca luz do bar.
— Talvez porque eu também estivesse cantando o que sentia. — Ela disse, com um leve toque de mistério.
Elas se olharam em silêncio por um momento, como se as palavras não fossem mais necessárias. O som da música ao fundo, o riso das pessoas ao redor, tudo parecia desaparecer, deixando apenas aquele instante entre elas.
Rachel se inclinou um pouco mais perto, seu rosto iluminado pela luz do bar.
— Você mora por aqui? Nunca te vi antes — perguntou, tentando quebrar o silêncio.
— Eu sou nova na cidade. — Quinn respondeu. — Vim dos Estados Unidos há alguns meses... buscando algo novo. Acho que encontrei.
Rachel levantou uma sobrancelha, intrigada.
— Algo novo? Ou... alguém?
O coração de Quinn bateu ainda mais rápido com aquela provocação sutil. Rachel parecia ser do tipo que não deixava as coisas subentendidas, e havia algo naquela honestidade direta que a fascinava.
— Talvez os dois. — Quinn respondeu, um sorriso brincando em seus lábios.
Rachel deu um pequeno sorriso, como se entendesse perfeitamente o que Quinn queria dizer. E ali, naquela noite de MPB à beira-mar, com a música de Caetano Veloso ainda ecoando nos corações de ambas, algo começou a florescer — um sentimento tímido, mas inevitável, como uma melodia que você ouve pela primeira vez, mas que já sabe de cor.
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Melody of the Heart"
FanfictionNas vibrantes e cheias de alma ruas do Rio de Janeiro, Quinn Fabray, uma recém-chegada dos Estados Unidos, está em busca de algo mais profundo-algo que possa curá-la de um desgosto do passado. Em uma noite fatídica, ela entra por acaso em um bar ond...